O Além e a
Sobrevivência do Ser
Léon Denis
Parte 17
Damos sequência ao estudo do clássico O Além e a Sobrevivência do Ser, de autoria de Léon Denis, com base na 8ª edição publicada em português pela Federação Espírita Brasileira.
Nosso propósito é que este estudo
sirva para o leitor como uma forma de iniciação ao estudo dos chamados
Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas
encontram-se no final do texto abaixo.
Questões preliminares
A. O amor e o ódio são forças
atrativas?
B. Por meio da regressão da memória é
possível ter conhecimento de nossas existências anteriores?
C. Somente a regressão da memória pode
facultar-nos o conhecimento do nosso passado?
Texto para
leitura
209. A liberdade e a responsabilidade
do ser, muito restritas no início da sua carreira, aumentam e crescem à medida
que ele sobe na escala da evolução, até que, chegado às supremas alturas, lhe é
dado colaborar e participar cada vez mais da obra e da vida divinas. (Estudo sobre a Reencarnação ou as Vidas
Sucessivas. Resposta ao inquérito aberto pela revista Internacional "La Philosophie de la Science”, setembro
de 1912.)
210. Ao mesmo tempo, o homem se sente
intimamente ligado aos seus semelhantes, peregrinos, com ele, da grande viagem
eterna e aos quais irá encontrando nos diferentes planos do caminho. Sabendo
que lhe é preciso passar por todas as condições para perfazer a educação da
alma, sabendo também que o devotamento, o espírito de sacrifício, de abnegação
e de solidariedade são os meios mais eficazes para progredir, ele se sentirá
com melhores disposições para aceitar as disciplinas sociais e para trabalhar
pela coletividade. (Obra citada.)
211. Por esse modo, a maior parte dos
abusos, dos excessos, dos crimes que afligem a sociedade atual, se atenuarão e
dissiparão pouco a pouco. A educação se transformará com o ideal e o objetivo
essencial da vida, e o homem aprenderá a adaptar melhor suas forças interiores
aos verdadeiros fins a que é chamado a atingir. (Obra citada.)
212. Fios misteriosos ligam todos os
seres e todas as coisas. O amor e o ódio são forças atrativas. Todos os que se
hão amado, todos os que se hão odiado se reencontrarão cedo ou tarde, a fim de
que a afeição que une os primeiros aumente ainda e se apure e que a aversão que
separa os outros seja vencida por melhores relações e mútuos serviços.
Finalmente, libertos de suas paixões materiais, todos se acharão reunidos na
existência superior e bem-aventurada. (Obra citada.)
213. Assim, a doutrina das vidas
sucessivas constitui um estimulante poderoso para o bem, uma consolação e um
reconforto na desgraça. (Obra citada.)
214. O valor científico desta doutrina
não é menos considerável do que o seu valor moral e social. Com efeito,
incitando-nos a procurar as provas experimentais que lhe servem de apoio, ela
nos coloca em presença dos aspectos mais profundos e mais ignorados da natureza
humana. (Obra citada.)
215. Pelo que me concerne
pessoalmente, já pude colher algumas provas de minhas vidas anteriores.
Consistem essas provas diferentes, por meio de médiuns que se não conheciam e
que jamais tiveram relação entre si. Tais revelações são concordes e idênticas.
Além disso, logrei verificar-lhes a exatidão pela introspecção, isto é, por um
estudo analítico e atento do meu caráter e da minha natureza psíquica. (Obra
citada.)
216. Este exame me fez descobrir,
muito acentuados em mim, os dois principais tipos de homem que realizei no
curso das idades e que dominam todo o meu passado: o monge estudioso e o
guerreiro. Ser-me-ia possível ajuntar numerosas impressões e sensações que me
permitiram reconhecer, nesta vida, seres já encontrados anteriormente. (Obra
citada.)
217. Creio que muitos homens,
observando-se com atenção, conseguiriam constituir seu passado pré-natalício,
senão nas minúcias, pelo menos nas grandes linhas. Mas é sobretudo pela
hipnose, pelo transe, pelo desprendimento da alma que o passado pode ressurgir
e reviver. (Obra citada.)
218. Fiz com muitos pacientes
experiências nesse sentido. Adormecidos, quer por mim, quer por Entidades
invisíveis, eles reproduziam cenas de suas existências precedentes, cenas
pungentes ou trágicas, que nenhum teria podido ou sabido inventar, por muitas
razões. (Obra citada.)
219. Algumas particularidades dessas
vidas se puderam examinar e foram reconhecidas como verdadeiras. Infelizmente,
a natureza toda íntima dos fatos não me consente entregá-los à publicidade. (Obra
citada.)
220. O coronel de Rochas fez, seguindo
a mesma ordem de estudos, experiências que relatei e resumi em meu livro O
Problema do Ser, do Destino e da Dor, cap. XIV. Acrescentei-lhes outros
testemunhos provindos dos príncipes Galitzin e Wiszniewsky, além de muitos experimentadores
espanhóis. (Obra citada.)
221. Em resumo, todos esses fatos
demonstram que a nossa personalidade é muito mais ampla do que até hoje se
acreditou. Nossa consciência e nossa memória têm profundezas que se conservam
mudas enquanto nos achamos despertos, mas que, no sono hipnótico e no estado de
desprendimento, se revelam e entram em ação. Aí repousa um mundo de
conhecimentos, de lembranças, de impressões acumuladas por nossas vidas
antecedentes e que o véu da carne ocultou ao renascermos. É a isso que alguns
experimentadores e críticos chamam consciência subliminal, subconsciência
superior ou o Ser subconsciente. (Obra citada.)
222. Na realidade, não há aí mais do
que um estado do ser que constitui a consciência integral, a plenitude do eu.
Quanto mais profundo é o sono, mais o desprendimento da alma se acentua e as
camadas veladas da memória começam a vibrar: o passado ressuscita e revive. O
ser pode então recompor as cenas longínquas, os quadros da sua própria
história. (Obra citada.)
223. Essa ordem de pesquisas constitui
uma psicologia nova e amplificada, cujo estudo atento, junto a uma observação
rigorosa, revolucionará a ciência da alma e ocasionará uma renovação completa
da filosofia e da religião. (Obra citada.)
224. Às experiências indicadas acima
convém acrescentar as reminiscências de homens e de crianças. Grande número de
casos desses citei em O Problema do Ser, cap. XV. Poderia aditar os de muitas
crianças que se lembraram de suas vidas anteriores, casos que não se explicam
nem pela imaginação, nem pela influência do meio, porquanto os pais, na sua
maioria, são hostis à ideia de reencarnação. (Obra citada.)
225. Semelhantes fenômenos desaparecem
com o crescimento, quando a consciência profunda, de alguma forma sepultada sob
o invólucro carnal, deixa de vibrar. As reminiscências de homens célebres se
explicam pelo grau de evolução e o apuramento dos sentidos psíquicos. (Obra
citada.)
Respostas às questões preliminares
A. O amor e o ódio são forças atrativas?
Sim. Segundo Léon Denis, fios
misteriosos ligam todos os seres e todas as coisas. O amor e o ódio são forças
atrativas. Todos os que se hão amado, todos os que se hão odiado se
reencontrarão cedo ou tarde, a fim de que a afeição que une os primeiros
aumente ainda e se apure e que a aversão que separa os outros seja vencida por
melhores relações e mútuos serviços. Finalmente, libertos de suas paixões
materiais, todos se acharão reunidos na existência superior e bem-aventurada. (Estudo sobre a Reencarnação ou as Vidas
Sucessivas. Resposta ao inquérito aberto pela revista Internacional "La Philosophie de la Science”, setembro
de 1912.)
B. Por meio da regressão da memória é possível ter
conhecimento de nossas existências anteriores?
Sim. Diz Léon Denis que ele mesmo fez
com muitos pacientes experiências nesse sentido. Adormecidos, quer por ele,
quer por Entidades invisíveis, os pacientes reproduziram cenas de suas
existências precedentes, cenas pungentes ou trágicas, que nenhum deles teria
podido ou sabido inventar, por muitas razões. Algumas particularidades dessas
vidas se puderam examinar e foram reconhecidas como verdadeiras. O coronel De
Rochas fez, seguindo a mesma ordem de estudos, experiências que Denis relatou
em seu livro O Problema do Ser, do Destino e da Dor, acrescentando-lhes outros
testemunhos provindos dos príncipes Galitzin e Wiszniewsky, além de muitos
experimentadores espanhóis. (Obra citada.)
C. Somente a regressão da memória pode facultar-nos o
conhecimento do nosso passado?
Não. Além das revelações feitas pelos
Espíritos, podemos acrescentar, com relação ao assunto, as reminiscências espontâneas
de homens e de crianças. Grande número de casos desses foram citados por Léon
Denis em seu livro O Problema do Ser, cap. XV. Poderiam ainda ser aditados os
casos de muitas crianças que se lembraram de suas vidas anteriores, casos que
não se explicam nem pela imaginação, nem pela influência do meio, porquanto os
pais, na sua maioria, eram hostis à ideia de reencarnação. Infelizmente,
semelhantes fenômenos desaparecem com o crescimento da criança, quando a
consciência profunda, de alguma forma sepultada sob o invólucro carnal, deixa
de vibrar. (Obra citada.)
Observação:
Para acessar a Parte 16 deste
estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/05/blog-post_07.html
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