CINCO-MARIAS
EUGÊNIA PICKINA
A minha infância de
menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre
positivas para mim: silêncio e solidão. Cecília Meireles
É cada vez mais comum
encontrarmos pais que decidem ter apenas um filho e, ainda hoje, são
questionados por essa decisão. Mas será que ter irmãos é fundamental para o
desenvolvimento de uma criança?
O ambiente familiar
tem influência na formação da criança, afetando os pais, seus exemplos, a
maneira como ela construirá seus vínculos e relacionamentos.
Obviamente, no dia a
dia, a convivência com outras crianças é extremamente importante, pois é
através dessas relações que a criança se percebe como indivíduo, aprende sobre
tolerância, frustrações, diferenças, amizade, cooperação, a força da
reconciliação...
Na infância, a
interação com o grupo, sobretudo promovido pela escola e pelo convívio com os
parentes (primos de idade similar), poderá dar à criança lições de empatia,
gentileza, carinho, o que substitui, na prática, o aprendizado na relação com
os irmãos.
O que é importante
para o filho único?
Sem esquecer que
crianças aprendem pelo exemplo, seja ele bom ou ruim, para o filho único é
importante vivenciar em casa amor e atenção, ou seja, dispor de um espaço de
escuta e acolhimento, tendo a chance de estabelecer vínculos de apego e
segurança.
Algumas dicas que
ajudam os pais de filho único:
1 - Procurem
compensar a excessiva convivência da criança com adultos dando a ela a
possibilidade de se relacionar com frequência com outras crianças da mesma
idade.
2 - Coloquem seu
filho na escola desde pequeno, pois a vida de relação social com outras
crianças é um caminho instrutivo fundamental para um filho único.
3 - Tomem cuidado com
o excesso de proteção e mimos, principalmente os avós e tios que costumam exagerar
na satisfação dos caprichos da criança.
4 - Com a boa
intenção de formar um filho independente, muitos pais acabam caindo no erro de
serem rígidos demais e às vezes frios no trato com a criança. As mostras de
afetividade e presença amorosa são fundamentais para que a criança cresça sadia
e confiante. O que deve ser evitado é a superproteção e o sentimentalismo.
*
Eugênia
Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia
Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros
infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da
consciência ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).
Especialista
em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), ministra
cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no estado de
São Paulo e no Paraná, onde vive.
Seu
contato no Instagram é @eugeniapickina
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