Na educação do filho, os pais devem fazer
como o bom jardineiro
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
Um estimado
colega de lide espírita nos pergunta se é realmente possível mediante a
educação reformar o caráter de uma pessoa.
A resposta é
sim.
Contrariamente ao que sempre se imaginou,
descobertas recentes no campo da biologia e dos estudos da mente mostram que
tanto o cérebro como a mente humana podem rearranjar-se de maneira drástica e
as pessoas, de igual forma, transformar-se em qualquer estágio da vida.
Pesquisas divulgadas oportunamente têm questionado
até mesmo um dos dogmas da psicanálise segundo o qual os adultos carregam para
sempre os traumas vividos na infância.
Martin Seligman, docente da Universidade da
Pensilvânia, afirma, em sua obra intitulada O que você pode mudar e o que
não pode, que é possível à criatura humana mudar a timidez, o mau humor, o
pessimismo, a depressão e quase todas as disfunções sexuais, como a frigidez e
a impotência.
Sanjay Srivastava, um dos mais abalizados estudiosos
dessa área, sustenta, com base em experiências por ele conduzidas, que as
mulheres que sofrem de ansiedade na adolescência tendem a recuperar a
autoconfiança entre os 30 e 40 anos.
Para nós, espíritas, não causam surpresa tais ideias,
porque a evolução ou o progresso constitui um dos princípios fundamentais do
Espiritismo e, ao tratar da infância, é peremptória a afirmativa constante da
questão 385 d´O Livro dos Espíritos, que diz ser possível, por meio da
educação, reformar o caráter e reprimir as más inclinações que a criança traz
do passado, missão sagrada – acrescentam os Instrutores da espiritualidade –
que Deus confiou aos pais e da qual estes deverão prestar contas.
A respeito dessa missão Santo Agostinho (espírito)
escreveu:
“A tarefa não é tão difícil quanto vos possa
parecer. Não exige o saber do mundo. Podem desempenhá-la assim o ignorante como
o sábio, e o Espiritismo lhe facilita o desempenho, dando a conhecer a causa
das imperfeições da alma humana. Desde pequenina, a criança manifesta os
instintos bons ou maus que traz de sua existência anterior. A estudá-los devem
os pais aplicar-se. Todos os males se originam do egoísmo e do orgulho.
Espreitem, pois, os pais os menores indícios reveladores do gérmen de tais
vícios e cuidem de combatê-los, sem esperar que lancem raízes profundas. Façam
como o bom jardineiro, que corta os rebentos defeituosos à medida que os vê
apontar na árvore. Se deixarem se desenvolvam o egoísmo e o orgulho, não se
espantem de serem mais tarde pagos com a ingratidão.” (O Evangelho segundo o
Espiritismo, cap. XIV, n. 9.)
Apenas para que todos lembremos, o verdadeiro
jardineiro também não deixa que faltem água e carinho às plantas, nem neglicencia
os cuidados indispensáveis ao êxito do seu trabalho.
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Muito bom.
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