domingo, 28 de julho de 2024

 





Se Espírito não tem sexo, por que no plano espiritual há homens e mulheres?

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com

 

Uma pessoa amiga diz-nos não compreender a informação de que os Espíritos não têm sexo, se eles se comunicam conosco como homem ou mulher e assim vivem nas colônias espirituais, fato que nos foi mostrado no filme Nosso Lar, baseado no livro homônimo de autoria de André Luiz.

De fato, André Luiz ali se apresenta na forma masculina e D. Laura, mãe de Lísias, apresenta-se na forma feminina.

Antes de tratar diretamente da dúvida, é importante lembrar o que o Espiritismo nos informa quanto ao problema do sexo:

1) As almas podem animar corpos de homens e mulheres. As almas ou Espíritos não têm sexo; as afeições que os unem nada têm de carnal; fundam-se numa simpatia real e, por isso, são mais duráveis. (Revista Espírita de 1866, págs. 2 e 3.)

2) Os sexos só existem no organismo; são necessários à reprodução dos seres materiais; mas os Espíritos não se reproduzem uns pelos outros, razão por que os sexos seriam inúteis no mundo espiritual. (Revista Espírita de 1866, págs. 2 e 3.)

É óbvio que estas informações, quando vistas isoladamente, não resolvem a dúvida de nossa amiga. Afinal, se as informações são exatas, por que uns – quando desencarnados – se apresentam com a forma masculina e outros, com a forma feminina?

O entendimento da questão requer que sejam repetidas aqui algumas explicações a que já nos reportamos em outro momento.

Emmanuel, em seu livro Vida e Sexo, obra psicografada por Chico Xavier e publicada pela FEB em 1971, informa-nos:

a) Quando errante – quer dizer, desencarnado – pouco importa ao Espírito reencarnar no corpo de um homem ou de uma mulher. “O que o guia na escolha são as provas por que haja de passar”, como é dito claramente na questão 202 d’ O Livro dos Espíritos.

b) A vida espiritual pura e simples rege-se por afinidades eletivas essenciais; mas, através de milênios e milênios, o Espírito passa por uma série imensa de reencarnações, ora em posição de feminilidade, ora em condições de masculinidade, o que sedimenta o fenômeno da bissexualidade, mais ou menos pronunciado em quase todas as criaturas.

c) O homem e a mulher serão, assim, de maneira respectiva, acentuadamente masculino ou acentuadamente feminina, sem especificação psicológica absoluta.

d) Ao reencarnar, o Espírito pode, obviamente, tomar um corpo feminino ou masculino, atendendo-se ao imperativo de encargos particulares em determinado setor de ação, ou ao cumprimento de obrigações regenerativas.

O assunto examinado por Emmanuel foi, de igual forma, tratado por Allan Kardec, como podemos conferir na Revista Espírita de 1866, págs. 2 a 4.

Diz-nos o Codificador do Espiritismo, no volume citado, que as almas podem, efetivamente, animar corpos de homens e mulheres, tal como é ensinado em O Livro dos Espíritos e no livro Vida e Sexo.

Ocorre, porém, que a influência que o Espírito encarnado sofre do organismo material não se apaga imediatamente após a destruição do invólucro material, assim como não perde ele instantaneamente os gostos e hábitos terrenos.

Se o Espírito percorreu uma série de existências no mesmo sexo, ele poderá conservar durante muito tempo, na erraticidade, o caráter de homem ou de mulher, cuja marca nele ficou impressa.

É assim – devido a essa influência, que repercute da vida corporal à vida espiritual – que ele se apresentará no plano espiritual, na chamada erraticidade, o que explica a existência ali de homens e mulheres, embora estejam desencarnados, quando então revestem o corpo espiritual, ou perispírito, que é a matriz do corpo material que deixaram ao desencarnar.

 


 

 

 

 

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