O
que vem do nosso coração importa
(O que vem do outro, a ele pertence)
CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
A
atitude alheia pode nos ferir se permitirmos assim; ainda pode nos paralisar se
consentirmos; também pode nos alegrar, no entanto tudo o que é benéfico deve
ter passagem abençoada. Há de observar que o comportamento de outrem ‒ um tanto
desfavorável ‒ apenas pode
nos atingir se dessa forma houver a nossa permissão. Nós é que devemos aceitar
ou não as ocorrências que se aproximam. Não há como impedir ou moldar a conduta
de terceiros, mas podemos inteiramente decidir o nosso sentimento e a reação.
Se ainda o
comportamento não condiz com o que, razoavelmente, se espera e fere mais do que
auxilia, apenas se deve agradecer, pois tão mais agradável não ser o causador
de infelicidades, de lágrimas derramadas, de corações feridos. Mil vezes sofrer
(o sofrimento também é uma escolha) a causar sofrimento. Entretanto se a ação
alheia não nos diz respeito, pois o livre-arbítrio é responsabilidade
individual, então que a nossa reflexão seja somente sobre a nossa própria
atitude.
De fato, devemos
preservar com amor e respeito o nosso interior, porque se não fizermos assim
passaremos a maior parte de nosso tempo tentando nos acalmar e recuperar o
nosso ser das infinitas investidas que sofremos, lembrando que todos os seres
são instrumentos para o progresso. Saber reconhecer as oportunidades propicia o
aperfeiçoamento.
Não há maior
amor-próprio do que o próprio autoamor. Portanto, se palavras dolorosas vierem
à nossa direção, que sejamos singelos observadores, e nunca autores. Deixar
passar atitudes arbitrárias é perceber que um passo adiante foi conquistado. E
se outrem ainda age com irreflexão, muito provável que essa conduta decorra de
um coração amargurado e desestruturado. A nossa maior preocupação deve ser com
o nosso crescimento, pois este, sim, dependerá completamente de nós.
A natureza nos
ensina tanto. A lavanda exala um perfume encantador, porque já o possui em sua
essência; árvores frutíferas doam os seus frutos, porque já são capazes dessa
bela doação; o sol compartilha seu calor e luz, pois conhece toda a sua
capacidade; as estrelas cintilam, porque sabem que podem inspirar e salvar
pessoas. Ou seja, a criatura que já sentiu o amor e aprendeu sobre o maior
sentimento também é capaz de amar. Porém a criatura que, por algum motivo ainda,
não aprendeu a amar, de maneira alguma doará amor. O coração só sabe
compartilhar o que viveu, aprendeu ou o que o livre-arbítrio concede. A índole
muito determinará.
As atitudes e
palavras alheias somente poderão nos ferir quando assim o permitirmos. O que
vem do outro é estrita responsabilidade alheia; o que vem de nós, assim nos
retornará, lei universal.
A nossa
preocupação deve ser com o que sai de nosso coração por meio de palavras e
atitudes, simples assim.
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