Reflexões
De todas as dedicações terrestres, a mais
sublime é aquela que nasce do devotamento maternal.
Acompanhamos nossos filhos, por uma disposição
indevassável de Deus, entre flores ou espinhos, entre luzes ou charcos, para
darmos, em favor deles, o próprio coração.
Não existem dois tesouros no campo da alma.
Quem prefere as fantasias douradas da carne,
cedo acorda aqui, em dolorosa e indefinível pobreza!
A fonte da graça espiritual é propriedade
daqueles que, desde o mundo, se unem ao Senhor.
Nem sempre, enquanto nos demoramos no mundo,
sabemos aproveitar a riqueza da fé!
Supomos que a religião é uma ideia que deve
permanecer escravizada aos nossos caprichos e exigências, esperando que as suas
forças representativas gravitem ao lado de nossos desejos.
Basta, porém, um passo além do túmulo, para
compreendermos a verdade.
Se não lapidamos o coração, sobrevém para nós a
tormenta.
São os votos mal cumpridos, as promessas
olvidadas, as tarefas ao abandono, os compromissos relegados ao esquecimento e
a ânsia doentia de colher sem plantar e de auferir lucros sem esforço, na
grande jornada em que junto de nossos amigos e adversários, tanto poderíamos
realizar em nosso proveito!
Bendigamos a luta!...
Sem ela – a energia viva que nos orienta para
cima – que seria de nossas imperfeições? Que seria do ferro bruto sem o fogo da
forja incandescente?
Ajudemo-nos uns aos outros com paciência.
Aqui reconhecemos que mais vale sofrer e servir
sem descanso, que regalar-se a alma no mundo, na expectativa injustificável de
permanência num céu que devemos trabalhar, ainda muito, para merecer.
Do livro Cartas do coração, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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