Cínthia Cortegoso
De Londrina-PR
De Londrina-PR
De uma fresta
da janela, observei uma ação generosíssima no lado de fora. Sempre me sento
numa poltrona mais confortável para escrever alguns pensamentos que rondam a
mente. E esse foi um dos momentos. Havia me ajeitado e quando aspirei o ar
fresco de final de inverno, presenteei-me.
Uma formiga,
daquela meio marrom claro, para não chamá-la de ruiva, estava caminhando e de
repente em sua patinha traseira direita grudou um pedacinho de papel. Que luta!
Andava com dificuldade com aquele incômodo. Tenta tirar, mas não consegue.
Outras formigas também de cor castanha perceberam a agonia que a companheira
passava, e como é de se esperar de um grupo tão organizado quanto o das
formigas, elas se comunicaram e em seguida se aproximaram da infortunada do
momento. Nessa hora até me coloquei em melhor ângulo para compreender o plano
que executariam.
Em poucos
segundos, muitas delas puseram as patinhas no pedaço de papel e apoiaram com
força para a formiguinha poder se desgrudar. E não é que deu certo?! A antes
sofredora, agora livre, saiu correndo mais do que de costume e demonstrava
enorme alívio: - Que felicidade! Estou livre. - sentia a pequenina com tanta
gratidão. Voltou em seguida ao local do ocorrido e lhes prestou toda
assistência.
A habilidade
com que as companheiras se livraram daquele incômodo de celulose foi realmente
incrível. Combinaram, em tempo exato, que todas retirariam as patinhas na contagem
determinada. Pronto. Todas libertas. A formiga ajudada se aproximou de cada
socorrista e, olhando para suas carinhas, agradeceu, com o melhor sentimento, o
socorro a ela prestado.
Após todo
esse aprendizado, recostei-me na poltrona e, mais uma vez, entendi que a união
faz a força onde quer que a vida se encontre. A doação e o recebimento devem
ser ocorrências naturais para o progresso do planeta; até as formiguinhas já
sabem disso.
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