Que será de nós?
Cid Franco
Que será de nós se não sobrevivermos em Cristo tanto quanto
o Cristo busca sobreviver em nós?
Não passaremos de símios acorrentados à teia dos
cromossomos,
Nascendo,
Morrendo
E renascendo
A fim de aprender a edificar a vida pelo amor,
Mas acabando por ceder às tentações do ódio para destruí-la
Qual vem acontecendo
Na sucessão dos evos.
Que será de nós sem a sobrevivência em Cristo?
Quem livrará os povos superdesenvolvidos dos polvos da
ambição e dos cogumelos do extermínio?
Time
Square, Piccadilly, Champs Elysées,
Festivais de Cannes, Passarelas de Roma, Carnavais do Rio,
Quem vos garantirá, na retorta da existência, a
transformação gradativa convertendo-vos o brilho exterior em felicidade real?
Sociedades de Nações, Academias de Ciências, Institutos de
Pesquisas e Organizações Culturais,
Quem vos assegurará a subida em demanda do sol do
sentimento,
Para que os vossos raciocínios brilhem de sublimação à plena
luz?
Companheiros que vos ocultais sob a névoa grossa da
anfetamina
Ou que transitais nas alucinações do ácido lisérgico,
Quem vos soerguerá com paciência, restituindo-vos o
equilíbrio nas trilhas naturais?
Que será de nós se não sobrevivermos em Cristo?
Sem Ele, ai de vós entregues às mandíbulas das máquinas,
Semelhantes a Moloques insaciáveis do sangue das vítimas!
E ai de nós no plano espiritual da Terra,
Que não podemos rogar piedade aos computadores nem pedir
vida nova aos foguetes espaciais!
Que será de nós se não sobrevivermos em Cristo?
Homens, comunidades e nações conhecem a resposta…
Sem sobrevivermos em Cristo, na marcha em direção à
solidariedade isenta das pedras do sarcasmo e livre dos punhos e golpes da
violência, não passaremos de animais amando e odiando, edificando e arrasando,
nas viagens de ida e volta berço-túmulo e túmulo-berço, embora refulgindo no
ápice das conquistas biológicas, transistorizadas em nossas lembranças
ancestrais a rebentarem através de guerras e mais guerras, conforme a filosofia
do imanente e segundo o registro do imemorial.
Poema psicografado pelo médium
Chico Xavier, extraído do cap. 15 do livro Astronautas
do Além, obra de autoria de Francisco Cândido Xavier, J. Herculano Pires e
Espíritos Diversos.
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