Um leitor de
São Paulo-SP pergunta-nos se nas casas espíritas são realizados trabalhos de
magia negra. A indagação mostra que o leitor nada conhece de Espiritismo ou,
então, o confunde com determinadas seitas que se dedicam ao que ele chama magia
negra.
Para que todos
saibam, dá-se o nome de magia negra à magia praticada com maus propósitos.
Magia negra significa também bruxaria, necromancia, nigromancia.
Quem
frequenta um centro espírita sabe que as instituições e os centros espíritas
que seguem a doutrina espírita, tal como foi codificada por Allan Kardec, não
realizam trabalhos de magia branca ou negra, nem qualquer prática que seja
parecida com isso.
As principais
obras de Allan Kardec que contêm os ensinamentos espíritas são estas: O Livro
dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Céu e o Inferno, A Gênese e o Evangelho
segundo o Espiritismo, complementadas pelos artigos que ele publicou na Revista
Espírita, no período de 1858
a 1869.
Em nenhuma delas recomenda-se algo que tenha relação direta ou indireta com as práticas mencionadas, que foram, aliás, objeto de severa crítica por parte do codificador do
Espiritismo, conforme o leitor pode verificar no texto seguinte constante da
Revista Espírita de 1863, págs. 74
a 77:
“Os Judas
existem também no movimento espírita. Eis o que os caracteriza: I) a tendência
para fazer o Espiritismo sair dos caminhos da prudência e da moderação; II) o
estímulo às publicações excêntricas; III) o costume de provocar nas reuniões
assuntos comprometedores sobre política e religião; IV) o hábito de soprar a
discórdia enquanto pregam a união entre os espíritas; V) o lançamento ao
tapete, com habilidade, de questões irritantes ou ferinas, capazes de provocar
dissidências; VI) a implantação da inveja e do desejo de supremacia entre os
vários grupos, encantando-se quando, por meras diferenças de opinião, os grupos
passam a apedrejar-se, erguendo bandeira contra bandeira. Alguns organizam ou
fazem organizar reuniões onde se ocupam exatamente daquilo que o Espiritismo
desaconselha, envolvendo a reunião espírita em práticas ridículas de magia
negra, cartomancia, quiromancia, leitura da buena-dicha
e quejandos, cujo resultado é o descrédito que se lança à doutrina espírita.”
Acreditamos
que, à vista destas palavras de Kardec, ninguém poderá nutrir dúvida alguma com
relação ao que os espíritas verdadeiros pensam a respeito do assunto.
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