quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Iniciação ao estudo da doutrina espírita






Desigualdades das riquezas

Este é o módulo 48 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. A igualdade das riquezas é possível no mundo em que vivemos?
2. Que consequências danosas adviriam da repartição igualitária da riqueza?
3. Como o Espiritismo conceitua a pobreza e qual a sua finalidade?
4. Como o Espiritismo conceitua a riqueza e qual a sua finalidade?
5. Podemos dizer que a riqueza é também instrumento de progresso?

Texto para leitura

A igualdade das riquezas traria consequências danosas
1. A igualdade das riquezas, ensinam os Espíritos Superiores, não é possível no mundo em que vivemos porque a isso se opõe a diversidade das faculdades e dos caracteres. Os homens que vivem em um mundo de expiação e provas, como a Terra, não são criaturas iguais. Há entre eles os que são mais previdentes, mais inteligentes e mais ativos. Logo, se a riqueza fosse repartida com igualdade entre todos, o equilíbrio em pouco tempo estaria desfeito.
2. Admitindo, porém, por hipótese, que essa repartição fosse possível e que o equilíbrio não se rompesse, duas consequências danosas para o progresso da Humanidade seriam inevitáveis.
3. Primeira: tendo cada um somente o suficiente para viver, tornar-se-ia inviável a realização de todos os grandes trabalhos que requerem a alocação de recursos vultosos. Segunda: admitido que a divisão da riqueza desse a cada um o necessário, não existiria mais o aguilhão que impele os homens às descobertas e aos empreendimentos úteis. Se Deus a concentra em certos pontos, é para que daí se expanda e ajude no progresso e bem-estar de todos.
4. Riqueza e pobreza nada mais são que provas, pelas quais o Espírito necessita passar, tendo em vista um objetivo mais alto, que é o seu progresso. Deus concede, pois, a uns a prova da riqueza, e a outros a da pobreza, para experimentá-los de modos diferentes. Aliás, essas provas são, com frequência, escolhidas pelos próprios Espíritos, que, no entanto, nelas geralmente sucumbem.

Riqueza e pobreza são provas muito difíceis
5. Tanto uma quanto outra são, portanto, provas muito difíceis, porque se na pobreza o Espírito pode ser tentado à revolta e à blasfêmia contra o Criador, na riqueza expõe-se ele ao abuso dos bens que Deus lhe empresta, deturpando-lhe seus reais objetivos.
6. Espíritos realmente evoluídos, tanto quanto os que compreendem perfeitamente o significado a Lei de Causa e Efeito, podem solicitar a prova da pobreza como oportunidade para o acrisolamento de qualidades ou a realização de certas tarefas que a riqueza certamente prejudicaria. Algumas vezes, também, o mau uso da fortuna em precedente existência leva o Espírito a pedir a condição oposta, com o que espera reparar abusos cometidos e pôr-se a salvo de novas tentações.
7. A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação. A riqueza é, para os que a usufruem, a prova da caridade e da abnegação. É preciso que entendamos sempre: a existência corpórea é passageira e a morte do corpo priva o homem de todos os recursos materiais de que eventualmente disponha no plano terráqueo. Pobres e ricos voltam, portanto, à vida espiritual em idênticas condições, o que mostra que a condição de rico e a condição de pobre não passam de expressões transitórias.
8. Nenhuma das provas citadas constitui, evidentemente, obstáculo à chamada salvação. Se fosse assim, Deus, que as concede, teria dado a seus filhos um instrumento de perdição, ideia que repugna à razão. No tocante à riqueza, é fácil perceber que, pelas tentações que gera e pela fascinação que exerce, constitui uma prova muito arriscada e até mais perigosa que a pobreza.

A riqueza é poderoso instrumento de progresso
9. Certamente é a esse perigo que Jesus se referia quando disse: “É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no reino dos céus”, frase registrada por Mateus, Lucas e Marcos. O Mestre fazia alusão bastante clara aos males e às tentações a que a riqueza pode conduzir o homem desprevenido, mas é um erro deduzir de suas palavras que ao rico esteja vedado o acesso à salvação, isto é, valendo-nos dos conceitos espíritas, à ascensão a planos evolutivos mais elevados.
10. Se a riqueza somente males houvesse de produzir, Deus não a teria outorgado aos homens. Mas, longe disso, a riqueza, se não constitui elemento direto de progresso moral, é, sem contestação, poderoso elemento de progresso intelectual.
11. Com ela pode o homem melhorar a situação material do mundo em que vive, ampliar a produção de bens, criar maiores e melhores recursos sociais por meio do estudo, da pesquisa e do trabalho. Eis aí o motivo pelo qual é considerada elemento de progresso.
12. Se o indivíduo que a detém se torna egoísta, orgulhoso e insaciável, e a desvia do seu objetivo providencial, prestará contas de seus atos ante a Justiça Divina, enquanto outros terão, por sua vez, oportunidade de fruí-la e provar, por suas atitudes, que é possível vencer essa difícil prova.

Respostas às questões propostas

1. A igualdade das riquezas é possível no mundo em que vivemos?
Não, porque a isso se opõe a diversidade das faculdades e dos caracteres. Os homens que vivem em um mundo de expiação de provas, como a Terra, não são criaturas iguais. Há entre eles os que são mais previdentes, mais inteligentes e mais ativos. Logo, se a riqueza fosse repartida com igualdade entre todos, o equilíbrio em pouco tempo estaria desfeito.
2. Que consequências danosas adviriam da repartição igualitária da riqueza?
Duas seriam as consequências. A primeira: tendo cada um somente o suficiente para viver, tornar-se-ia inviável a realização de todos os grandes trabalhos que requerem a alocação de recursos vultosos. A segunda: admitido que a divisão da riqueza desse a cada um o necessário, não existiria mais o aguilhão que impele os homens às descobertas e aos empreendimentos úteis.
3. Como o Espiritismo conceitua a pobreza e qual a sua finalidade?
A pobreza, tal como a riqueza, nada mais é que uma prova pela qual o Espírito necessita passar, tendo em vista um objetivo mais alto que é o seu progresso. Deus concede, pois, a uns a prova da riqueza, e a outros a da pobreza, para experimentá-los de modos diferentes. A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação.
4. Como o Espiritismo conceitua a riqueza e qual a sua finalidade?
A riqueza, como foi dito, é também uma prova pela qual o Espírito tem de passar, visando ao seu progresso. Se na pobreza o Espírito pode ser tentado à revolta e à blasfêmia contra o Criador, na riqueza expõe-se ele ao abuso dos bens que Deus lhe empresta, deturpando-lhe seus reais objetivos. A riqueza é, para os que a usufruem, a prova da caridade e da abnegação.
5. Podemos dizer que a riqueza é também instrumento de progresso?
Sim. Se não constitui elemento direto de progresso moral, a riqueza é poderoso elemento de progresso intelectual, pois com ela pode o homem melhorar a situação material do mundo em que vive, ampliar a produção de bens, criar maiores e melhores recursos sociais por meio do estudo, da pesquisa e do trabalho. 

Nota:
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