Obstáculos à reprodução humana
Este é o módulo 51 de uma série que esperamos sirva
aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo
compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura.
Questões para debate
1. Em quantos tipos se dividem os obstáculos
opostos à reprodução humana?
2. O casal tem o direito, após estar encarnado, de
limitar o número de filhos?
3. Que acontece à mãe que deveria receber três
filhos e não o fez, devido ao uso de anticoncepcionais?
4. Como interpretar a atitude dos casais que
sistematicamente se valem de anticoncepcionais?
5. A que devemos atribuir os obstáculos naturais à
reprodução humana impostos a certas pessoas?
Texto para leitura
Os filhos não são realizações fortuitas
1. Existem basicamente dois tipos de obstáculos à
reprodução humana: os que podem ser chamados naturais ou cármicos, decorrentes
de faltas cometidas no passado, e os artificiais, fruto da ação do homem com o
fim de impedir a reprodução humana. Estes últimos expressam-se em medidas ou
métodos anticoncepcionais.
2. Allan Kardec formulou a seguinte pergunta aos
Espíritos (O Livro dos Espíritos,
item 693): “São contrários à lei da Natureza as leis e os costumes humanos que
têm por fim ou por efeito criar obstáculos à reprodução?”. Responderam os
imortais: “Tudo o que embaraça a Natureza em sua marcha é contrário à lei
geral”.
3. A posição de Joanna de Ângelis (Após a Tempestade, cap. 10, obra
psicografada por Divaldo P. Franco) é bem clara quanto ao assunto. O homem –
assevera Joanna – pode e deve programar a família que deseja e lhe convém ter:
número de filhos e período propício para a maternidade, mas nunca se eximirá
aos imperiosos resgates a que faz jus, tendo em vista o seu próprio passado. Os
filhos não são realizações fortuitas. Procedem de compromissos aceitos antes da
reencarnação pelos futuros genitores, de modo a edificarem a família de que
necessitam para a própria evolução. É lícito aos casais adiar a recepção de
Espíritos que lhes são vinculados, impossibilitando mesmo que reencarnem por
seu intermédio. Mas as Soberanas Leis da Vida dispõem de meios para fazer que
aqueles rejeitados venham por outros processos à porta dos seus devedores ou
credores, em circunstâncias talvez mui dolorosas, complicadas pela
irresponsabilidade desses cônjuges que ajam com leviandade, em flagrante
desconsideração aos códigos divinos.
Planejamento familiar é questão de foro íntimo
4. Dr. Jorge Andréa entende (Encontro com a Cultura Espírita, págs. 77, 105 e 106) que o
planejamento familiar é questão de foro íntimo do casal. As pílulas
anticoncepcionais têm suas indicações, e muitos motivos, escusos ou não,
estarão ligados ao seu uso. Se uma mãe deveria receber três filhos e não o fez,
pelo uso das pílulas anticoncepcionais, ficará com a carga de responsabilidade
transferida para uma outra época ou, fazendo a substituição, por trabalho
construtivo equivalente em outro setor. No caso das ligaduras de trompas, a
indicação poderá estar na faixa ajustada diante de precisas indicações médicas,
como também nas faixas desajustadas e sem razão de ser. Todos esses atos desencadearão
reações. Ninguém granjeará os degraus superiores da vida sem a autêntica
vivência das menores faixas de evolução.
5. Será preferível um Espírito reencarnar num lar
pobre com as habituais dificuldades de subsistência, ou ficar aturdido e
acoplado à mãe que lhe fechou os canais, criando, nessa simbiose, neuroses e
psicoses de variados matizes? Respondendo a essa questão, diz Dr. Jorge Andréa
(Forças Sexuais da Alma, cap. V,
págs. 124 a 126) que, na maioria das vezes, os Espíritos, quando vêm para a
reencarnação, de há muito já estão em sintonia com o cadinho materno. Se os
canais destinados à maternidade são neutralizados e fechados, é claro que
haverá distúrbios, principalmente no psiquismo de profundidade, isto é, na zona
inconsciente ou espiritual, em que as energias emitidas por essas fontes não
encontram correspondência em seu ciclo.
6. Seria melhor, portanto, não opor obstáculos à
volta dos Espíritos a um corpo de carne, pois o espírita não ignora a seriedade
da planificação reencarnatória. É razoável pensar, portanto, que antes de
retornarmos às experiências físicas nos tenhamos comprometido a receber, como
filhos, um número determinado de Espíritos. A prole estaria, assim, com sua
quota previamente estabelecida quando ainda nos achávamos nos planos
espirituais.
Há obstáculos à reprodução que constituem situações de prova
7. No livro Entrevistas,
pergunta 102, assevera Emmanuel: “Não acreditamos que a coletividade humana
esteja, por enquanto, habilitada espiritualmente a controlar o renascimento na
Terra sem prejudicar seriamente o desenvolvimento da lei de provas
purificadoras”.
8. Como interpretar, desse modo, a atitude dos
casais que evitam filhos e, embora dignos e respeitáveis, sistematizam o uso de
anticoncepcionais? O instrutor Silas, ao responder a semelhante pergunta,
ponderou (Ação e Reação, pág. 210): “Se
não descambam para a delinquência do aborto, na maioria das vezes são
trabalhadores desprevenidos que preferem poupar o suor, na fome de reconforto
imediatista. Infelizmente para eles, porém, apenas adiam realizações sublimes,
às quais deverão fatalmente voltar, porque há tarefas e lutas em famílias que
representam o preço inevitável de nossa regeneração. Desfrutam a existência,
procurando inutilmente enganar a si mesmos; no entanto, o tempo espera-os,
inexorável, dando-lhes a conhecer que a redenção nos pede esforço máximo.
Recusando acolhimento a novos filhinhos, quase sempre programados para eles
antes da reencarnação, emaranham-se nas futilidades e preconceitos das
experiências de subnível, para acordarem, depois do túmulo, sentindo frio no
coração”.
9. Quanto
aos obstáculos naturais ou cármicos à reprodução humana, explica Emmanuel em O Consolador (pergunta 40) que, no
quadro de interpretações da Terra, podem indicar situações de prova para as
almas que se encontram em experiências edificadoras; todavia, se considerarmos
a questão no seu aspecto espiritual, somos obrigados a reconhecer que a
esterilidade não existe para o Espírito que, na Terra ou fora dela, pode ser
fecundo em obras de beleza, de aperfeiçoamento e de redenção.
Respostas às questões propostas
1. Em quantos tipos se dividem os obstáculos opostos à reprodução
humana?
Existem basicamente dois tipos de obstáculos à
reprodução humana: os que podem ser chamados naturais ou cármicos, decorrentes
de faltas cometidas no passado, e os artificiais, fruto da ação do homem com o
fim de impedir a reprodução humana. Estes últimos expressam-se em medidas ou
métodos anticoncepcionais.
2. O casal tem o direito, após estar encarnado, de limitar o número de
filhos?
Kardec perguntou aos Espíritos se são contrários à
lei da Natureza as leis e os costumes humanos que têm por fim ou por efeito
criar obstáculos à reprodução. Responderam os imortais: “Tudo o que embaraça a
Natureza em sua marcha é contrário à lei geral” (L.E., 693). Em uma de suas
obras, Joanna de Ângelis diz que o homem pode e deve programar a família que
deseja e lhe convém ter: número de filhos e período propício para a
maternidade, mas nunca se eximirá aos imperiosos resgates a que faz jus, tendo
em vista o seu próprio passado, visto que os filhos não são realizações
fortuitas.
3. Que acontece à mãe que deveria receber três filhos e não o fez,
devido ao uso de anticoncepcionais?
Tratando dessa questão, Dr. Jorge Andréa explica
que na maioria das vezes os Espíritos, quando vêm para a reencarnação, de há
muito já estão em sintonia com o cadinho materno. Se os canais destinados à
maternidade são neutralizados e fechados, é claro que haverá distúrbios,
principalmente no psiquismo de profundidade, isto é, na zona inconsciente ou
espiritual, em que as energias emitidas por essas fontes não encontram
correspondência em seu ciclo. É isso que pode perfeitamente ocorrer em tais
casos.
4. Como interpretar a atitude dos casais que sistematicamente se valem
de anticoncepcionais?
No livro Ação
e Reação, de André Luiz, o instrutor Silas deu a essa pergunta a seguinte
resposta: “Se não descambam para a delinquência do aborto, na maioria das vezes
são trabalhadores desprevenidos que preferem poupar o suor, na fome de
reconforto imediatista. Infelizmente para eles, porém, apenas adiam realizações
sublimes, às quais deverão fatalmente voltar, porque há tarefas e lutas em
famílias que representam o preço inevitável de nossa regeneração. Desfrutam a
existência, procurando inutilmente enganar a si mesmos; no entanto, o tempo
espera-os, inexorável, dando-lhes a conhecer que a redenção nos pede esforço
máximo. Recusando acolhimento a novos filhinhos, quase sempre programados para
eles antes da reencarnação, emaranham-se nas futilidades e preconceitos das
experiências de subnível, para acordarem, depois do túmulo, sentindo frio no
coração”.
5. A que devemos atribuir os obstáculos naturais à reprodução humana
impostos a certas pessoas?
Segundo informa Emmanuel em seu livro O Consolador, esses obstáculos podem
indicar situações de prova para as almas que se encontram em experiências
edificadoras.
Nota:
Eis os links que remetem aos 3
últimos textos:
Módulo 48 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/10/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita.html
Módulo 49 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/10/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_12.html
Módulo 50 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/10/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_19.html
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