Pluralidade dos mundos
habitados
Este é o módulo 60 de uma série que esperamos sirva
aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo
compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura.
Questões para debate
1. Existem no Universo muitos planetas habitados
como a Terra?
2. As emigrações e imigrações de Espíritos podem
ocorrer em que situações?
3. Os ascendentes da etnia branca existente na Terra
vieram de onde?
4. Que significa a expressão raça adâmica?
5. Em que época, segundo o Gênesis e o
Espiritismo, viveu Adão?
Texto para leitura
As migrações de Espíritos podem dar-se entre os diversos mundos
1. Um dos princípios fundamentais do Espiritismo é
o da pluralidade dos mundos habitados. Na obra da criação divina, entre os
mundos destinados à encarnação de Espíritos em estágio probatório ou
expiatório, encontra-se a Terra, uma das inumeráveis habitações do ser humano.
Evidentemente, existem muitos outros mundos que abrigam humanidades semelhantes
à nossa, não sendo o homem terreno o único ser corpóreo dotado de inteligência,
racionalidade e senso moral no Universo imenso.
2. Criado simples e ignorante, dotado de liberdade
e livre-arbítrio, inclinado tanto para o bem quanto para o mal, falível
portanto, o Espírito sujeita-se a encarnar e reencarnar, experimentando
múltiplas existências corporais na Terra ou em outros planetas, tantas quantas
forem necessárias para ultimar sua depuração e seu progresso. Esse processo
admirável realiza-se através das emigrações e imigrações de Espíritos, ou seja,
da alternância sucessiva e múltipla das existências humanas nos dois planos da
vida: o corpóreo e o espiritual. Todo Espírito encarnado, enquanto seu corpo
vive, está fixado no mundo em que encarnou.
3. Desencarnado, passa ele à condição de Espírito
errante, que é exatamente o indivíduo que ainda necessita de reencarnar para
depurar-se e progredir. No estado de erraticidade o Espírito continua a
pertencer ao mundo onde tem de encarnar, mas, não estando a ele fixado pelo
corpo, é mais livre e pode até mesmo visitar outros mundos, com a finalidade de
instruir-se.
4. As emigrações e imigrações de Espíritos podem
ocorrer também entre mundos diferentes, isto é, podem os Espíritos emigrar de
uns para outros planetas. Uns emigram por força do progresso realizado, que os
habilita a ingressar em um mundo mais adiantado, o que é um prêmio para eles;
outros, ao contrário, são banidos do mundo a que pertencem, por não haverem
acompanhado o progresso moral atingido pela humanidade desse mundo. O exílio
que lhes é imposto constitui verdadeiro castigo, que a lei de justiça impõe aos
recalcitrantes no mal, escravizados ao orgulho e ao egoísmo.
A raça adâmica teve sua origem na imigração de Espíritos
5. Os ensinamentos espíritas aqui resumidos
ajudam-nos a compreender e a melhor explicar as diversidades raciais humanas. A etnia branca existente na Terra, chamada outrora
de “raça branca” (1), foi constituída, inicialmente, de Espíritos emigrados de
um planeta pertencente ao sistema de Capela, uma estrela milhares de vezes
maior que o Sol.
6. Havendo o mencionado planeta atingido um
estágio de progresso condizente com o de um mundo regenerado e mais feliz, mas
permanecendo nele uma legião de Espíritos ainda recalcitrantes no orgulho e em
outros sérios defeitos morais, tiveram eles de ser banidos e, por causa disso,
muitos acabaram sendo encaminhados para o planeta Terra, onde foram recebidos
por Jesus.
7. Em nosso mundo, sendo muito mais adiantados que
os habitantes pertencentes aos povos autóctones ou indígenas, sobretudo no
tocante à inteligência, vieram impulsionar o progresso daqueles, mesclando-se a
eles e expandindo sua cultura por todos os cantos da Terra. Os homens que
resultaram da reencarnação dos exilados de Capela em nosso mundo formaram a
chamada raça adâmica, que deu origem a quatro grupos: os arianos ou indo-europeus, os egípcios, os israelitas e os indianos.
8. A história dos exilados de Capela permite-nos
compreender melhor as narrativas bíblicas acerca de Adão e Eva e sua expulsão
do Paraíso. A lenda do Paraíso perdido funda-se, em verdade, no banimento
daquela legião de Espíritos do planeta capelino, que, se comparado com a Terra,
podia considerar-se efetivamente um paraíso.
9. Emmanuel, em seu livro A Caminho da Luz, nos dá
informações valiosas a respeito da chamada raça adâmica, assunto que foi
tratado igualmente por Kardec em A Gênese. Nesta obra, o Codificador, depois de
aludir à questão das emigrações e imigrações coletivas de Espíritos de um mundo
para outro, faz clara referência à raça adâmica no cap. XI, item 38: “De acordo
com o ensino dos Espíritos, foi uma dessas grandes imigrações, ou se quiserem,
uma dessas Colônias de Espíritos, vinda de outra esfera, que deu origem à raça
simbolizada na pessoa de Adão e, por essa razão mesma, chamada raça adâmica.
Quando ela aqui chegou, a Terra já estava povoada desde tempos imemoriais, como
a América, quando aí chegaram os europeus”.
Adão e Eva viveram na Terra no período neolítico
10. Mais adiantada do que as que a tinham
precedido neste planeta, a raça adâmica foi, com efeito, a mais inteligente e a
que impeliu ao progresso todas as outras. O Gênesis no-la mostra, desde os seus
primórdios, industriosa, apta às artes e às ciências, o que mostra que ela não
passou na Terra pela infância espiritual, diferentemente do que ocorreu com os
demais povos que habitavam, então, o planeta.
11. Tudo leva a crer que a chamada raça adâmica
não é antiga na Terra e nada se opõe a que seja considerada como habitando este
globo desde apenas alguns milhares de anos, o que não estaria em contradição
com os fatos geológicos, nem com as observações antropológicas, antes tenderia
a confirmá-las. Caim e Abel tinham habilidades desconhecidas dos homens
primitivos, como o uso da terra para plantio e o pastoreio. Caim conhecia
também a arte da construção de casas e cidades, uma conquista do período
neolítico, porque antes dele os homens da Terra viviam em cavernas.
12. Chama-se período neolítico ao período da época
holocena em que os vestígios culturais do homem pré-histórico se caracterizavam
pela presença de artefatos de pedra polida (ainda não era utilizado o bronze) e
pelo aparecimento da agricultura. A época holocena, iniciada há cerca de 12.000
anos, é aquela em que as geleiras se restringiram às regiões polares e
ocorreram o desenvolvimento e a expansão da civilização humana.
13. O Espiritismo nos ensina que a espécie humana
não começou por um único homem e que aquele a quem chamamos Adão não foi o
primeiro nem o único a povoar a Terra. Kardec indagou aos Espíritos Superiores:
“Em que época viveu Adão?” Eles responderam: “Mais ou menos na que lhe
assinais: cerca de 4.000 anos antes do Cristo” (L.E., item 51). De fato, a
narrativa contida no cap. 4 do Gênesis nos leva ao mesmo entendimento, porque
somente no período neolítico – entre os anos 5.000 a.C. e 2.500 a.C. – é que
surgiu na Terra o pastoreio, seguido do cultivo da terra, e o homem passou de
caçador a pastor. Ora, Caim cultivava o solo e seu irmão Abel era pastor, o que
prova que a data indicada pelos Espíritos a respeito da época em que viveu Adão
é perfeitamente compatível com os registros históricos. Como o povoamento da
Terra se iniciou em épocas bem mais recuadas, é evidente que não descendemos
dos pais de Abel e Caim, mas de outros ancestrais que teriam vivido muito
antes.
(1) Diversos autores, seguindo critérios distintos
de classificação, propuseram diferentes classificações da humanidade em termos
raciais. A mais básica e difundida é a das três grandes subdivisões: caucasoide
(raça "branca"), negroide (raça "negra") e mongoloide (raça
"amarela"). Como conceito antropológico, essa classificação sofreu
numerosas e fortes críticas, pois a diversidade genética da humanidade parece
apresentar-se num contínuo, e não com uma distribuição em grupos isoláveis, e
as explicações que recorrem à noção de raça não respondem satisfatoriamente às
questões colocadas pelas variações culturais. É, pois, somente pela falta de um
termo mais adequado que utilizamos no texto acima o vocábulo “raça”, certo de
que existe uma única raça no mundo em que vivemos: a raça humana.
Respostas às questões propostas
1. Existem no Universo muitos planetas habitados como a Terra?
Sim. Segundo o Espiritismo, existem muitos outros
mundos que abrigam humanidades semelhantes à nossa, não sendo o homem terreno o
único ser corpóreo dotado de inteligência, racionalidade e senso moral no
Universo imenso.
2. As emigrações e imigrações de Espíritos podem ocorrer em que
situações?
Há Espíritos que emigram por força do progresso
realizado, que os habilita a ingressar em um mundo mais adiantado, o que é um
prêmio para eles; outros, ao contrário, são banidos do mundo a que pertencem,
por não haverem acompanhado o progresso moral atingido pela humanidade desse
mundo. O exílio que lhes é imposto constitui, então, um verdadeiro castigo, que
a lei de justiça impõe aos recalcitrantes no mal, escravizados ao orgulho e ao
egoísmo.
3. Os ascendentes da etnia branca existente na Terra vieram de onde?
Ela foi constituída, inicialmente, de Espíritos
emigrados de um planeta pertencente ao sistema de Capela, uma estrela milhares
de vezes maior que o Sol.
4. Que significa a expressão raça adâmica?
De acordo com o ensino dos Espíritos, foi uma
dessas grandes imigrações de Espíritos, vindos de outra esfera, que deu origem
à raça simbolizada na pessoa de Adão e, por essa razão mesma, chamada raça
adâmica. Quando ela aqui chegou, a Terra já estava povoada desde tempos
imemoriais, como a América, quando aí chegaram os europeus. Mais adiantada do
que os povos que a tinham precedido neste planeta, a raça adâmica foi, com
efeito, a mais inteligente e a que impeliu ao progresso todas as outras. O
Gênesis no-la mostra, desde os seus primórdios, industriosa, apta às artes e às
ciências, o que mostra que ela não passou na Terra pela infância espiritual,
diferentemente do que ocorreu com os demais povos que habitavam, então, o
planeta.
5. Em que época, segundo o Gênesis e o Espiritismo, viveu Adão?
Segundo os ensinos espíritas, Adão viveu cerca de
4.000 anos antes do Cristo, um dado que é compatível com a narrativa contida no
cap. 4 do Gênesis, porque somente no período neolítico – entre os anos 5.000
a.C. e 2.500 a.C. – é que surgiu na Terra o pastoreio, seguido do cultivo da
terra, e o homem passou de caçador a pastor. Ora, conforme o relato bíblico,
Caim cultivava o solo e seu irmão Abel era pastor, o que prova que a data
indicada pelos Espíritos a respeito da época em que viveu Adão está de acordo
com os registros históricos.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 50 e 53.
A Gênese, de Allan Kardec, itens 37, 38, 39 e 56.
Nota:
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