quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Iniciação ao estudo da doutrina espírita




O Universo e sua formação

Este é o módulo 57 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. Como Deus criou o Universo?
2. Quais são os dois elementos gerais do Universo?
3. Que é matéria conforme a acepção comum do termo?
4. Que são elementos químicos e quantos deles existem?
5. Existe no Universo uma única substância primitiva de que se derivam todas as outras?

Texto para leitura

Deus criou o Universo por ato de sua vontade
1. Tudo o que existe e não for obra do homem é obra de Deus. É por isso que dizemos criação divina quando nos reportamos a esse imenso Universo que, como diz Kardec, abrange a infinidade dos mundos que vemos e dos que não vemos, todos os seres animados e inanimados, todos os astros que se movem no espaço, assim como os fluidos que o enchem. Mas, como Deus criou o Universo?
2. A resposta a essa pergunta é ainda um mistério, como o é a própria existência do Criador, e não será a inteligência humana, no estado em que por enquanto se encontra, que irá penetrar tal mistério. Temos de conformar-nos, portanto, a esse respeito, com o que disseram a Kardec os Espíritos Superiores, por intermédio de um deles, e que se encontra na questão 38 d’O Livro dos Espíritos: “Como Deus criou o Universo?” Resposta: “Para me servir de uma expressão corrente, direi: Pela sua vontade. Nada caracteriza melhor essa verdade onipotente do que estas belas palavras da Gênese: Deus disse: Faça-se a luz e a luz foi feita.”
3. Sabemos, no entanto, pela revelação dos Espíritos Superiores, que Deus criou fundamentalmente dois princípios diferentes, diametralmente opostos por suas qualidades essenciais, que são os dois elementos gerais do Universo: o elemento material, bruto e totalmente inerte, e o elemento espiritual, inteligente, suscetível de elaboração e desenvolvimento evolutivo, objetivando a realização de individualidades conscientes, dotadas de razão e de vontade.
4. Com este segundo elemento, criou Deus os Espíritos, que são os seres inteligentes, conscientes e livres do Universo. Com o primeiro – o elemento material – formou Deus os mundos que rolam no espaço, sujeitos às leis da Mecânica Celeste, assim como todos os seres que formam a natureza desses mundos. É desse elemento que vamos especialmente tratar nesta síntese, ao mesmo tempo em que, à luz da Doutrina Espírita, procuraremos penetrar, por pouco que seja, na origem e formação dos mundos. Chamemo-lo simplesmente de matéria e tentemos defini-la.

É infinita a extensão do Universo físico
5. Numa definição bastante singela, podemos dizer que matéria é tudo o que existe constituindo o Universo físico, isto é, onde ocorrem os fenômenos que afetam nossos sentidos, estejam eles desarmados ou armados com potentíssimos instrumentos óticos – telescópios, espectroscópios, microscópios – que nos possibilitaram observações muito além do alcance natural dos nossos órgãos sensórios, levando-nos tanto aos gigantescos mundos, estrelas e galáxias que enchem o espaço, como às mais íntimas estruturas dos seres e das coisas do nosso mundo e de outros relativamente próximos da Terra.
6. Como é infinita a extensão do Universo físico, para estudar a matéria, a fim de bem compreendê-la e defini-la, o homem tem necessariamente que reduzir suas observações a porções limitadas da matéria que se encontra a seu alcance, verificando a possibilidade de generalizar os resultados das observações assim feitas a toda a matéria do Universo.
7. Embora os corpos tenham propriedades gerais que os identifiquem como materiais, à mais simples e superficial observação, vê-se que diferem extraordinariamente uns dos outros, podendo apresentar variedades de aspecto quase infinitas. Diferem em primeiro lugar pelo estado físico, podendo apresentar-se no estado sólido, líquido ou gasoso, ou ainda em estados intermediários, como o pastoso ou o de vapor. Se nos ativermos agora somente aos corpos sólidos, veremos que eles diferem pela forma exterior, e é atendendo a essas diferentes formas que os nomearemos: um cilindro, uma esfera, um cubo, uma pirâmide, uma chapa, um fio, um anel, uma estante etc.
8. Além da forma, os corpos sólidos podem distinguir-se também pelas dimensões, existindo ainda um terceiro ponto que nos permite distinguir mais profundamente os corpos uns dos outros: a substância do corpo. Existem corpos de vidro, outros de madeira, uns são de ferro, outros de cobre e assim por diante. Há corpos que têm a sua substância individual e unívoca, ou seja, constituída de partes absolutamente iguais umas às outras, formando o que se poderia chamar de corpo puro, mas nem todos os corpos são assim, havendo uma imensa maioria na Natureza que se constitui de porções diferentes, separáveis por processos apropriados, indicando que são, em verdade, misturas de duas ou mais substâncias, misturas que podem ser mais ou menos heterogêneas ou aparentemente homogêneas, conforme as dimensões das partículas em que se encontram divididas as substâncias misturadas.

Há no Universo uma única substância primitiva
9. Corpos puros são raríssimos na Natureza, podendo citar-se como um dos pouquíssimos exemplos as amostras de quartzo hialino ou cristal de rocha, constituídas de óxido de silício ou sílica, substância que nessas amostras se encontra em estado puro. A obtenção de corpos puros é obra da indústria química. Obtidos os corpos puros, a análise química mostrou que nem todos são constituídos de princípios materiais indecomponíveis e unívocos, revelando-se a grande maioria decomponíveis em outras substâncias que, por sua vez, podem ainda decompor-se. São as chamadas substâncias compostas.
10. Existe, no entanto, um pequeno número de substâncias simples, isto é, indecomponíveis, delas não se podendo extrair outras substâncias, senão elas próprias, mostrando que constituem princípios elementares e unos, motivo pelo qual foram também chamadas de elementos químicos. A Química, até o momento, pôde estabelecer a existência de um certo número de elementos químicos, que formam, por si mesmos e isolados, ou combinados entre si, todas as substâncias dos corpos. Os elementos químicos naturais, escalonados desde o hidrogênio até o urânio, são em número de 92. Quando se agregam átomos de um só elemento, formam-se substâncias simples; quando se combinam átomos de dois ou mais elementos, formam-se substâncias compostas – eis o que, em brevíssimo resumo, podemos dizer sobre o que a Química pôde estabelecer.
11. Onde, porém, os químicos não podem penetrar com seus poderosos instrumentos de análise, os Espíritos Superiores o fazem revelando-nos que, além do estado denso que conhecemos em nosso mundo, a matéria reveste estados mais sutis, puramente fluídicos. Esses fluidos enchem todo o espaço e se originam, por sua vez, de uma substância elementar primitiva e única – o fluido universal ou matéria cósmica – que, em realidade, é a fonte de que, por modificações e combinações variadíssimas, provém tudo no Universo, mesmo a matéria mais densa.
12. Dignas de toda consideração, pela beleza e verdade que encerram, são as afirmações do Espírito de Galileu que Kardec inseriu no cap. VI de A Gênese: “À primeira vista, não há o que pareça tão profundamente variado, nem tão essencialmente distinto, como as diversas substâncias que compõem o mundo. (...) Entretanto, podemos estabelecer como princípio absoluto que todas as substâncias, conhecidas e desconhecidas, por mais dessemelhantes que pareçam, quer do ponto de vista da constituição íntima, quer do prisma de suas ações recíprocas, são, de fato, apenas modos diversos sob que a matéria se apresenta; variedades em que ela se transforma sob direção das forças inumeráveis que a governam. (...) Há questões que nós mesmos, Espíritos amantes da Ciência, não podemos aprofundar e sobre as quais não poderemos emitir senão opiniões pessoais, mais ou menos hipotéticas. (...) A com que nos ocupamos, porém, não pertence a esse número. Àqueles, portanto, que fossem tentados a enxergar nas minhas palavras unicamente uma teoria ousada, direi: abarcai, se for possível, com olhar investigador, a multiplicidade das operações da Natureza e reconhecereis que, se se não admitir a unidade da matéria, impossível será explicar, já não direi somente os sóis e as esferas, mas, sem ir tão longe, a germinação de uma semente na terra, ou a produção dum inseto. (...) Se se observa tão grande diversidade na matéria, é porque, sendo em número ilimitado as forças que hão presidido às suas transformações e as condições em que estas se produziram, também as várias combinações da matéria não podiam deixar de ser ilimitadas. Logo, quer a substância que se considere pertença aos fluidos propriamente ditos, isto é, aos corpos imponderáveis, quer revista os caracteres e as propriedades ordinárias da matéria, não há, em todo o Universo, senão uma única substância primitiva: o cosmo, ou matéria cósmica dos uranógrafos”.

Respostas às questões propostas

1. Como Deus criou o Universo?
A resposta a essa pergunta é ainda um mistério e, por enquanto, temos de conformar-nos com o que a esse respeito foi respondido a Kardec, conforme texto que forma a questão 38 d´O Livro dos Espíritos: “Para me servir de uma expressão corrente, direi: Pela sua vontade. Nada caracteriza melhor essa verdade onipotente do que estas belas palavras da Gênese: Deus disse: Faça-se a luz e a luz foi feita.”
2. Quais são os dois elementos gerais do Universo?
Os dois elementos gerais do Universo são o elemento material, bruto e totalmente inerte, e o elemento espiritual, inteligente, suscetível de elaboração e desenvolvimento evolutivo, objetivando a realização de individualidades conscientes, dotadas de razão e de vontade.
3. Que é matéria conforme a acepção comum do termo?
Numa definição bastante singela, matéria é tudo o que existe constituindo o Universo físico, isto é, onde ocorrem os fenômenos que afetam nossos sentidos, estejam eles desarmados ou armados com potentíssimos instrumentos óticos.
4. Que são elementos químicos e quantos deles existem?
Elemento químico é nome que se dá a um pequeno número de substâncias simples, isto é, indecomponíveis, das quais não se podem extrair outras substâncias, senão elas próprias, mostrando que constituem princípios elementares e unos. Os elementos químicos naturais, escalonados desde o hidrogênio até o urânio, são em número de 92.
5. Existe no Universo uma única substância primitiva de que se derivam todas as outras?
Sim, o fluido universal ou matéria cósmica, que é a fonte de que, por modificações e combinações variadíssimas, provém tudo o que existe no Universo, mesmo a matéria mais densa, com exceção tão-somente dos seres espirituais.


Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 38, 39, 41, 44, 47 e 49.   
A Gênese, de Allan Kardec, itens 4, 6, 7, 10, 17, 20 e 22.

Nota:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:




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