quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Pílulas gramaticais (287)







Uma das dificuldades de quem fala ou escreve é a chamada colocação dos pronomes oblíquos átonos, mais conhecida como colocação pronominal.
Lembremos inicialmente que os pronomes oblíquos átonos são estes: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, se, os, as, lhes.
Tais pronomes podem ocupar, com relação ao verbo, três posições, a saber:
1ª - antes do verbo – fato chamado de próclise;
2ª - no meio do verbo – circunstância chamada de mesóclise;
3ª - depois do verbo – o que é chamado de ênclise.
Exemplos:
- Esse negócio não me interessa. (Próclise)
- Esse negócio interessa-me, sim. (Ênclise)
- Esse negócio, anos atrás, interessar-me-ia. (Mesóclise)
Começaremos pela próclise a rememoração das normas aplicáveis à colocação nominal.
Próclise designa, em estudos da linguagem, o fenômeno fonético de anteposição duma palavra átona a outra não átona, subordinando-se a primeira ao acento da segunda. O que rege o fenômeno é, em primeiro lugar, a eufonia, ou seja, a harmonia, a elegância, a suavidade na pronúncia.
Há tipos de frases em que, atendendo à eufonia, fica melhor a próclise.
Eis três casos:
- frases exclamativas. (Como te saíste bem na palestra!)
- frases interrogativas. (Quem se oferece para a prece?)
- frases optativas, se o sujeito vier antes do verbo. (Deus nos ampare!)
É, contudo, preciso verificar se não existem na frase as chamadas partículas atrativas precedendo o verbo, porque se convencionou, no tocante ao idioma português, que a próclise se impõe quando o verbo vem precedido das seguintes partículas atrativas:
- expressões ou palavras negativas. (Não se lamente, irmão.)
- advérbios. (Agora se recusa a falar.)
- pronomes relativos. (Está aqui o homem que se diz pintor.)
- pronomes indefinidos. (Poucos se dispõem a estudar.)
- pronomes demonstrativos. (Disso me acusaram, mas terminou tudo bem.)
- conjunções subordinativas. (Saímos porque nos ordenaram.)
Os especialistas em nosso idioma entendem, também, que existem duas formas verbais em que a próclise é de lei:
- quando o infinitivo pessoal vier precedido de preposição. (Por se acharem de acordo, os sócios assinaram o contrato.)
- quando o gerúndio estiver precedido de preposição ou de negação. (Em se calando o réu, a audiência foi interrompida. Não se deixando iludir, a jovem foi à luta.)
Gerúndio [do latim tardio gerundiu] é o nome que se dá à forma nominal do verbo, formada, em português, pelo sufixo -ndo: comendo, falando, deixando, calando etc. 



Como consultar as matérias deste blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: http://goo.gl/OJCK2W, e verá como utilizá-lo e os vários recursos que ele nos propicia.



Nenhum comentário:

Postar um comentário