sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Iniciação aos clássicos espíritas






Cristianismo e Espiritismo

Léon Denis

Parte 5

Continuamos o estudo do livro Cristianismo e Espiritismo, que vimos realizando conforme a 6ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira, baseada em tradução de Leopoldo Cirne.
Esperamos que este estudo constitua para o leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
1) questões preliminares;
2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto indicado para leitura. 

Questões preliminares

A. Como o Espiritismo vê o dogma da Trindade?
B. De que forma o Espiritismo vê Jesus?
C. Em que consiste a doutrina da predestinação?

Texto para leitura

56. A declaração tomada pelo Concílio está em contradição formal com as opiniões dos apóstolos e com as palavras de Jesus, que com frequência se designava Filho do homem, raramente se chamava Filho de Deus e nunca se declarou Deus. (PP. 73 e 74)
57. Pedro entendia que Jesus era “o Cristo”, isto é,  enviado de Deus (Marcos, VIII, 29) e assim se referiu ao Mestre: “Jesus Nazareno foi um varão, aprovado por Deus entre vós, com virtudes e prodígios e sinais que Deus obrou por ele no meio de vós” (Atos, II, 22). Lucas considerava-o um profeta (Lucas, XXIV, 19). Paulo dizia, enfático: “Só há um Deus e um só mediador entre Deus e os homens, que é Jesus-Cristo, homem” (I Timóteo, II, 5). (PP. 76 e 83)
58. A clarividência, as inspirações e o dom de curar, que Jesus possuía em tão elevado grau, encontram-se em todas as épocas, e em diferentes graus, em outros homens. (P. 77)
59. Como ele, mas com menos força e menos êxito, os curadores espíritas tratam dos casos de obsessão e possessão e, pela imposição das mãos, libertam os doentes dos males produzidos pela influência dos Espíritos impuros. (P. 78)
60. A maior parte das moléstias nervosas provém das perturbações causadas por estranhas influências em nosso organismo perispiritual. A ação fluídica de certos homens, firmados na vontade, na prece e na assistência dos Espíritos elevados, pode fazer cessarem essas perturbações, restituindo ao invólucro fluídico as suas vibrações normais. (P. 78)
61. Jesus é, de todos os filhos dos homens, o mais digno de admiração. Divino missionário, nele vemos o homem que ascendeu à eminência final da evolução, e neste sentido é que se lhe pode chamar deus. (P. 79)
62. A passagem de Jesus pela Terra deixou traços indeléveis, e sua influência se estenderá pelos séculos vindouros. Ainda hoje, ele preside aos destinos do globo em que viveu, amou e sofreu. Governador espiritual deste planeta, veio, com seu sacrifício, encarreirá-lo para a senda do bem, e é sob a sua direção que se opera a nova Revelação. (P. 79)
63. O dogma do pecado original atribui odioso papel ao juiz supremo, que condena a criatura humana sob o pretexto de que há milhares de anos um seu antepassado (Adão) cometera um crime. (P. 81)
64. Diz o abade Noirlieu que a queda da Humanidade em Adão e a sua reparação em Jesus Cristo são os dois grandes fatos sobre que repousa o Cristianismo. Sem o dogma do pecado original não mais se concebe a necessidade do Redentor; por isso, nada é ensinado mais explicitamente pela Igreja do que a queda de Adão e suas consequências. (P. 81)
65. Santo Agostinho é o autor do dogma da predestinação e se louva, para defendê-lo, na autoridade de São Paulo, que diz que o homem não pode obter a salvação por suas próprias obras. (P. 82)
66. Desse dogma resulta que os fiéis não se salvam por sua livre vontade, nem por seus merecimentos, porque não há livre-arbítrio em face da soberania de Deus, mas por efeito de uma graça que Deus concede a seus eleitos. (P. 82)
67. Calvino, que defendia ardorosamente tal ideia, chamava-a um “horrível decreto”. (P. 83) (Continua na próxima edição.)

Respostas às questões preliminares

A. Como o Espiritismo vê o dogma da Trindade?
A concepção da Trindade está em contradição formal com as opiniões dos apóstolos e com as palavras de Jesus, que com frequência se designava Filho do homem, raramente se chamava Filho de Deus, e nunca se declarou Deus. Pedro entendia que Jesus era “o Cristo”, isto é, enviado de Deus, e assim se referiu ao Mestre: “Jesus Nazareno foi um varão, aprovado por Deus entre vós, com virtudes e prodígios e sinais que Deus obrou por ele no meio de vós”. Lucas considerava-o um profeta e Paulo dizia, enfático: “Só há um Deus e um só mediador entre Deus e os homens, que é Jesus-Cristo, homem”. (Cristianismo e Espiritismo, cap. VI, pp. 73 a 83.)
B. De que forma o Espiritismo vê Jesus?
Jesus é, de todos os filhos dos homens, o mais digno de admiração. Divino missionário, nele vemos o homem que ascendeu à eminência final da evolução. Governador espiritual deste planeta, veio, com seu sacrifício, encarreirá-lo para a senda do bem, e é sob a sua direção que se opera a nova Revelação. (Obra citada, cap. VI, p. 79.)
C. Em que consiste a doutrina da predestinação?
A doutrina da predestinação tem por fundamento o pensamento, esposado por Paulo, de que o homem não pode obter a salvação por suas próprias obras. Segundo esse dogma, os fiéis não se salvam por sua livre vontade, nem por seus merecimentos, mas por efeito de uma graça que Deus concede a seus eleitos. (Obra citada, cap. VII, pp. 82 e 83.)

Nota:
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