quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Iniciação ao estudo da doutrina espírita







Pluralidade dos mundos
habitados

Este é o módulo 60 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. Existem no Universo muitos planetas habitados como a Terra?
2. As emigrações e imigrações de Espíritos podem ocorrer em que situações?
3. Os ascendentes da etnia branca existente na Terra vieram de onde?
4. Que significa a expressão raça adâmica?
5. Em que época, segundo o Gênesis e o Espiritismo, viveu Adão? 

Texto para leitura

As migrações de Espíritos podem dar-se entre os diversos mundos
1. Um dos princípios fundamentais do Espiritismo é o da pluralidade dos mundos habitados. Na obra da criação divina, entre os mundos destinados à encarnação de Espíritos em estágio probatório ou expiatório, encontra-se a Terra, uma das inumeráveis habitações do ser humano. Evidentemente, existem muitos outros mundos que abrigam humanidades semelhantes à nossa, não sendo o homem terreno o único ser corpóreo dotado de inteligência, racionalidade e senso moral no Universo imenso.
2. Criado simples e ignorante, dotado de liberdade e livre-arbítrio, inclinado tanto para o bem quanto para o mal, falível portanto, o Espírito sujeita-se a encarnar e reencarnar, experimentando múltiplas existências corporais na Terra ou em outros planetas, tantas quantas forem necessárias para ultimar sua depuração e seu progresso. Esse processo admirável realiza-se através das emigrações e imigrações de Espíritos, ou seja, da alternância sucessiva e múltipla das existências humanas nos dois planos da vida: o corpóreo e o espiritual. Todo Espírito encarnado, enquanto seu corpo vive, está fixado no mundo em que encarnou.
3. Desencarnado, passa ele à condição de Espírito errante, que é exatamente o indivíduo que ainda necessita de reencarnar para depurar-se e progredir. No estado de erraticidade o Espírito continua a pertencer ao mundo onde tem de encarnar, mas, não estando a ele fixado pelo corpo, é mais livre e pode até mesmo visitar outros mundos, com a finalidade de instruir-se.
4. As emigrações e imigrações de Espíritos podem ocorrer também entre mundos diferentes, isto é, podem os Espíritos emigrar de uns para outros planetas. Uns emigram por força do progresso realizado, que os habilita a ingressar em um mundo mais adiantado, o que é um prêmio para eles; outros, ao contrário, são banidos do mundo a que pertencem, por não haverem acompanhado o progresso moral atingido pela humanidade desse mundo. O exílio que lhes é imposto constitui verdadeiro castigo, que a lei de justiça impõe aos recalcitrantes no mal, escravizados ao orgulho e ao egoísmo.  

A raça adâmica teve sua origem na imigração de Espíritos
5. Os ensinamentos espíritas aqui resumidos ajudam-nos a compreender e a melhor explicar as diversidades raciais humanas. A etnia branca existente na Terra, chamada outrora de “raça branca” (1), foi constituída, inicialmente, de Espíritos emigrados de um planeta pertencente ao sistema de Capela, uma estrela milhares de vezes maior que o Sol. 
6. Havendo o mencionado planeta atingido um estágio de progresso condizente com o de um mundo regenerado e mais feliz, mas permanecendo nele uma legião de Espíritos ainda recalcitrantes no orgulho e em outros sérios defeitos morais, tiveram eles de ser banidos e, por causa disso, muitos acabaram sendo encaminhados para o planeta Terra, onde foram recebidos por Jesus.
7. Em nosso mundo, sendo muito mais adiantados que os habitantes pertencentes aos povos autóctones ou indígenas, sobretudo no tocante à inteligência, vieram impulsionar o progresso daqueles, mesclando-se a eles e expandindo sua cultura por todos os cantos da Terra. Os homens que resultaram da reencarnação dos exilados de Capela em nosso mundo formaram a chamada raça adâmica, que deu origem a quatro grupos: os arianos ou indo-europeus, os egípcios, os israelitas e os indianos. 
8. A história dos exilados de Capela permite-nos compreender melhor as narrativas bíblicas acerca de Adão e Eva e sua expulsão do Paraíso. A lenda do Paraíso perdido funda-se, em verdade, no banimento daquela legião de Espíritos do planeta capelino, que, se comparado com a Terra, podia considerar-se efetivamente um paraíso.
9. Emmanuel, em seu livro A Caminho da Luz, nos dá informações valiosas a respeito da chamada raça adâmica, assunto que foi tratado igualmente por Kardec em A Gênese. Nesta obra, o Codificador, depois de aludir à questão das emigrações e imigrações coletivas de Espíritos de um mundo para outro, faz clara referência à raça adâmica no cap. XI, item 38: “De acordo com o ensino dos Espíritos, foi uma dessas grandes imigrações, ou se quiserem, uma dessas Colônias de Espíritos, vinda de outra esfera, que deu origem à raça simbolizada na pessoa de Adão e, por essa razão mesma, chamada raça adâmica. Quando ela aqui chegou, a Terra já estava povoada desde tempos imemoriais, como a América, quando aí chegaram os europeus”.

Adão e Eva viveram na Terra no período neolítico
10. Mais adiantada do que as que a tinham precedido neste planeta, a raça adâmica foi, com efeito, a mais inteligente e a que impeliu ao progresso todas as outras. O Gênesis no-la mostra, desde os seus primórdios, industriosa, apta às artes e às ciências, o que mostra que ela não passou na Terra pela infância espiritual, diferentemente do que ocorreu com os demais povos que habitavam, então, o planeta.
11. Tudo leva a crer que a chamada raça adâmica não é antiga na Terra e nada se opõe a que seja considerada como habitando este globo desde apenas alguns milhares de anos, o que não estaria em contradição com os fatos geológicos, nem com as observações antropológicas, antes tenderia a confirmá-las. Caim e Abel tinham habilidades desconhecidas dos homens primitivos, como o uso da terra para plantio e o pastoreio. Caim conhecia também a arte da construção de casas e cidades, uma conquista do período neolítico, porque antes dele os homens da Terra viviam em cavernas.
12. Chama-se período neolítico ao período da época holocena em que os vestígios culturais do homem pré-histórico se caracterizavam pela presença de artefatos de pedra polida (ainda não era utilizado o bronze) e pelo aparecimento da agricultura. A época holocena, iniciada há cerca de 12.000 anos, é aquela em que as geleiras se restringiram às regiões polares e ocorreram o desenvolvimento e a expansão da civilização humana. 
13. O Espiritismo nos ensina que a espécie humana não começou por um único homem e que aquele a quem chamamos Adão não foi o primeiro nem o único a povoar a Terra. Kardec indagou aos Espíritos Superiores: “Em que época viveu Adão?” Eles responderam: “Mais ou menos na que lhe assinais: cerca de 4.000 anos antes do Cristo” (L.E., item 51). De fato, a narrativa contida no cap. 4 do Gênesis nos leva ao mesmo entendimento, porque somente no período neolítico – entre os anos 5.000 a.C. e 2.500 a.C. – é que surgiu na Terra o pastoreio, seguido do cultivo da terra, e o homem passou de caçador a pastor. Ora, Caim cultivava o solo e seu irmão Abel era pastor, o que prova que a data indicada pelos Espíritos a respeito da época em que viveu Adão é perfeitamente compatível com os registros históricos. Como o povoamento da Terra se iniciou em épocas bem mais recuadas, é evidente que não descendemos dos pais de Abel e Caim, mas de outros ancestrais que teriam vivido muito antes.

(1) Diversos autores, seguindo critérios distintos de classificação, propuseram diferentes classificações da humanidade em termos raciais. A mais básica e difundida é a das três grandes subdivisões: caucasoide (raça "branca"), negroide (raça "negra") e mongoloide (raça "amarela"). Como conceito antropológico, essa classificação sofreu numerosas e fortes críticas, pois a diversidade genética da humanidade parece apresentar-se num contínuo, e não com uma distribuição em grupos isoláveis, e as explicações que recorrem à noção de raça não respondem satisfatoriamente às questões colocadas pelas variações culturais. É, pois, somente pela falta de um termo mais adequado que utilizamos no texto acima o vocábulo “raça”, certo de que existe uma única raça no mundo em que vivemos: a raça humana.

Respostas às questões propostas

1. Existem no Universo muitos planetas habitados como a Terra?
Sim. Segundo o Espiritismo, existem muitos outros mundos que abrigam humanidades semelhantes à nossa, não sendo o homem terreno o único ser corpóreo dotado de inteligência, racionalidade e senso moral no Universo imenso.
2. As emigrações e imigrações de Espíritos podem ocorrer em que situações?
Há Espíritos que emigram por força do progresso realizado, que os habilita a ingressar em um mundo mais adiantado, o que é um prêmio para eles; outros, ao contrário, são banidos do mundo a que pertencem, por não haverem acompanhado o progresso moral atingido pela humanidade desse mundo. O exílio que lhes é imposto constitui, então, um verdadeiro castigo, que a lei de justiça impõe aos recalcitrantes no mal, escravizados ao orgulho e ao egoísmo.
3. Os ascendentes da etnia branca existente na Terra vieram de onde?
Ela foi constituída, inicialmente, de Espíritos emigrados de um planeta pertencente ao sistema de Capela, uma estrela milhares de vezes maior que o Sol. 
4. Que significa a expressão raça adâmica?
De acordo com o ensino dos Espíritos, foi uma dessas grandes imigrações de Espíritos, vindos de outra esfera, que deu origem à raça simbolizada na pessoa de Adão e, por essa razão mesma, chamada raça adâmica. Quando ela aqui chegou, a Terra já estava povoada desde tempos imemoriais, como a América, quando aí chegaram os europeus. Mais adiantada do que os povos que a tinham precedido neste planeta, a raça adâmica foi, com efeito, a mais inteligente e a que impeliu ao progresso todas as outras. O Gênesis no-la mostra, desde os seus primórdios, industriosa, apta às artes e às ciências, o que mostra que ela não passou na Terra pela infância espiritual, diferentemente do que ocorreu com os demais povos que habitavam, então, o planeta.
5. Em que época, segundo o Gênesis e o Espiritismo, viveu Adão?
Segundo os ensinos espíritas, Adão viveu cerca de 4.000 anos antes do Cristo, um dado que é compatível com a narrativa contida no cap. 4 do Gênesis, porque somente no período neolítico – entre os anos 5.000 a.C. e 2.500 a.C. – é que surgiu na Terra o pastoreio, seguido do cultivo da terra, e o homem passou de caçador a pastor. Ora, conforme o relato bíblico, Caim cultivava o solo e seu irmão Abel era pastor, o que prova que a data indicada pelos Espíritos a respeito da época em que viveu Adão está de acordo com os registros históricos.


Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 50 e 53.   
A Gênese, de Allan Kardec, itens 37, 38, 39 e 56. 


Nota:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:




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