sexta-feira, 18 de maio de 2018





A Alma é Imortal

Gabriel Delanne

Parte 8

Continuamos o estudo do clássico A Alma é Imortal, de Gabriel Delanne, conforme tradução de Guillon Ribeiro, publicada pela Federação Espírita Brasileira.
Esperamos que este estudo sirva para o leitor como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto indicado para leitura. 

Questões preliminares

A. Episódio semelhante ao de Blaise Pascal ocorreu com o poeta Vergílio. Como, neste caso, a vidente teve certeza de sua vidência?
B. Que é que levou à fundação na Inglaterra da Sociedade de Pesquisas Psíquicas e quais foram seus primeiros resultados?
C. Que provas acerca da objetividade das aparições são mencionadas pelo naturalista Alfred Russel Wallace em seu livro Os milagres do moderno espiritualismo?

Texto para leitura

76. O mesmo fato se deu no caso do retrato do célebre poeta Vergílio, descrito assim, em 25/9/1884, pela sra. Lúcia Grange, diretora do jornal La Lumière e extraordinária médium vidente: “Vergílio - Coroado de louros. Rosto forte, um tanto longo; nariz saliente, com uma bossa do lado; olhos azul-cinza-escuros; cabelos castanho-escuros. Revestido de longa túnica, tem todas as aparências de um homem robusto e sadio”. (Pág. 82)
77. Logo que foi publicado, qualificaram esse retrato de fantástico e suspeito, porque os traços de Vergílio haviam de ser delicados, visto que ele fora muito feminil, “mais mulher do que uma mulher”. Que responder a tais críticas? (Pág. 82)
78. Nada podia ser feito pela vidente, até que uma inesperada descoberta lhe veio dar razão. “Recentemente - informa Delanne - nuns trabalhos de reparação que se faziam em Sousse, encontrou-se um afresco do primeiro século, onde se vê o poeta em atitude de compor a Eneida. O que lhe revelou a identidade foi o poder-se ler, no rolo de papel aberto diante dele, o oitavo verso do poema: Musa mihi causas memora.” Conforme a Revue Encyclopédique de Larousse, a descrição feita pela médium se aplica exatamente ao grande homem, que nada tinha de efeminado. (Págs. 82 e 83)
79. Encerrando o capítulo, Delanne relata o caso da aparição de um magistrado que se havia suicidado nas cercanias de sua casa e, em seguida, considerando não haver dúvidas de que a alma possui efetivamente um envoltório fluídico, propõe a seguinte questão: - Esse envoltório se constitui depois da morte ou está sempre ligado à alma? Se está sempre ligado à alma, há de ser possível comprovar a sua existência durante a vida. Eis o que ele se propõe a esclarecer no capítulo que se segue. (Págs. 84 e 85)
80. O cepticismo contemporâneo - diz Delanne - foi violentamente abalado pela conversão ao Espiritismo dos mais consideráveis sábios da nossa época. A invasão do mundo terrestre pelos Espíritos se produziu mediante manifestações tão espantosas, que homens sérios se puseram a refletir e resolveram estudar por si mesmos os fatos. Sob o influxo dessas ideias, fundou-se então em 1882 na Inglaterra a Sociedade de Pesquisas Psíquicas, cujos principais resultados foram consubstanciados pelos srs. Myers, Gurney e Podmore em dois volumes intitulados: Fantasmas dos Vivos. (Pág. 87)
81. Da Sociedade britânica brotaram um ramo americano e um francês. Na França, foram membros-correspondentes seus, entre outros, os srs. Richet, Ribot, Ferré, Pierre Janet e Liébault. Note-se que, além da obra citada, a Sociedade publicava mensalmente relatos contidos em resenhas sob o nome de Proceedings. (Pág. 87)
82. As experiências tiveram por objeto, primeiramente, verificar a possibilidade de duas inteligências transmitirem uma à outra seus pensamentos, sem qualquer sinal exterior. Os resultados obtidos foram notáveis e essa ação de um espírito sobre outro, sem contacto perceptível, foi denominada Telepatia. (Pág. 88)
83. Mas, de pronto, o fenômeno assumiu outro aspecto: alguns operadores, em vez de apenas transmitirem seus pensamentos, se mostraram aos que tinham de recebê-los, havendo, pois, verdadeiras aparições. Como os experimentadores não eram espíritas, nem admitiam a existência da alma qual a define o Espiritismo, viram-se constrangidos a formular uma hipótese: o paciente impressionado não tem uma visão real, mas apenas uma alucinação, isto é, imagina ver uma aparição. A visão é, pois, subjetiva, interna e não objetiva. Daí lhe chamarem alucinação verídica ou telepática. (Págs. 88 e 89)
84. Se fosse possível passar em revista todos os fenômenos de ações telepáticas referidas nos dois livros e nos Proceedings, seria fácil, diz Delanne, demonstrar que a hipótese da alucinação não consegue explicar todos os fatos. Cinco provas da objetividade de algumas dessas aparições podem destacar-se dessas narrativas, como bem acentuou o grande naturalista Alfred Russel Wallace: 1ª - A simultaneidade da percepção do fantasma por muitas pessoas; 2ª - Ser a aparição vista por diversas testemunhas, como se ocupasse diferentes lugares, por efeito de um movimento aparente, ou então ser vista no mesmo lugar, sem embargo do deslocamento do observador; 3ª - As impressões que os fantasmas produzem nos animais; 4ª - Os efeitos físicos que a visão produz;  5ª - O fato de as aparições poderem ser fotografadas, ou de terem-no sido, quer fossem visíveis, ou não, às pessoas presentes. (Pág. 89)
85. Claro que em certos casos, assevera Delanne, a aparição é uma alucinação pura e simples, produzida pelo pensamento do agente. As circunstâncias que acompanham a visão é que devem servir de critério para julgar-se da objetividade da aparição. (Pág. 91) (Continua no próximo número.)

Respostas às questões preliminares

A. Episódio semelhante ao de Blaise Pascal ocorreu com o poeta Vergílio. Como, neste caso, a vidente teve certeza de sua vidência?
A médium vidente disse, ao descrevê-lo, que Vergílio tinha um rosto forte e as aparências de um homem robusto e sadio, mas essa descrição foi considerada suspeita, porque os traços de Vergílio deveriam ser delicados, uma vez que ele fora muito feminil, “mais mulher do que uma mulher”. A vidente nada podia fazer, até que nuns trabalhos de reparação que se faziam em Sousse encontrou-se um afresco do primeiro século em que se vê o poeta quando compunha a Eneida. O que lhe revelou a identidade foi o poder-se ler, no rolo de papel aberto diante dele, o oitavo verso do poema: Musa mihi causas memora. Conforme a Revue Encyclopédique de Larousse, a descrição feita pela médium se aplicava exatamente ao grande homem, que nada tinha de efeminado. (A Alma é Imortal, págs. 82 e 83.)
B. Que é que levou à fundação na Inglaterra da Sociedade de Pesquisas Psíquicas e quais foram seus primeiros resultados?
A invasão do mundo terrestre pelos Espíritos se produziu mediante manifestações tão espantosas, que homens sérios se puseram a refletir e resolveram estudar por si mesmos os fatos. Sob o influxo dessas ideias, fundou-se em 1882 na Inglaterra a Sociedade de Pesquisas Psíquicas, cujos principais resultados foram consubstanciados pelos srs. Myers, Gurney e Podmore em dois volumes intitulados: Fantasmas dos Vivos. Da Sociedade britânica brotaram um ramo americano e um francês. Na França, foram membros-correspondentes seus, entre outros, os srs. Richet, Ribot, Ferré, Pierre Janet e Liébault. Além da obra citada, a Sociedade publicava mensalmente relatos contidos em resenhas sob o nome de Proceedings. As experiências tiveram por objeto, primeiramente, verificar a possibilidade de duas inteligências transmitirem uma à outra seus pensamentos, sem qualquer sinal exterior. Os resultados obtidos foram notáveis e essa ação de um espírito sobre outro, sem contacto perceptível, foi denominada Telepatia. (Obra citada, págs. 87 e 88.)
C. Que provas acerca da objetividade das aparições são mencionadas pelo naturalista Alfred Russel Wallace em seu livro Os milagres do moderno espiritualismo?
São cinco as provas da objetividade das aparições mencionadas pelo grande naturalista Wallace: 1ª - A simultaneidade da percepção do fantasma por muitas pessoas; 2ª - Ser a aparição vista por diversas testemunhas, como se ocupasse diferentes lugares, por efeito de um movimento aparente, ou então ser vista no mesmo lugar, sem embargo do deslocamento do observador; 3ª - As impressões que os fantasmas produzem nos animais; 4ª - Os efeitos físicos que a visão produz; 5ª - O fato de as aparições poderem ser fotografadas, ou de terem-no sido, quer fossem visíveis, ou não, às pessoas presentes. (Obra citada, págs. 88 e 89.)

Nota:
Eis os links que remetem aos três últimos textos:





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