sábado, 26 de maio de 2018




O Amor Divino das Mães
   
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Amigo leitor, como você sabe, desde que perdi minha mãe, no Morro do Livramento, ainda criança, um sentimento de dor profunda invadiu-me o coração. Em minha tristeza, por ter perdido, antes, irmãzinha em tenra idade, julgava que também não viveria muito tempo nesta escola, hospital e prisão que é o orbe terrestre.
Alguns amigos, vendo minha tristeza e percebendo o prazer que me dava a leitura, incentivaram-me a escrever poesia para espantar a melancolia. Aceitei o convite e passei a rabiscar uns versos muito comentados por meus parentes, embora os escritos não passassem de traços infantis.
Uma pessoa, em especial, incentivava-me, toda orgulhosa. Era minha madrasta, Maria Inês da Silva. As saudades da outra Maria, minha mãe Maria Leopoldina Machado de Assis, entretanto, não me abandonavam. Outra minha incentivadora foi a Sra. Petronilha, homenageada com o poema intitulado À Ilma. Sra. D.P.J.A., que não merece comentar...
Mas o que me amargurava era a saudade de mamãe, a quem imaginava que o Senhor iria me reunir na terra dos pés juntos. A mãe que me deixou, tísica, ainda muito jovem, quando eu ainda não completara dez anos. 
Anos depois, com muito orgulho, li meu poema publicado pelo amigo Paula Brito em sua folha jornalística intitulada A Marmota Fluminense. O título do poema era Saudades e sua última estrofe termina assim:

Se perdi minha mãe sendo tão moço,
Se padeço de ti tanta saudade,
Não posso existir no mundo triste;
É melhor eu morrer já nesta idade!

Mas Deus reservara-me vida razoavelmente longa e ilusório brilho literário em minha pátria e no mundo. Viveria até os 69 anos e, “modéstia às favas”, antes ou depois de mim, “nunca na história deste país”, alguém seria membro da Academia Brasileira de Letras, que também presidi, embora tendo frequentado menos de quatro anos de estudo escolar.
Hoje, que se comemora mais um dia das mães, quero homenagear essa santa de todos os lares com mais um singelo poema, ao qual intitulei

Mãe, anjo divino
   
O calendário assinala
Uma data especial
Dedicada a quem nos dá
Nova existência carnal.

Em toda parte se ouvem
Louvores, canto, oração
Dedicados às mamães,
Cheios de amor e emoção.

Desde quando vem ao mundo
O ser gerado por ti
São duas vozes que choram
Ao lado de quem sorri.

Com amor e proteção,
Crescem cheios de cuidados
Do teu coração materno
Filhas e filhos amados.

Quantas vezes a mamãe
Oculta sua ternura
Do fundo do coração
Por trás de palavra dura.

Outras vezes, sua prole
Está correndo perigo,
Mas a mãe, sempre zelosa,
Amedronta o inimigo...

O tempo passa depressa
É o que se reconheceu,
Mas no coração de mãe
O filho jamais cresceu.

Quando Deus fez a mulher,
No início da criação,
Transmitiu-lhe seu poder
De anjo da procriação.

Desde então um só Amor,
Além da bênção dos pães,
É que nos sustenta a vida:
O Amor Divino das Mães.







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