sexta-feira, 25 de maio de 2018




A Alma é Imortal

Gabriel Delanne

Parte 9

Continuamos o estudo do clássico A Alma é Imortal, de Gabriel Delanne, conforme tradução de Guillon Ribeiro, publicada pela Federação Espírita Brasileira.
Esperamos que este estudo sirva para o leitor como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto indicado para leitura. 

Questões preliminares

A. Um caso de aparição espontânea envolvendo o grande poeta Goethe é mencionado por Delanne. Como esse fato ocorreu?
B. Que lições Delanne extraiu de um caso de desdobramento narrado pelo Dr. Paul Gibier em seu livro Análise das Coisas?
C. Em que consiste a bicorporeidade?

Texto para leitura

86. Dentre os fatos de aparições espontâneas, o livro As Alucinações Telepáticas, tradução resumida dos Fantasmas dos Vivos, publicada em francês pelo sr. Marillier, mestre da Escola de Altos Estudos, contém o relato feito pela sra. Pole Carew em 31/10/1883 envolvendo a escocesa Helena Alexander, que, momentos antes de falecer, recebeu a visita de sua mãe, que ainda estava encarnada. (Págs. 91 e 92)
87. Era madrugada quando a sra. Reddell, que cuidava de Helena, então acamada, ouviu abrir-se a porta do quarto e viu entrar uma velha muito gorda, vestindo uma camisola de dormir e uma saia de flanela vermelha, tendo à mão um castiçal de cobre, com uma vela acesa. Quando, avisados da morte de Helena, os parentes vieram para assistir aos funerais, a sra. Reddell reconheceu a senhora idosa que estivera no quarto: era a mãe de Helena que, desdobrada, fora visitá-la. (Págs. 92 e 93)
88. Se a aparição fosse apenas uma alucinação telepática, indaga Delanne, como pôde abrir a porta da casa e do quarto? É que não houve alucinação, mas uma aparição verdadeira, a mostrar que o duplo é a reprodução exata do ser vivo e que o corpo físico do agente se achava imerso em sono durante a manifestação. (Págs. 94 e 95)
89. Um fato que se passou com o grande poeta alemão Wolfgang von Goethe reforça esse entendimento. O poeta estava em Weimar com seu amigo K... quando, de súbito, viu Frederico, outro grande amigo, residente em Frankfurt, que lhe apareceu em plena rua trajando vestes do poeta e calçando suas chinelas. Quando a aparição se desfez, Goethe percebeu que tivera apenas uma visão, mas não atinou com a sua causa. Teria o amigo morrido repentinamente? (Págs. 95 e 96)
90. Ao chegar à sua casa, uma surpresa: Frederico ali estava, vestido com roupas do poeta e tudo então se explicou. Ele chegara à casa de Goethe todo molhado da chuva e por isso vestira as roupas do amigo. Depois, adormecera numa poltrona e sonhara ter ido ao encontro do poeta e que este o interpelara assim: “Tu, aqui em Weimar?” Desde esse dia, Goethe acreditou noutra vida após a terrena. (Pág. 96)
91. Refere a sra. Stone, em depoimento contido na obra As Alucinações Telepáticas, ter sido vista três vezes por pessoas diversas em lugares onde não se achava fisicamente presente. Após relatar os três episódios, Delanne observa que a sra. Stone se desprendia quando ela se achava de cama. O desdobramento explica os fatos, visto que, numa outra circunstância, sua cunhada pôde ver-lhe distinta e simultaneamente o corpo físico e o corpo fluídico. (Págs. 99 e 100)
92. Em seu livro Análise das Coisas, Dr. Paul Gibier refere um caso de desdobramento involuntário, mas consciente, de um moço de trinta anos, talentoso artista gravador. Informações interessantes podem ser colhidas desse relato: I) Ao mirar-se diante de um espelho, o Espírito desdobrado não viu a sua imagem. II) Mal se formou nele o desejo de visitar a casa do vizinho, achou-se nela, de súbito, sem saber como pôde atravessar a parede com tanta facilidade. III) Para mudar de lugar, não era preciso mais do que querer. Aparecia então imediatamente onde desejasse. (Págs. 101 a 103)
93. Três lições podem ser, segundo Delanne, extraídas dessa experiência. A primeira, o fato de que a exteriorização da alma não resultou de uma alucinação, porque é inteiramente real a visão do apartamento vizinho, que o rapaz não conhecia. A segunda, a demonstração de que a alma, quando desprendida do corpo, possui uma forma definida e tem o poder de passar através dos obstáculos materiais, bastando-lhe a vontade para transportar-se aonde queira. A terceira, a informação de que a alma, quando desprendida, tem uma vista mais penetrante do que no estado normal, pois que o moço via o seu próprio coração a bater dentro do peito. (Págs. 103 e 104)
94. Uma última observação pertinente ao fenômeno: a impossibilidade revelada pelo rapaz de mover, quando desdobrado, o disco do parafuso de seu lampião. Essa impossibilidade, peculiar a todos os Espíritos no espaço, decorre da rarefação do perispírito. Pode dar-se, porém, que – graças a um afluxo de energia tomada ao corpo material – o envoltório fluídico adquira o poder de objetivação em grau suficiente para atuar sobre objetos materiais. A aparição da mãe de Helena Alexander evidenciava essa substancialidade, como vimos no item 87 acima. (Pág. 104)
95. Delanne transcreve, então, na sequência de seu livro, dois fatos de aparições tangíveis de vivos. (Págs. 105 a 107)
96. Os Anais Psíquicos, edição de setembro-outubro de 1896, narram o seguinte fato relatado pelo sr. Stead. No dia 13 de outubro, um domingo, ele viu entrar no templo a sra. A..., cujo estado de saúde inspirava sérias inquietações. Um dos membros da congregação lhe ofereceu um livro de preces, que ela aceitou e posteriormente ergueu por várias vezes durante o ofício religioso. Visitando a enferma no dia seguinte, o sr. Stead certificou-se de que a sra. A... não saíra de casa naquele domingo, devido ao grave estado de saúde que a retinha no leito. (Págs. 107 e 108)
97. Depois de transcrever um fato em que a aparição também conversou com as pessoas e um outro em que o duplo bateu à porta e bebeu um copo d’água, Delanne observa que nesses fatos não mais se trata de telepatia, mas, sim, de bicorporeidade completa. A aparição que anda, conversa, engole água não pode ser uma imagem mental: é verdadeira materialização da alma de um vivo. (Pág. 110)
98. Se a imagem se materializa suficientemente para abrir ou fechar uma porta, para dar beijos, para segurar um livro, para conversar, temos de admitir que em tais fatos há mais do que simples impressão mental do paciente. (Pág. 111)
99. No curso da vida, a alma se acha intimamente unida ao corpo, do qual não se separa completamente, senão pela morte. Mas, sob a ação de diversas influências: sono natural, sono provocado, perturbações patológicas, ou forte emoção, lhe é possível exteriorizar-se bastante para se transportar, quase instantaneamente, a determinado lugar e, em lá chegando, tornar-se visível de maneira a ser reconhecida. (Pág. 112) (Continua no próximo número.)

Respostas às questões preliminares

A. Um caso de aparição espontânea envolvendo o grande poeta Goethe é mencionado por Delanne. Como esse fato ocorreu?
Goethe estava em Weimar com seu amigo K... quando, de súbito, viu Frederico, outro grande amigo, residente em Frankfurt, que lhe apareceu em plena rua trajando vestes do poeta e calçando suas chinelas. Quando a aparição se desfez, Goethe percebeu que tivera apenas uma visão, mas não atinou com sua causa. Teria o amigo morrido repentinamente? Ao chegar à sua casa, uma surpresa: Frederico ali estava, vestido com roupas do poeta e tudo então se explicou. Ele chegara à casa de Goethe todo molhado da chuva e por isso vestira as roupas do amigo. Depois, adormecera numa poltrona e sonhara ter ido ao encontro do poeta e que este o interpelara assim: “Tu, aqui em Weimar?” Desde esse dia, Goethe acreditou noutra vida após a terrena. (A Alma é Imortal, págs. 95 e 96.)
B. Que lições Delanne extraiu de um caso de desdobramento narrado pelo Dr. Paul Gibier em seu livro Análise das Coisas?
Eis as informações colhidas desse caso: 1) Ao mirar-se diante de um espelho, o Espírito desdobrado não viu a sua imagem. 2) Mal se formou nele o desejo de visitar a casa do vizinho, achou-se nela, de súbito, sem saber como pôde atravessar a parede com tanta facilidade. 3) Para mudar de lugar, não era preciso mais do que querer. Aparecia então imediatamente onde desejasse. Lições extraídas do relato: Primeira: o fato de que a exteriorização da alma não resultou de uma alucinação, porque é inteiramente real a visão do apartamento vizinho, que o rapaz não conhecia. Segunda: a demonstração de que a alma, quando desprendida do corpo, possui uma forma definida e tem o poder de passar através dos obstáculos materiais, bastando-lhe a vontade para transportar-se aonde queira. Terceira: a informação de que a alma, quando desprendida, tem uma vista mais penetrante do que no estado normal, pois que o moço via seu próprio coração a bater dentro do peito. (Obra citada, págs. 101 a 104.)
C. Em que consiste a bicorporeidade?
Quando a aparição anda, conversa e engole água, isso não pode ser uma imagem mental: é verdadeira materialização da alma de um vivo. Se a imagem se materializa suficientemente para abrir ou fechar uma porta, para dar beijos, para segurar um livro, para conversar, temos de admitir que em tais fatos há mais do que simples impressão mental do paciente. No curso da vida, a alma se acha intimamente unida ao corpo, do qual não se separa completamente, senão pela morte. Mas, sob a ação de diversas influências: sono natural, sono provocado, perturbações patológicas, ou forte emoção, lhe é possível exteriorizar-se bastante para se transportar, quase instantaneamente, a determinado lugar e, em lá chegando, tornar-se visível de maneira a ser reconhecida. Eis o que Delanne chama de bicorporeidade. (Obra citada, págs. 110 a 112.)

Nota:
Eis os links que remetem aos três últimos textos:






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