O céu pode
estar bem perto
No artigo intitulado “O dia em que fui
ao céu”, publicado na revista O
Consolador [eis o link: http://www.oconsolador.com.br/ano12/573/especial.html],
nosso amigo Marcelo Teixeira evoca um momento de grande felicidade que ele pôde
vivenciar trinta anos atrás. Vale a pena ler o artigo, porque seu depoimento
confirma uma tese conhecida dos espíritas a respeito dos benefícios da
caridade, tanto para quem é dela o alvo, como para quem a pratica.
S. Vicente de Paulo, cuja obra social
dedicada aos pobres é sobejamente conhecida de católicos e não católicos, a
ponto de ter sido declarado em 12 de maio de 1885, por Leão XIII, patrono de
todas as obras de caridade da Igreja Católica, refere-se ao assunto em uma
mensagem transmitida mediunicamente e inserida por Allan Kardec no cap. XIII d´O Evangelho segundo o Espiritismo.
Da mensagem assinada pelo campeão da
caridade, destacamos os pontos abaixo:
- Toda a eterna felicidade se contém
neste preceito: "Amai-vos uns aos outros”. Não pode a alma elevar-se às
altas regiões espirituais, senão pelo devotamento ao próximo; somente nos
arroubos da caridade encontra ela ventura e consolação.
- Sede bons, amparai os vossos irmãos,
deixai de lado a horrenda chaga do egoísmo. Cumprido esse dever, abrir-se-vos-á
o caminho da felicidade eterna.
- Qual dentre vós ainda não sentiu o
coração pulsar de júbilo, de íntima alegria, à narrativa de um ato de bela
dedicação, de uma obra verdadeiramente
caridosa?
- Se unicamente buscásseis a volúpia
que uma ação boa proporciona, conservar-vos-íeis sempre na senda do progresso
espiritual. Não vos faltam os exemplos; rara é apenas a boa vontade.
- A caridade é a virtude fundamental
sobre que há de repousar todo o edifício das virtudes terrenas. Sem ela não
existem as outras.
- Sem a caridade não há esperar melhor
sorte, não há interesse moral que nos guie; sem a caridade não há fé, pois a fé
não é mais do que pura luminosidade que torna brilhante uma alma caridosa.
- A caridade é, em todos os mundos, a
eterna âncora de salvação; é a mais pura emanação do próprio Criador; é a sua
própria virtude, dada por ele à criatura. Como desprezar essa bondade suprema?
Qual o coração, disso ciente, bastante perverso para recalcar em si e expulsar
esse sentimento todo divino? Qual o filho bastante mau para se rebelar contra
essa doce carícia: a caridade?
- Homens de bem, de boa e firme
vontade, uni-vos para continuar amplamente a obra de propagação da caridade; no
exercício mesmo dessa virtude, encontrareis a vossa recompensa; não há alegria
espiritual que ela não proporcione já na presente vida. (Excertos da mensagem
publicada no cap. XIII, item 12, d´O
Evangelho segundo o Espiritismo.)
Lendo as palavras de S. Vicente de
Paulo, torna-se fácil compreender a alegria descrita por Marcelo Teixeira
decorrente do importante ato por ele praticado numa idade em que mal havia
saído da adolescência e que, como vemos, marcou-o para o resto da vida.
Imitemo-lo e, sem dúvida, colheremos
alegria semelhante, impregnada da justa sensação de que o céu pode estar bem
mais perto do que imaginamos.
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