Telepatia e pressentimentos
Este é o módulo 88 de uma série que esperamos
sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo
compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura.
Questões para debate
1. Como podemos definir a telepatia?
2. As manifestações telepáticas se produzem com
maior intensidade antes ou depois da morte corpórea?
3. Que casos se enquadram na chamada telepatia
espontânea?
4. Como Kardec define o pressentimento?
5. A que se deve, segundo o Espiritismo, a
ocorrência dos pressentimentos?
Texto para leitura
Telepatia é a transmissão do pensamento de um ser para outro
1. Os Espíritos exercem tamanha influência sobre
nossos pensamentos e atos, que amiúde somos por eles dirigidos. O fato se dá porque
eles povoam os mesmos espaços em que vivemos, acompanham-nos em nossas
atividades e ocupações, intervêm em nossas reuniões e nos seguem ou nos evitam,
conforme os atraímos ou repelimos. Estamos, pois, cercados por Espíritos,
independentemente de sermos ou não médiuns produtivos, e sua influência oculta
sobre nós se faz sentir em razão do grau de afinidade que mantivermos com
eles.
2. Essa influência é, às vezes, tão sutil que não
conseguimos estabelecer uma separação entre o que nos é próprio e o que é dos
Espíritos. Daí é fácil deduzir que entre nossas ideias e imagens mentais podem
estar disseminadas ideias e desejos de Espíritos estranhos, sem que disso nos
apercebamos.
3. Analisando essa influência podemos entender
melhor o fenômeno vulgarmente denominado telepatia, que consiste, em essência,
na ocorrência de uma impressão psíquica intensa que se manifesta geralmente de
inopino, seja durante o estado de vigília, seja durante o sono, impressão essa
que tem ligação com um acontecimento desenrolado a distância. Resumidamente,
telepatia é a transmissão do pensamento de um ser para outro.
4. Há entre certos indivíduos uma certa
comunicação de pensamentos que dá causa a que se vejam e se compreendam sem
precisarem, para isso, dos sinais ostensivos da linguagem. Pode-se dizer que
eles falam a linguagem dos Espíritos. Em tais fenômenos há sempre alguém que é
mais apto para transmitir o pensamento e outro com maior predisposição para ser
receptor.
O termo telepatia foi proposto por Frederic Myers em 1882
5. O estudo da telepatia iniciou-se por volta de
1825, quando se fizeram na França as primeiras experiências magnéticas, mas
somente muito mais tarde é que se encarou a telepatia com seriedade científica.
O termo foi proposto por Frederic Myers em 1882 e adotado nos trabalhos da
Society Psychical Research. Asseverou Myers: “Entendo por telepatia a
transmissão do pensamento e das sensações feita pelo Espírito de um indivíduo a
outro sem que seja pronunciada uma palavra, escrito um vocábulo ou feito um
sinal”.
6. A telepatia faz-nos subir mais um degrau na
escala da vida psíquica. Achamo-nos diante desse fenômeno na presença de um ato
poderoso da vontade. As manifestações telepáticas não comportam limites. O
poder e a independência da alma nelas se revelam soberanamente porque o corpo
físico nenhum papel representa no fenômeno; em verdade, ele constitui mais um
obstáculo do que um auxílio. Por causa disso, tais manifestações se produzem
com maior intensidade depois da morte.
7. A telepatia pode ser espontânea ou
experimental.
8. A telepatia espontânea subdivide-se em: a)
transmissão relativa a um acontecimento futuro iminente – casos de
pressentimentos, premonições, visões premonitórias e aparições de moribundos;
b) transmissão relativa ao presente ou a um passado recente – casos de visões
nítidas ou adivinhação de acontecimentos afastados, bem como aparições de
vivos. Com frequência, o fenômeno diz respeito a uma pessoa unida ao
percipiente por laços afetivos mais ou menos fortes.
Pressentimento é uma intuição vaga das coisas futuras
9. A telepatia experimental engloba os casos que
traduzem uma impressão psíquica produzida a distância sobre uma pessoa pela
ação e força da vontade de outra pessoa. Os estudiosos reconhecem, porém, que a
telepatia experimental encontra-se longe de ser estabelecida de modo tão nítido
quanto a espontânea.
10. Um outro tipo de influência dos Espíritos em
nossos pensamentos e atos é o pressentimento, que é definido por Allan Kardec
em O Livro dos Médiuns como sendo uma
intuição vaga das coisas futuras. Algumas pessoas, diz o Codificador, têm essa
faculdade mais ou menos desenvolvida. O fato deve-se às vezes a uma espécie de
dupla vista, que permite ao indivíduo entrever as consequências e a filiação
dos acontecimentos; mas, em muitos casos, é o resultado de comunicações
ocultas. É então, sobretudo nesses casos, que se pode dar aos que dela são
dotados o nome de médiuns de pressentimentos, que constituem uma variedade dos
médiuns inspirados.
11. Neste último caso, isto é, no pressentimento
como consequência de uma comunicação oculta, quem geralmente se comunica é um
Espírito amigo e bondoso, alguém que traz um conselho íntimo ou uma advertência
carinhosa a uma pessoa estimada.
12. O pressentimento pode manifestar-se também
através de uma vaga lembrança que o Espírito tem das provas ou dos
acontecimentos a que deverá submeter-se. Pressentir a hora da desencarnação,
por exemplo, tem sido uma ocorrência até certo ponto comum em muitos
indivíduos. E se alguns pressentem a sua desencarnação porque foram avisados
por parentes ou amigos desencarnados, outros, contudo, têm disso uma firme
convicção sem que saibam explicar o motivo.
Respostas às questões propostas
1. Como podemos definir a telepatia?
O fenômeno vulgarmente denominado telepatia
consiste na ocorrência de uma impressão psíquica intensa que se manifesta
geralmente de inopino, seja durante o estado de vigília, seja durante o sono,
impressão essa que tem ligação com um acontecimento desenrolado a distância.
Resumidamente, telepatia é a transmissão do pensamento de um ser para outro.
2. As manifestações telepáticas se produzem com maior intensidade antes
ou depois da morte corpórea?
Elas se produzem com maior intensidade depois da
morte.
3. Que casos se enquadram na chamada telepatia espontânea?
Casos relativos a acontecimentos futuros –
pressentimentos, premonições, visões premonitórias e aparições de moribundos –
e casos relativos ao presente ou a um passado recente – visões nítidas ou
adivinhação de acontecimentos afastados, bem como aparições de vivos.
4. Como Kardec define o pressentimento?
O pressentimento é, segundo Allan Kardec, uma
intuição vaga das coisas futuras.
5. A que se deve, segundo o Espiritismo, a ocorrência dos
pressentimentos?
O pressentimento deve-se às vezes a uma espécie de
dupla vista, que permite ao indivíduo entrever as consequências e a filiação
dos acontecimentos, mas, em muitos casos, é o resultado de comunicações
ocultas. O pressentimento pode manifestar-se também através de uma vaga
lembrança que o Espírito tem das provas ou dos acontecimentos a que deverá
submeter-se.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan
Kardec, questões 421, 459 e 522.
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, itens
184 e 232.
O Problema do Ser, do Destino e da Dor, de Léon Denis, FEB, p. 91.
O Desconhecido e os Problemas Psíquicos, de Camille Flammarion, FEB, vol. 1, pp. 111 e 112; vol. 2, pp. 38, 39
e 47.
O Ser Subconsciente, de Gustave Geley, FEB,
pp. 109 a 111.
Dicionário Enciclopédico Ilustrado, de
João Teixeira de Paula, pp. 257 e 258.
Observação:
Eis os links que remetem aos
3 últimos textos:
Módulo 85 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/06/natureza-e-propriedades-do-perispirito.html
Módulo 86 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/06/o-papel-do-perispirito-em-nossa-vida.html
Módulo 87 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/07/vestimenta-dos-espiritos-este-e-o.html
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