sábado, 20 de outubro de 2018




Faz brilhar tua luz

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Desta vez, o encontro foi do trio: Machado, Emmanuel e Jó, nosso parceiro de trabalho. Como sempre, reunimo-nos em seu grande escritório de... 3 m², do seu apartamento de três quartos, em Brasília.
Cumprimentamo-nos, e fiz a primeira pergunta ao ex-guia espiritual do Chico:
— Continuando nossa entrevista, Emmanuel, gostaria de saber o significado destas palavras: “E a luz brilha nas trevas, mas as trevas não a apreenderam” (João, 1:5).
— Amigo Machado, as palavras de João referiram-se diretamente à sua época e simbolicamente aos tempos atuais, quando a lição de Jesus permanece incompreendida para a maioria das pessoas que persistem em permanecer nas trevas e fogem à verdade.
— Como podemos adquirir a Luz Divina, bondoso Emmanuel? perguntou Jó.
— Somente quando te conscientizares que nunca estás só no serviço do bem, Jó; mas, acompanhado por Deus, como o estava Jesus, perceberás que o Cristo, Seu Modelo mais perfeito a todos nós, não se prevaleceu da sua superioridade para humilhar ou ferir. Acima de todas as preocupações, buscou invariavelmente o bem, em todas as situações e a todas as criaturas.
— E se, ainda assim, nos sentirmos só, haja vista a incompreensão das pessoas, nobre Emmanuel?
— Jó, é preciso caminhar sempre, para a frente e para o alto. Serve ao bem, acima de tudo. Evita discussões e agitações em que o mal se expanda. Faz brilhar a tua luz, como nos recomendou o Mestre. Lembra-te de que uma só vela pode clarear a noite escura, mas basta leve sopro de vento para apagá-la.
— Amigos, há três dias percebi o valor do bom exemplo na convivência de duas horas com meu neto Lucas, de três anos. Quando eu o trouxe a minha casa, passamos na confeitaria, a seu pedido. Ele desejava chupar um chiclete e a mãe o proibira de alimentar-se com doce antes do almoço. Comprei dois chicletes, entreguei-lhos, e, como ainda faltavam duas horas para o meio-dia, autorizei-o a chupar apenas um.
Em seguida, fomos ao meu apartamento, brincamos um pouco e descemos, cerca de quarenta minutos após, para irmos ao parque, no bloco ao lado, onde ele sempre brinca. Ali, entre outros folguedos, jogamos um pouco de bola. No caminho de volta, ele pediu-me para chupar o outro chiclete. Lembrei-lhe que sua mãe só permitira chupar o doce após o almoço. Então, ele respondeu-me:
— Vovô, eu chupo o chiclete e você não fala nada para ela, está bem?
— Mas não devemos mentir, Lucas, não é bonito, eu disse-lhe.
Ele, então, insistiu:
— É só desta vez, vovô. É só você não contar para minha mãe.
E eu respondi-lhe carinhosamente:
— Quando nós enganamos alguém uma vez, nos acostumamos a fazer coisas erradas e a mentir para os outros. Por isso, espere mais um pouquinho e seja obediente a seus pais. Daqui a pouco você vai almoçar e, depois, poderá chupar o chiclete.
Não foi preciso dizer-lhe mais nada. Seus pais sempre lhe ensinaram respeito e obediência. O exemplo vem do lar.
— Meu caro Jó, a criança é um espírito antigo, com boas e más tendências. Mas, nos primeiros anos de sua nova encarnação, em especial até cerca de seus sete anos de idade, aprende com facilidade tudo o que lhe é ensinado. Profunda observadora, a criança percebe quando teoria e prática não estão de acordo. E passa a agir como vê os adultos fazerem. Pai ou mãe que dizem a seu filho que mentir é feio e, logo, são vistos mentindo por esse filho, mostram-lhe, assim, que é normal dizer uma coisa e  fazer outra.
— Exatamente, Emmanuel. Desse modo, a criança cresce sem compromisso com a verdade. Entretanto, se o adulto se esforça em praticar o bem que ensina, está educando seu filho para uma vida coerente, responsável e digna, concluí.
— Então, Jó, faz brilhar a tua luz! dissemos-lhe eu, Machado, e Emmanuel.
Após tão belos conceitos, despedimo-nos contentes, com a promessa de novo reencontro na próxima semana.

Fontes de consulta: 1. XAVIER, Francisco Cândido. O Evangelho de Emmanuel: comentários ao evangelho segundo João.  Coordenação de Saulo César Ribeiro da Silva. 1. ed. Brasília: FEB, 2015, p. 30- 31. 2. BÍBLIA de Jerusalém. 3. imp. São Paulo: Paulus, 2004.







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