Olhos de esperança
CÍNTHIA
CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR
O tremor frio de apreensão passava pelo corpo do
jovem chinês. Estava recém-formado e agora a vida começava de verdade.
Encontrava-se em novo lugar, com novas pessoas e uma grande expectativa. Não
mais deveria depender dos pais, no entanto havia dificuldade para encontrar seu
primeiro emprego.
Fez tantas entrevistas, até por uma semana ficou em
experiência. Compreendeu que, no dinamismo da vida, os tons das cores podem se
transformar, que os tons seguros da proteção familiar, em alguns momentos, são
sobrepostos pela tinta forte dos acontecimentos do mundo fora do casulo.
O pouco dinheiro, contava cuidadosamente. Seus
pertences cabiam numa mochila − presente da mãe antes de ele deixar o lar −,
mas seu coração, mesmo que embargado, sentia-se grande e feliz contemplando a
vitória, o jovem acreditava em si.
Mais um dia, mais uma entrevista, eterna esperança.
Após certa conversa determinante, o jovem chinês recebeu o “sim” que trouxe
mais luz à sua alma, seus olhos se iluminaram para o novo tempo.
Quando recebeu o crachá, breve símbolo de sua
conquista, não pensou, logo o fotografou com o celular, esse era o primeiro em
meio a tantos degraus que, sim, subiria com respeito e responsabilidade,
constantes aprendizados no cerne familiar. Completara seu primeiro dia. Então,
começou o caminho de volta para a sua casa de agora − um quarto que dividia com
mais três jovens com o mesmo brilho na face.
− Pai, consegui trabalho − o filho já em casa, por
telefone, deu a notícia.
Consentiu algo de bom que o patriarca lhe falou.
Desligou. Respirou fundo.
Um espírito, uma alma com todos os seus valores e
com a consciência de suas responsabilidades recebe da vida a permissão para
continuar as novas etapas para o seu crescimento.
As estrelas são para sempre e não se apagam.
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