Eles estão chegando...
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
No dia 25 de abril de 1866, dois
médiuns entraram em estado sonambúlico na Sociedade Espírita de Paris. Um deles
chamava-se M..., e o outro, T... Naquela data memorável, eles trouxeram ao
mundo uma notícia espantosa, que ocupou nada menos de quinze páginas da Revista Espírita de outubro de 1866. O
assunto foi resumido em Obras Póstumas
e tem como título Regeneração da
humanidade.
De tal modo Allan Kardec ficou
impressionado com o tema, que interrompeu a continuação do artigo que vinha
escrevendo anteriormente sobre Maomé e o
Islamismo, em agosto daquele ano, e, em setembro, não lhe fora possível
continuar. Em outubro, ao contrário do que pensara fazer, em relação à
continuação desse texto, iniciou a revista com a mensagem dada por grande
número de Espíritos: Os tempos são
chegados. Em continuação a esse tema, surge a grande notícia sobre a Regeneração da humanidade.
Maomé e o Islamismo,
tema também de altíssimo interesse, só seria retomado em novembro daquele ano.
Importante lembrar, aqui, que, para Deus, representado pelo Cristo e pelos
Espíritos superiores, século e meio é “nada”. Atualmente, podemos dizer, sem
medo de errar, em relação aos acontecimentos extraordinários para a regeneração
da humanidade: “Eles estão chegando...”.
Sintetizamos, então, o que fora
previsto, pela Espiritualidade superior, para o momento que estamos vivendo. A
primeira mensagem informa-nos que tudo, na obra da Criação, revela a
previdência e sabedoria divina.
Desse modo, nosso mundo, como tudo o
que existe no universo, submete-se à lei do progresso físico e moral, não só
pela transformação dos seus elementos, como pela depuração dos seus Espíritos,
encarnados e desencarnados. Somos ainda esclarecidos de que Deus se utiliza da
inteligência dos seres humanos, tanto quanto do império dos elementos da
Natureza, para o desenvolvimento material.
Entretanto, já não nos basta
desenvolver a inteligência, é preciso que desenvolvamos o sentimento. Para tal,
haverá destruição de tudo quanto no ser humano possa excitar o orgulho e o
egoísmo. Reforçam os mensageiros divinos que o período em que estamos será o
marco de uma das fases principais da humanidade. São os tempos de transição
para uma nova Era de paz, de amor, de fraternidade e de solidariedade entre
todas as nações. Era, enfim, de progresso moral.
Para que tal aconteça, haverá antes
intensas lutas, mas de ideias e não de cataclismos, que sempre houve no mundo.
Será a batalha da fé contra a incredulidade. Então, o progresso moral,
acompanhado pelo da inteligência, impedirá as paixões negativas, pois somente
ele pode instaurar, no mundo, a fraternidade, o entendimento e a paz.
Após relatar o conteúdo das afirmações
simbólicas sobre a chegada dos tempos, o Codificador do Espiritismo aborda as
mensagens dos médiuns que preveem a regeneração da humanidade. As mudanças vêm
ocorrendo paulatinamente, mas uma coisa é dada como certa pelos bons Espíritos:
as almas mais atrasadas não mais reencarnarão na Terra. Serão substituídas
pelas mais adiantadas.
Nesse momento, o relato alcança o tempo
que vivemos de forma clara e com precisão extraordinárias. Após informar sobre a
destruição que seria causada pelos cegos espiritualmente, em virtude do seu
egoísmo e orgulho que, entretanto, apressaria a era da renovação, eis o que nos
foi revelado 153 anos atrás:
E como se a destruição não marchasse
bastante depressa, ver-se-ão suicídios multiplicando-se em proporção nunca
vista, até entre crianças. A loucura jamais terá ferido maior número de homens
que, mesmo antes da morte, serão riscados do número dos vivos. São estes os
verdadeiros sinais dos tempos. E tudo isto se realizará pelo encadeamento das
circunstâncias, assim como dissemos, sem que em nada sejam derrogadas as leis
da natureza (Revista Espírita, out.
1866).
Somos informados adiante de que os maus
serão gradativamente afastados da Terra. Em seu lugar, renascerão Espíritos
bons, que trabalharão pelo progresso da humanidade. Mais uma vez, a
Espiritualidade superior nos esclarece:
As grandes partidas coletivas não
apenas terão como objetivo ativar as saídas, mas transformar mais rapidamente o
espírito da massa, desembaraçando-a das más influências, e dar maior ascendente
às ideias novas (op. cit.).
Reiterando o que afirmamos, no início,
o Espírito Manoel Philomeno de Miranda traz-nos boas notícias na obra
psicografada por Divaldo Franco, intitulada Amanhecer
de Uma Nova Era:
Desafios, mudanças bruscas de
comportamento, algumas encarniçadas lutas do passado dominador contra o futuro
promissor assinalam este período. Nada obstante, a dúlcida presença do Sublime
Galileu mimetiza todos aqueles que O busquem e tentem vinculação com o Seu amor
inefável, ensejando alegria de viver e bem-estar em qualquer situação em que se
encontrem.
Diluem-se as sombras da ignorância,
embora persistam alguns desmandos do vandalismo de breve duração. A vitória do
bem e do amor torna-se incontestável, e, em triunfo instala-se o amanhecer de
uma nova era (FRANCO, D. P. Op. cit. Apresentação).
Vivemos na aurora dos novos tempos!
Unamo-nos na prática da indulgência para com as imperfeições alheias, da
benevolência para com todos e do perdão das ofensas, a fim de merecermos a
Terra destinada aos mansos, conforme promessa de Jesus (Mateus, 5:5).
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