O que é o Espiritismo
Allan Kardec
Iniciamos no dia 3 de outubro neste
espaço o estudo – sob a forma dialogada – dos oito principais livros do
Codificador do Espiritismo: dois introdutórios, os cinco básicos, popularmente
chamados de pentateuco kardequiano, e um complementar. Serão ao todo 1.120
questões objetivas distribuídas em 140 partes, cada qual com oito perguntas e
respostas.
Os textos são publicados neste blog
sempre às quintas-feiras.
O livro focalizado inicialmente é O que é o Espiritismo, que surgiu em
Paris em julho de 1859. As páginas citadas no texto referem-se à 20ª edição
publicada pela Federação Espírita Brasileira.
Parte 3
17. Qual foi o ponto de partida das ideias espíritas modernas?
Eis, segundo Kardec, a marcha das
coisas:
Fenômenos espontâneos se produziram,
tais como ruídos estranhos, pancadas, movimentos de objetos etc., sem causa
ostensiva conhecida, sob a influência de certas pessoas. Logo se reconheceu
nesses ruídos e movimentos um caráter intencional e inteligente, do que se
concluiu que: Se todo efeito tem uma causa, todo efeito inteligente tem uma
causa inteligente. Quem era ela? Ela própria respondeu, declarando pertencer
aos seres incorpóreos chamados Espíritos. A ideia dos Espíritos não preexistia
nem lhe foi consecutiva, ou seja, não nasceu do cérebro de ninguém mas foi dada
pelos Espíritos mesmos. Os fatos subsequentes reforçaram essa ideia e, pouco
tempo depois, nascia a doutrina espírita. (O
que é o Espiritismo, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 89 a 91.)
18. Os Espíritos são seres abstratos ou possuem algum revestimento que
os identifica?
Os Espíritos possuem um invólucro, a
que Kardec deu o nome de perispírito, espécie de corpo fluídico, vaporoso,
diáfano, invisível no estado normal mas que, em certos casos, pode tornar-se
visível e mesmo tangível. (Obra citada, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 92 e
93.)
19. Quais são os meios de comunicação com os Espíritos, segundo relata
Allan Kardec no livro que estamos estudando?
Os meios de comunicação com os
Espíritos são muito variados e dependem tanto da natureza, mais ou menos
apurada dos Espíritos, quanto das disposições peculiares às pessoas que lhes
servem de intermediárias. O mais vulgar ou universal consiste na intuição, isto
é, nas ideias e pensamentos que eles nos sugerem. Certos Espíritos se comunicam
por pancadas, pela escrita ou pela fala. Os médiuns possuem, para esses
diferentes modos de comunicação, aptidões especiais. Há, assim, médiuns de
efeitos físicos, auditivos, falantes, videntes, desenhadores, músicos e
escreventes. (Obra citada, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 93 e 94.)
20. Qual é o sinal pelo qual podemos reconhecer que uma pessoa é médium?
Até o presente, segundo Kardec, não se
conhece um diagnóstico ou um sinal que permita saber se uma pessoa é ou não
médium. Experimentar é o único meio de saber se a faculdade existe. O que
sabemos é que os médiuns são muito numerosos e é raro não os encontrar em
qualquer dos membros de nossa família ou nas pessoas que nos cercam. (Obra
citada, capítulo I, Segundo Diálogo, pág. 96.)
21. O que é preciso para que um Espírito se comunique?
Para que um Espírito se comunique, é
preciso que lhe convenha fazê-lo, que sua posição ou suas ocupações o permitam,
e que encontre no médium um instrumento apropriado à sua natureza. (Obra
citada, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 96 e 104.)
22. Por que os Espíritos não são todos igualmente perfeitos?
Os Espíritos não são indivíduos
perfeitos porque, em verdade, são apenas as almas dos homens que desencarnaram,
os quais, como sabemos, não atingiram ainda a perfeição. O progresso espiritual
faz-se gradualmente e algumas vezes com muita lentidão. Existem, por isso,
Espíritos de todos os graus de inteligência e moralidade. (Obra citada,
capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 106 e 107.)
23. Qual a utilidade prática do Espiritismo?
Tudo o que ajuda a erguer uma ponta do
véu que nos envolve, concorre para o desenvolvimento da inteligência, alarga o
círculo das ideias e faz-nos compreender melhor as leis da Natureza. O mundo
dos Espíritos existe em virtude de uma dessas leis e o Espiritismo nos faz
conhecê-lo e mostra-nos a influência que ele exerce sobre o mundo visível. Além
disso, é a prova patente da existência da alma, de sua individualidade depois
da morte, de sua imortalidade, de sua sorte futura. É, portanto, a destruição
do materialismo, não somente pelo raciocínio, mas por fatos. Assim como a
astronomia destronou os astrólogos, o Espiritismo veio destronar os adivinhos,
os feiticeiros e os que leem a buena-dicha.
(Obra citada, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 109 a 111.)
24. As ideias espíritas podem causar perturbação das faculdades mentais?
Evidentemente que não, e a experiência
o comprova. Bem compreendido, o Espiritismo é, ao contrário, um preservativo
contra a loucura e o suicídio, porque o verdadeiro espírita vê as coisas deste
mundo de um ponto de vista tão elevado, que as tribulações da vida são para ele
como incidentes desagradáveis de uma viagem. Aquilo que em outro indivíduo
qualquer pode produzir violenta comoção, afeta o espírita de maneira diferente,
porque ele sabe quais são os objetivos das vicissitudes e dos dissabores da
vida. (Obra citada, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 111 a 113.)
Observação:
Para acessar a Parte 2 deste estudo, publicada na semana passada, clique
aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/10/o-que-e-o-espiritismo-allan-kardec_10.html
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