quarta-feira, 15 de abril de 2020


Obreiros da Vida Eterna

André Luiz

Estamos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada Série Nosso Lar. Serão ao todo 960 questões objetivas distribuídas em 120 partes, cada qual com oito perguntas e respostas.
Os textos são publicados neste blog sempre às quartas-feiras.
Concluído o estudo dos três primeiros livros, damos prosseguimento hoje ao estudo do 4º livro da série, Obreiros da Vida Eterna, que o médium Chico Xavier psicografou.

Parte 6

41. Por que não é difícil aos enfermos que se aproximam da desencarnação ausentar-se do corpo?
Os que se aproximam da desencarnação, nas moléstias prolongadas, comumente se ausentam do corpo, em ação quase mecânica, o que é facilitado pelo fato de que seus familiares, cansados de vigílias, tudo fazem por rodear os enfermos de silêncio e cuidado. (Obreiros da Vida Eterna, cap. 12, pp. 191 a 195.)
42. Que é que socorre as pessoas nas supremas horas evolutivas?
O que socorre as pessoas nesses momentos não é a rotulagem externa, mas a sementeira do esforço próprio nos serviços da sabedoria e do amor, que frutifica, no instante oportuno, através de providências intercessórias ou de compensações espontâneas da lei que manda entregar as respostas do Céu a cada um por suas obras. (Obra citada, cap. 12, pp. 195 a 198.)
43. Por que Dimas, embora desencarnasse antes da hora, recebeu tão alta consideração dos Benfeitores espirituais?
Dimas, segundo o assistente Jerônimo, não chegou realmente a aproveitar todo o tempo prefixado, mas não era um suicida. O assistente explicou o que realmente aconteceu. Dimas não conseguira preencher toda a cota de tempo que lhe era lícito utilizar, em virtude do ambiente de sacrifício que lhe dominou os dias, na existência recém-finda. Acostumado, desde a infância, à luta sem mimos, desenvolveu o corpo, entre deveres e abnegações incessantes. Desfavorecido de qualquer vantagem material, conheceu ásperas obrigações para ganhar a intimidade com as leituras mais simples. Entregue ao serviço rude, no verdor da mocidade, constituiu a família, pingando suor no sacrifício diário. Passou a vida em submissão a regulamentos, conquistando a subsistência com enorme despesa de energia. Mesmo assim, encontrou recursos para dedicar-se aos que gemem e sofrem nos planos mais baixos que o dele. Recebendo a mediunidade, colocou-a a serviço do bem coletivo. Conviveu com os desalentados e aflitos de toda sorte. E porque seu espírito sensível encontrava prazer em ser útil e em razão de guardarem os necessitados raramente a noção do equilíbrio, sua existência converteu-se em refúgio de enfermos do corpo e da alma. Ele perdera quase integralmente o conforto da vida social, privou-se de estudos edificantes que lhe poderiam prodigalizar mais amplas realizações ao idealismo de homem de bem e prejudicou as células físicas, no acúmulo de serviço obrigatório e acelerado na causa do sofrimento humano. Pelas vigílias compulsórias, noite adentro, atenuou-se-lhe a resistência nervosa; pela inevitável irregularidade das refeições, distanciou-se da saúde harmoniosa do estômago; pelas perseguições gratuitas de que foi objeto, gastou fosfato excessivamente e, pelos choques reiterados com a dor alheia, que sempre lhe repercutiu amargamente no coração, alojou destruidoras vibrações no fígado. A enfermidade que pôs fim aos seus dias foi, por isso, uma mera consequência. (Obra citada, cap. 13, pp. 199 a 203.)
44. Alguns beneficiados da missão cumprida por Dimas desejavam visitá-lo e testemunhar-lhe sua gratidão, mas Jerônimo vetou tal ideia. Por quê?
O Assistente explicou que, se Dimas estivesse plenamente senhor das emoções, não haveria nenhum problema. Mas ele permanecia sob agitações psíquicas muito fortes. Sabia do seu fim próximo, mas não podia esquivar-se, de súbito, às algemas domésticas. Temia o futuro dos seus, conservava-se em total descontrole dos nervos e enlaçava-se nas emissões de inquietude da esposa e dos filhos. Por isso, a manifestação de carinho, merecida e justa, deveria ficar para o dia em que Dimas se deslocasse da Casa Transitória de Fabiano para as regiões mais altas. (Obra citada, cap. 13, pp. 203 a 209.)
45. Como Jerônimo procedeu para a liberação da alma de Dimas e seu desprendimento do corpo físico?
Primeiramente, Jerônimo insensibilizou inteiramente o vago, para facilitar o desligamento nas vísceras. A seguir, com passes longitudinais, isolou todo o sistema nervoso simpático, neutralizando, mais tarde, as fibras inibidoras no cérebro. Em seguida, começou a operar sobre o plexo solar, desatando laços que localizavam forças físicas. Com passes concentrados sobre o tórax, Jerônimo relaxou os elos que mantinham a coesão celular no centro emotivo, operando sobre determinado ponto do coração, que passou a funcionar como bomba mecânica, desreguladamente. Mais tarde, após ligeiro descanso, Jerônimo voltou a intervir no cérebro. Era a última etapa do processo. Concentrando todo o seu potencial de energia na fossa romboidal, Jerônimo quebrou alguma coisa que André não pôde perceber com minúcias, e brilhante chama violeta-dourada desligou-se da região craniana. (Obra citada, cap. 13, pp. 209 a 212.)
46. Segundo as informações prestadas por Fabriciano, para quais médiuns os mentores espirituais estabelecem projetos concretos de cooperação?
A mediunidade é título de serviço como qualquer outro, mas há pessoas que pugnam pela obtenção de títulos, sem estimar as obrigações que lhes correspondem. É por isso que não se estabelecem conjuntos de cooperação para todos os médiuns, mas apenas para aqueles que estejam dispostos ao trabalho ativo. (Obra citada, cap. 14, pp. 213 a 215.) 
47. O suicida, ainda que inconsciente do seu ato, recebe auxílio especial por ocasião de sua desencarnação?
Em princípio, todos os fenômenos de desencarnação contam com o amparo da caridade afeta às organizações de assistência geral. Mas só aquele que se distinguiu no esforço perseverante do bem conta com o auxílio de missão especializada. (Obra citada, cap. 14, pp. 215 a 217.)
48. Que lições podemos extrair do velório de Dimas?
São muitas as lições a extrair desse caso, a seguir resumidas. A lei do merecimento está sempre presente na vida e, por isso, a paz legítima não frutifica sem a semeadura necessária. Para gozar o descanso, a pessoa precisa, antes de tudo, merecê-lo. As imagens contidas nas evocações das palestras que ocorrem durante um velório incidem sobre a mente do desencarnante, e não somente as imagens, porque muitas vezes a lembrança de certos fatos funciona como evocação dos protagonistas desencarnados. Dimas, embora dedicado à causa do bem, descuidara-se de incentivar a prática metódica da oração em família, no santuário doméstico. Por causa disso, ele tinha defesas pessoais, mas a residência, sem qualquer proteção, conservava-se à mercê da visitação de qualquer classe. As câmaras mortuárias não devem ser pontos de referência à vida social, mas recintos consagrados à oração e ao silêncio. Nos velórios deveriam prevalecer sempre os pensamentos amigos e reconfortadores, as preces de auxílio e as vibrações fraternais, mas, como isso nem sempre ocorre, os que morrem na indigência, abandonados à própria sorte, costumam ser muito mais felizes em tais ocasiões. (Obra citada, cap. 14, pp. 218 a 225.)

Observação:
Para acessar a parte 5 parte deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/04/obreiros-da-vidaeterna-andre-luiz_8.html




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