quarta-feira, 6 de maio de 2020


No Mundo Maior

André Luiz

Parte 1

Estamos publicando neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada Série Nosso Lar.
Concluído o estudo dos 4 primeiros livros da Série, iniciamos nesta data o estudo da obra No Mundo Maior, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1947 pela Federação Espírita Brasileira.

Eis as questões de hoje:

1. Ao regressar à pátria espiritual, que bagagem nós transportaremos?
É Emmanuel quem assevera, no prefácio do livro ora estudado, que o batismo simbólico ou o tardio arrependimento no leito da morte não bastam para garantir o futuro espiritual de ninguém. Cada criatura transporá a aduana da eternidade com a exclusiva bagagem do que houver semeado, e aprenderá que a ordem, a hierarquia e a paz do trabalho edificante são característicos imutáveis da Lei, em toda parte. (No Mundo Maior, prefácio de Emmanuel, pp. 9 a 12.)
2. Que é preciso para que o homem físico se converta em homem espiritual?
A lição vem do assistente Calderaro: "O acaso não opera prodígios. Qualquer realização há que planejar, atacar, pôr a termo. Para que o homem físico se converta em homem espiritual, o milagre exige muita colaboração de nossa parte". "As asas sublimes da alma eterna não se expandem nos acanhados escaninhos de uma chocadeira. Há que trabalhar, brunir, sofrer." (Obra citada, cap. 1, pp. 19 e 20.)
3. A prece é apenas um ato de adoração?
Não apenas isso. A prece é, além de uma manifestação de reverência religiosa, valioso recurso de acesso aos inesgotáveis mananciais do Divino Poder. (Obra citada, cap. 1, pp. 20 a 23.)
4. Onde situar a gênese da loucura e da desarmonia mental que verificamos na atualidade em nosso mundo?
No próprio comportamento da criatura humana, porque o que temos feito é cevar e expandir o egoísmo, a ambição, a vaidade e a fantasia na Crosta Planetária, contraindo, assim, pesados débitos e escravizando-nos aos tristes resultados de nossas obras. No passado mais remoto, as cidades desapareciam pelo massacre, ao gládio dos conquistadores sem entranhas, ou estacionavam sob a onda mortífera da peste desconhecida. Hoje, as coletividades ainda sofrem o assédio da espada homicida e as guerras entre povos continuam; mas, no lugar de doenças terríveis que a Ciência conseguiu erradicar ou controlar, como a febre amarela, a cólera, a varíola, a tuberculose, a lepra, existe nova ameaça à humanidade terrena, que é o profundo desequilíbrio, a desarmonia generalizada, as moléstias da alma, que se ingerem, sutis, solapando sua estabilidade. (Obra citada, cap. 2, pp. 27 a 29.)
5. O que é essencial ao Espírito que deseja progredir?
A lição vem-nos do instrutor Eusébio: "Impossível é progredir no século, sem atender às obrigações da hora. Torna-se imprescindível, na atualidade, recompor as energias, reajustar as aspirações e santificar os desejos". "Não basta crer na imortalidade da alma. Inadiável é a iluminação de nós mesmos, a fim de que sejamos claridade sublime." Para colimar esse objetivo, diz ele de modo peremptório e direto: "Antes de mais nada, importa elevar o coração, romper as muralhas que nos encerram na sombra, esquecer as ilusões da posse, dilacerar os véus espessos da vaidade, abster-se do letal licor do personalismo aviltante, para que os clarões do monte refuljam no fundo dos vales, a fim de que o sol eterno de Deus dissipe as transitórias trevas humanas". O Plano Superior, diz Eusébio, espera de nós muito mais: "Nossa meta, meus amigos, não se compadece com o exclusivismo ególatra. A Porta Divina não se abre a espíritos que se não divinizaram pelo trabalho incessante de cooperação com o Pai Altíssimo". (Obra citada, cap. 2, pp. 30 a 32.)
6. A ascensão espiritual depende de quê?
Não devemos intentar o voo sem haver aprendido a marcha. Nos caminhos da carne é necessário transitar com a devida prudência. Não indaguemos de direitos prováveis que nos caberiam no banquete divino, antes de liquidar os compromissos humanos. Impossível o título de anjos para quem não se transformar, primeiro, em criatura ponderada. Soberanas e indefectíveis leis nos presidem aos destinos. Deus prodigaliza oportunidades a todos os seus filhos, mas o aproveitamento é obra nossa. As máquinas terrestres podem alçar-nos o corpo físico a consideráveis alturas, mas o voo espiritual, com que nos libertaremos da animalidade, jamais o desferiremos sem asas próprias. Não devemos cobiçar o repouso das mãos e dos pés. Antes de abrigar semelhante propósito, procuremos a paz interior na suprema tranquilidade da consciência. Abandonemos a ilusão, antes que a ilusão nos abandone. Somente os servos que trabalham gravam no tempo os marcos da evolução; só os que se banham no suor da responsabilidade conseguem cunhar novas formas de vida e de ideal renovador. (Obra citada, cap. 2, pp. 34 e 35.)
7. A vida na colônia espiritual em que André se achava era muito diferente do que vemos em nosso plano?
Não muito. O trabalho na colônia era intenso, com escassas horas reservadas a excursões de entretenimento, mas o ambiente de felicidade e alegria favorecia a marcha evolutiva. Os templos constituíam abençoados núcleos de conforto e de revigoramento e nas associações culturais e artísticas encontrava-se a continuidade da existência terrestre, enriquecida, porém, de múltiplos elementos educativos. O campo social regurgitava de oportunidades maravilhosas para a aquisição de afeições inestimáveis e os lares erguiam-se entre jardins encantadores. Não faltavam ali determinações e deveres, ordem e disciplina, mas a serenidade era o clima habitual, e a paz, a dádiva de cada dia. (Obra citada, cap. 3, pp. 38 a 40.)
8. O arrependimento é importante no processo de regeneração dos indivíduos?
Sim. O arrependimento é o caminho para a regeneração, mas não um passaporte para o céu, como se ensina em determinados núcleos evangélicos. Sua importância é, no entanto, muito grande. (Obra citada, cap. 3, pp. 39 e 40.)




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