O Livro dos Espíritos
Allan Kardec
Parte 21
Estamos publicando neste espaço o
estudo – sob a forma dialogada – dos 8 principais livros de Allan Kardec. Os textos são publicados neste blog sempre às quintas-feiras.
Concluído o estudo dos 2 primeiros
livros, prosseguimos nesta data o estudo de O Livro dos Espíritos, cuja edição
inicial se deu em Paris, França, no dia 18 de abril de 1857.
Eis as questões de hoje:
161. Se o desejo de possuir é uma
aspiração natural, qual o caráter da propriedade legítima?
Propriedade legítima só o é a que foi adquirida sem prejuízo de
outrem. (O Livro dos Espíritos,
questões 883, 884 e 885.)
162. Qual é o verdadeiro sentido da
palavra caridade, como a entendia Jesus?
Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições
dos outros, perdão das ofensas. A caridade, segundo Jesus, não se restringe à
esmola e abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos
semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais ou nossos superiores.
Ela nos prescreve a indulgência, porque de indulgência precisamos nós mesmos, e
nos proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma
fazer. (Obra citada, questões 886 e 888.)
163. Que se deve pensar da esmola?
Nada há contra a esmola. O que merece reprovação não é a esmola,
mas a maneira pela qual ela habitualmente é dada. O homem de bem, que
compreende a caridade de acordo com Jesus, vai ao encontro do desgraçado, sem
esperar que este lhe estenda a mão. A verdadeira caridade é sempre bondosa e
benévola; está tanto no ato, como na maneira por que é praticado.
Deve-se também distinguir a esmola, propriamente dita, da
beneficência. Nem sempre o mais necessitado é o que pede. O temor de uma
humilhação detém o verdadeiro pobre, que muita vez sofre sem se queixar. A esse
é que o homem verdadeiramente humano sabe ir procurar, sem ostentação. Não
esqueçamos que o Espírito, qualquer que sejam o grau de seu adiantamento e sua
situação como reencarnado ou desencarnado, está sempre colocado entre um
superior, que o guia e aperfeiçoa, e um inferior, para com o qual tem de
cumprir esses mesmos deveres. Sejamos, pois, caridosos, praticando não só a
caridade que nos faz dar friamente o óbolo que tiramos do bolso àquele que o
pede, mas a que nos leve ao encontro das misérias ocultas. (Obra citada,
questões 888 e 889.)
164. Qual é o papel da educação na
reforma moral do indivíduo e da sociedade?
A educação, convenientemente entendida, constitui a chave do
progresso moral. Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres, como se
conhece a de manejar as inteligências, conseguir-se-á corrigi-los, do mesmo
modo que se aprumam plantas novas.
O egoísmo é a fonte de todos os vícios, como a caridade o é de
todas as virtudes. Destruir um e desenvolver a outra, tal deve ser o alvo de
todos os esforços do homem, se quiser assegurar sua felicidade neste mundo,
tanto quanto no futuro. (Obra citada, questão 889. Ver também as questões 685,
813, 914 e 917.)
165. Qual é a mais meritória das
virtudes e qual o sinal mais característico da imperfeição?
Toda virtude tem seu mérito próprio, porque todas elas indicam
progresso na senda do bem. Há virtude sempre que existe resistência voluntária
ao arrastamento dos maus pendores. A sublimidade da virtude, porém, está no
sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem pensamento oculto, e
a mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade.
No tocante às imperfeições dos homens, seu sinal mais
característico é o interesse pessoal. O verdadeiro desinteresse é – segundo o
Espiritismo – coisa tão rara na Terra que, quando ele se patenteia, todos o
admiram como se fora um fenômeno.
O apego às coisas materiais constitui sinal notório de
inferioridade, porque, quanto mais se aferrar aos bens deste mundo, tanto menos
compreende o homem o seu destino. Pelo desinteresse, ao contrário, demonstra
que encara de um ponto mais elevado o futuro.
(Obra citada, questões 893 e 895.)
166. O homem pode, por
si só, vencer as más inclinações que o dominam?
Sim, e frequentemente fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe
falta é a vontade. (Obra citada, questões 909 a 912.)
167. Qual é o maior de
todos os vícios que afligem a Humanidade?
O egoísmo. Dele deriva todo o mal. Estudemos todos os vícios e veremos
que no fundo de todos há a presença do egoísmo. (Obra citada, questões 913 e
917.)
168. Que é preciso fazer
para destruir o egoísmo?
O egoísmo se enfraquecerá à proporção que a vida moral for predominando
sobre a vida material e, sobretudo, com a compreensão, que o Espiritismo nos
faculta, do nosso estado futuro.
O egoísmo assenta na importância da personalidade. Ora, o Espiritismo,
bem compreendido, mostra-nos as coisas de tão alto que o sentimento da
personalidade desaparece, de certo modo, diante da imensidade.
Destruindo essa importância, ou, pelo menos, reduzindo-a às suas
legítimas proporções, isso necessariamente combate o egoísmo, uma tarefa que
compete à educação, não essa educação que tende a fazer homens instruídos, mas
a que tende a fazer homens de bem. (Obra citada, questões 914 a 917.)
Observação:
Para
acessar a Parte 20 deste estudo, publicada na semana passada, clique
aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/05/o-livro-dos-espiritos-allan-kardec.html
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