quarta-feira, 13 de maio de 2020


No Mundo Maior

André Luiz

Parte 2

Estamos publicando neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada Série Nosso Lar.
Concluído o estudo dos 4 primeiros livros da Série, prosseguimos nesta data o estudo da obra No Mundo Maior, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1947 pela Federação Espírita Brasileira.
Eis as questões de hoje:

9. O perispírito também evoluiu ao longo dos séculos?
Sim. O organismo perispirítico é fruto do processo evolutivo. "Somos filhos de Deus e herdeiros dos séculos, conquistando valores, de experiência em experiência, de milênio a milênio”, diz Calderaro. Todas as forças da Criação aperfeiçoam-se no Infinito. A crisálida de consciência, que reside no cristal a rolar na corrente do rio, aí se acha em processo liberatório; as árvores que por vezes se aprumam centenas de anos, a suportar os golpes do inverno e acalentadas pelas carícias da primavera, estão conquistando a memória; a fêmea do tigre, lambendo os filhinhos recém-natos, aprende rudimentos do amor; o símio, guinchando, organiza a faculdade da palavra. (No Mundo Maior, cap. 3, pp. 44 e 45.)
10. Como Calderaro descreve o cérebro humano?
Calderaro diz que nosso cérebro divide-se em três regiões distintas, como se fosse um castelo de três andares: no primeiro situa-se a residência de nossos impulsos automáticos, simbolizando o sumário vivo dos serviços realizados; no segundo localiza-se o domicílio das conquistas atuais, onde se erguem e se consolidam as qualidades nobres que estamos edificando; no terceiro encontra-se a casa das noções superiores, indicando as eminências que nos cumpre atingir. Num deles moram o hábito e o automatismo; no outro residem o esforço e a vontade, e no último demoram o ideal e a meta superior a ser alcançada. Assim, estão distribuídos nos três andares o subconsciente, o consciente e o superconsciente, representando, respectivamente, o passado, o presente e o futuro. (Obra citada, cap. 3, pp. 46 e 47.)
11. Que é que determina a densidade do organismo perispiritual?
É o gênero de vida de cada um, no invólucro carnal, que determina a densidade do organismo perispirítico após a perda do corpo denso. Como é o cérebro que traduz a mente, manancial de nossos pensamentos, através dele unimo-nos à luz ou à treva, ao bem ou ao mal. (Obra citada, cap. 3, pp. 49 e 50.)
12. Os cérebros são idênticos ou variam conforme a pessoa?
Eles variam de criatura a criatura, em virtude da multiplicidade das posições na escala evolutiva. Nem os símios ou os antropoides, a caminho da ligação com o gênero humano, apresentam cérebros absolutamente iguais entre si. Cada individualidade revela-o consoante o progresso efetivo realizado. O selvagem apresenta um cérebro perispiritual com vibrações muito diversas das que o homem civilizado apresenta. O encéfalo de um santo emite ondas que se distinguem das que são emitidas pela fonte mental de um cientista. (Obra citada, cap. 4, pp. 55 e 56.)
13. Como se processa a evolução espiritual ou anímica?
A evolução espiritual ou anímica requer fixação, aproveitamento e continuidade. O princípio espiritual, desde o obscuro momento da criação, caminha sem detença para frente. Afastou-se do leito oceânico, atingiu a superfície das águas protetoras, moveu-se em direção à lama das margens, debateu-se no charco, chegou à terra firme, experimentou na floresta copioso material de formas representativas, ergueu-se do solo, contemplou os céus e, depois de longos milênios, durante os quais aprendeu a procriar, alimentar-se, escolher, lembrar e sentir, conquistou a inteligência. Segundo Calderaro, ele viajou do simples impulso para a irritabilidade, da irritabilidade para a sensação, da sensação para o instinto, do instinto para a razão. Inúmeros milênios transcorreram desde então. Estamos, em todas as épocas, abandonando esferas inferiores, a fim de escalar as superiores. “O cérebro é o órgão sagrado de manifestação da mente, em trânsito da animalidade primitiva para a espiritualidade humana." (Obra citada, cap. 4, pp. 56 a 59.)
14. Quando teremos a reminiscência integral do nosso passado?
Essa faculdade só será adquirida mais tarde, quando nossa alma estiver escoimada de todo e qualquer resquício de sombra. No momento, o cérebro físico não suportaria a carga de uma dupla vida e desempenha, assim, função amortecedora, como quebra-luzes, atuando beneficamente para que a alma encarnada trabalhe e evolva. Nascimento e morte, na esfera carnal, são, para a generalidade das criaturas, choques biológicos, imprescindíveis à renovação. O instrutor Calderaro lembra, porém, que não há total esquecimento na Crosta terrestre, nem restauração imediata da memória nas províncias da existência que se seguem ao campo da atividade física. Todos os homens conservam tendências e faculdades, que quase equivalem a efetiva lembrança do passado; e nem todos, ao atravessarem o sepulcro, podem readquirir, repentinamente, o patrimônio de suas reminiscências. "Quem demasiado se materialize, demorando-se em baixo padrão vibratório, no campo de matéria densa, não pode reacender, de pronto, a luz da memória.” (Obra citada, cap. 4, pp. 60 e 61.)
15. Por que Jesus nos recomendou amar os inimigos e orar por quem nos persegue?
O Mestre recomendou o amor aos inimigos e a oração pelos que nos perseguem e caluniam porque tais medidas não constituem mera virtude, mas princípio científico de libertação do ser, de progresso da alma, de amplitude espiritual. É que no pensamento residem as causas da perturbação e também da libertação da criatura humana. (Obra citada, cap. 4, pp. 63 e 64.)
16. É possível doutrinação sem amor?
Segundo o instrutor Calderaro, não é possível doutrinação sem amor, porque, se o conhecimento auxilia por fora, só o amor socorre por dentro. "Com a nossa cultura – diz Calderaro - retificamos os efeitos, quanto possível, e só os que amam conseguem atingir as causas profundas." (Obra citada, cap. 4, pp. 64 e 65.) 

Observação:
Para acessar a 1ª parte deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/05/no-mundo-maior-andre-luiz-estamos.html




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