O Livro dos Espíritos
Allan Kardec
Parte 20
Estamos publicando neste espaço o
estudo – sob a forma dialogada – dos 8 principais livros de Allan Kardec. Os textos são publicados neste blog sempre às quintas-feiras.
Concluído o estudo dos 2 primeiros
livros, prosseguimos nesta data o estudo de O Livro dos Espíritos, cuja edição
inicial se deu em Paris, França, no dia 18 de abril de 1857.
Eis as questões de hoje:
153. O pressentimento que algumas
pessoas têm do momento da morte deriva de quê?
Esse pressentimento lhes vem dos Espíritos protetores, que assim
as advertem para que estejam prontas a partir ou lhes fortalecem a coragem nos
momentos em que mais dela necessitam. Pode vir-lhes também da intuição que têm
da existência que escolheram ou da missão que aceitaram e que sabem ter de
cumprir. (O Livro dos Espíritos, questões
857 e 856.)
154. Há pessoas que nunca conseguem bom
êxito em coisa alguma, parecendo até que são perseguidas por um mau gênio em
seus empreendimentos, enquanto existem outras que parecem favorecidas pela
sorte. A que atribuir isso?
Esse fato decorre geralmente do gênero da existência escolhida.
Essas pessoas quiseram ser provadas por uma vida de decepções, a fim de
exercitarem a paciência e a resignação. É preciso considerar também que o fato
muitas vezes resulta do caminho falso que tais pessoas tomam, em discordância
com suas inteligências e aptidões. Grandes probabilidades tem de se afogar quem
pretende atravessar a nado um rio sem saber nadar. O mesmo se dá relativamente
à maioria dos acontecimentos da vida. Quase sempre obteria o homem bom êxito se
só tentasse o que estivesse em relação com as suas faculdades. O que o perde
são o seu amor-próprio e sua ambição, que o desviam da senda que lhe é própria
e o fazem considerar vocação o que não passa do desejo de satisfazer a certas
paixões. Fracassa, então, por sua culpa. Contudo, em vez de culpar-se a si
mesmo, prefere queixar-se de sua estrela. Um, por exemplo, que seria bom
operário e ganharia honestamente a vida, mete-se a ser mau poeta e morre de
fome. Para todos haveria lugar no mundo, desde que cada um soubesse colocar-se
no lugar que lhe compete. No tocante às pessoas que parecem favorecidas pela
sorte, pois que tudo lhes sai bem, geralmente tal se dá porque, de ordinário,
essas pessoas sabem conduzir-se melhor em suas empresas. Mas pode ser também um
gênero de prova. O bom êxito as embriaga; fiam-se no seu destino e muitas vezes
pagam mais tarde esse bom êxito, mediante reveses cruéis que a prudência as
teria feito evitar. (Obra citada, questões 862 a 864.)
155. Como se explica que a sorte
favoreça a algumas pessoas, como no jogo?
Alguns Espíritos escolhem previamente certas espécies de prazer. A
fortuna que os favorece é uma tentação. Aquele que, como homem, ganha, perde
como Espírito. É uma prova para o seu orgulho e para a sua cupidez. (Obra
citada, questão 865.)
156. Pode o futuro ser revelado ao
homem? Por quê?
Em princípio, o futuro é oculto ao homem, e só em casos raros e
excepcionais permite Deus que lhe seja revelado. A razão disso é que – se o
homem conhecesse o futuro – negligenciaria do presente e não obraria com a
liberdade com que o faz, porque o dominaria a ideia de que, se uma coisa tem de
acontecer, inútil será ocupar-se com ela, ou então procuraria obstar a que
acontecesse. Não quis Deus que assim fosse, a fim de que cada um concorra para
a realização das coisas, até daquelas a que desejaria opor-se. (Obra citada, questões
868 e 869.)
157. Kardec resume a questão do livre-arbítrio
mostrando que existe diferença no exercício dessa faculdade, quer estejamos
encarnados ou não. Em que consiste o livre-arbítrio quando estamos na
erraticidade?
O livre-arbítrio, quando o indivíduo está desencarnado, consiste
em fazer a escolha da existência e das provas por que haja de passar.
Desprendido da matéria e no estado de erraticidade, o Espírito procede à
escolha de suas futuras existências corporais, de acordo com o grau de
perfeição a que haja chegado, e é nisso que consiste, sobretudo, seu
livre-arbítrio. (Obra citada, questão 872.)
158. De acordo com Kardec, em que
consiste o livre-arbítrio quando estamos encarnados?
Quando o indivíduo se encontra encarnado, o livre-arbítrio
consiste na faculdade que ele tem de ceder ou de resistir aos arrastamentos a
que voluntariamente se submeteu. Se cede à influência da matéria, sucumbe nas
provas que ele mesmo escolheu. Para ter quem o ajude a vencê-las, concedido lhe
é invocar a assistência de Deus e dos bons Espíritos. (Obra citada, questão
872.)
159. Que é justiça e qual o seu
fundamento segundo a lei natural?
A justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos demais.
Duas coisas determinam esses direitos: a lei humana e a lei natural. Posto de
parte o direito que a lei humana consagra, a base da justiça, segundo a lei
natural, está expressa nas seguintes palavras do Cristo: Queira cada um para os
outros o que quer para si mesmo. (Obra citada, questões 875 e 876.)
160. Sabe-se que o direito de viver é o
primeiro dos direitos naturais do homem. Tem ele, assim, o direito de acumular
bens que lhe permitam repousar quando não mais possa trabalhar?
Sim, mas ele deve fazê-lo em família, como a abelha, por meio de
um trabalho honesto, e não como o egoísta. Há mesmo animais que lhe dão o
exemplo de previdência. O que, por meio do trabalho honesto, o homem junta
constitui legítima propriedade sua, que ele tem o direito de defender, porque a
propriedade que resulta do trabalho é um direito natural, tão sagrado quanto o
de trabalhar e de viver. (Obra citada, questões 880 e 881.)
Observação:
Para
acessar a Parte 19 deste estudo, publicada na semana passada, clique
aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/04/o-livro-dos-espiritos-allan-kardec_30.html
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