quinta-feira, 28 de maio de 2020



O Livro dos Espíritos

Allan Kardec

Parte 23

Estamos publicando neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – dos 8 principais livros de Allan Kardec. Os textos são publicados neste blog sempre às quintas-feiras.
Concluído o estudo dos 2 primeiros livros, prosseguimos nesta data o estudo de O Livro dos Espíritos, cuja edição inicial se deu em Paris, França, no dia 18 de abril de 1857.  
Eis as questões de hoje:

177. Donde nasce o desgosto da vida que, sem motivos plausíveis, se apodera de certas pessoas?
Esse desgosto advém da ociosidade, da falta de fé e, também, da saciedade. (O Livro dos Espíritos, questão 943.)
178. Sabemos que o homem não tem o direito de dispor de sua vida: só a Deus assiste esse direito. Quais são, assim, em relação ao estado do Espírito, as consequências gerais do suicídio?
Muito diversas são as consequências do suicídio. Não há penas determinadas e, em todos os casos, correspondem sempre às causas que o produziram. Há, porém, uma consequência a que o suicida não pode escapar: é o desapontamento. Mas a sorte não é a mesma para todos; depende das circunstâncias. Alguns expiam a falta imediatamente, outros em nova existência, que será pior do que aquela cujo curso interromperam. (Obra citada, questão 957. Ver também questões 944, 945, 946, 947, 948, 949, 950, 955 e 956.)
179. Qual é o sentimento que domina a maioria das pessoas no momento da morte: a dúvida, o temor ou a esperança?
A dúvida, nos cépticos empedernidos; o temor, nos culpados; a esperança, nos homens de bem.  (Obra citada, questões 961 e 981. Ver também questão 941.)
180. Existe o chamado juízo final?
Não. Deus tem suas leis a regerem todas as nossas ações. Se as violamos, nossa é a culpa. Indubitavelmente, quando um homem comete um excesso qualquer, Deus não profere contra ele um julgamento, dizendo-lhe, por exemplo: “Foste guloso, vou punir-te”. Ele traçou um limite; as enfermidades e muitas vezes a morte são a consequência de nossos excessos. Eis aí a punição: é o resultado da infração da lei. Assim em tudo. Mas o Criador é previdente, pois que nos adverte, a cada instante, de que estamos fazendo o bem ou o mal e envia-nos os Espíritos para nos inspirarem. Além disso, faculta sempre ao homem, concedendo-lhe novas existências, recursos para reparar seus erros passados e, desse modo, voltar ao caminho da retidão moral. (Obra citada, questões 963 e 964.)
181. As penas e os gozos têm, na vida espiritual, alguma coisa de material? 
Como a alma não é matéria, diz o bom senso que não podem ser materiais. Nada têm, pois, de carnal essas penas e esses gozos; entretanto, são mil vezes mais vivos do que os que experimentamos na Terra, porque o Espírito, uma vez liberto, é mais impressionável e a matéria já não lhe embota as sensações. (Obra citada, questões 965, 966 e 968.)
182. Em que consiste a felicidade dos Espíritos realmente bons? 
Em conhecerem todas as coisas; em não sentirem ódio, ciúme, inveja, ambição, nem qualquer das paixões que ocasionam a desgraça dos homens. O amor que os une lhes é fonte de suprema felicidade. Não experimentam as necessidades, os sofrimentos e as angústias da vida material, e são felizes pelo bem que fazem. (Obra citada, questões 967 e 980.)
183. Em que consistem os sofrimentos dos Espíritos inferiores? 
Eles são tão variados como as causas que os determinam e proporcionados ao grau de inferioridade, como os gozos o são ao de superioridade. Podem resumir-se assim: invejarem o que lhes falta para ser felizes e não obterem; verem a felicidade e não poderem alcançá-la; sentir pesar, ciúme, raiva, desespero, motivados pelo que os impede de ser ditosos; ter remorsos, ansiedade moral indefinível. Ademais, eles desejam todos os gozos e não os podem satisfazer: eis o que os tortura. (Obra citada, questões 970 e 973.)
184. A responsabilidade do Espírito culpado resulta apenas do mal que tenha praticado, ou vai além? 
Sua responsabilidade vai além, porque o Espírito sofre por todo o mal que praticou, ou de que foi causa voluntária, por todo o bem que houvera podido fazer e não fez e por todo o mal que decorra de não haver feito o bem que poderia ter feito. (Obra citada, questões 975 e 982.)

Observação:
Para acessar a Parte 22 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/05/o-livro-dos-espiritos-allan-kardec_21.html




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