quinta-feira, 14 de maio de 2020



O Livro dos Espíritos

Allan Kardec

Parte 21

Estamos publicando neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – dos 8 principais livros de Allan Kardec. Os textos são publicados neste blog sempre às quintas-feiras.
Concluído o estudo dos 2 primeiros livros, prosseguimos nesta data o estudo de O Livro dos Espíritos, cuja edição inicial se deu em Paris, França, no dia 18 de abril de 1857.  
Eis as questões de hoje:

161. Se o desejo de possuir é uma aspiração natural, qual o caráter da propriedade legítima?
Propriedade legítima só o é a que foi adquirida sem prejuízo de outrem. (O Livro dos Espíritos, questões 883, 884 e 885.)
162. Qual é o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?
Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições dos outros, perdão das ofensas. A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola e abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais ou nossos superiores. Ela nos prescreve a indulgência, porque de indulgência precisamos nós mesmos, e nos proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer. (Obra citada, questões 886 e 888.)
163. Que se deve pensar da esmola?
Nada há contra a esmola. O que merece reprovação não é a esmola, mas a maneira pela qual ela habitualmente é dada. O homem de bem, que compreende a caridade de acordo com Jesus, vai ao encontro do desgraçado, sem esperar que este lhe estenda a mão. A verdadeira caridade é sempre bondosa e benévola; está tanto no ato, como na maneira por que é praticado.
Deve-se também distinguir a esmola, propriamente dita, da beneficência. Nem sempre o mais necessitado é o que pede. O temor de uma humilhação detém o verdadeiro pobre, que muita vez sofre sem se queixar. A esse é que o homem verdadeiramente humano sabe ir procurar, sem ostentação. Não esqueçamos que o Espírito, qualquer que sejam o grau de seu adiantamento e sua situação como reencarnado ou desencarnado, está sempre colocado entre um superior, que o guia e aperfeiçoa, e um inferior, para com o qual tem de cumprir esses mesmos deveres. Sejamos, pois, caridosos, praticando não só a caridade que nos faz dar friamente o óbolo que tiramos do bolso àquele que o pede, mas a que nos leve ao encontro das misérias ocultas. (Obra citada, questões 888 e 889.)
164. Qual é o papel da educação na reforma moral do indivíduo e da sociedade?
A educação, convenientemente entendida, constitui a chave do progresso moral. Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres, como se conhece a de manejar as inteligências, conseguir-se-á corrigi-los, do mesmo modo que se aprumam plantas novas.
O egoísmo é a fonte de todos os vícios, como a caridade o é de todas as virtudes. Destruir um e desenvolver a outra, tal deve ser o alvo de todos os esforços do homem, se quiser assegurar sua felicidade neste mundo, tanto quanto no futuro. (Obra citada, questão 889. Ver também as questões 685, 813, 914 e 917.)
165. Qual é a mais meritória das virtudes e qual o sinal mais característico da imperfeição?
Toda virtude tem seu mérito próprio, porque todas elas indicam progresso na senda do bem. Há virtude sempre que existe resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores. A sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem pensamento oculto, e a mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade.
No tocante às imperfeições dos homens, seu sinal mais característico é o interesse pessoal. O verdadeiro desinteresse é – segundo o Espiritismo – coisa tão rara na Terra que, quando ele se patenteia, todos o admiram como se fora um fenômeno.
O apego às coisas materiais constitui sinal notório de inferioridade, porque, quanto mais se aferrar aos bens deste mundo, tanto menos compreende o homem o seu destino. Pelo desinteresse, ao contrário, demonstra que encara de um ponto mais elevado o futuro.  (Obra citada, questões 893 e 895.)
166. O homem pode, por si só, vencer as más inclinações que o dominam?
Sim, e frequentemente fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta é a vontade. (Obra citada, questões 909 a 912.)
167. Qual é o maior de todos os vícios que afligem a Humanidade?
O egoísmo. Dele deriva todo o mal. Estudemos todos os vícios e veremos que no fundo de todos há a presença do egoísmo. (Obra citada, questões 913 e 917.)
168. Que é preciso fazer para destruir o egoísmo?
O egoísmo se enfraquecerá à proporção que a vida moral for predominando sobre a vida material e, sobretudo, com a compreensão, que o Espiritismo nos faculta, do nosso estado futuro.
O egoísmo assenta na importância da personalidade. Ora, o Espiritismo, bem compreendido, mostra-nos as coisas de tão alto que o sentimento da personalidade desaparece, de certo modo, diante da imensidade.
Destruindo essa importância, ou, pelo menos, reduzindo-a às suas legítimas proporções, isso necessariamente combate o egoísmo, uma tarefa que compete à educação, não essa educação que tende a fazer homens instruídos, mas a que tende a fazer homens de bem. (Obra citada, questões 914 a 917.)

Observação:
Para acessar a Parte 20 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/05/o-livro-dos-espiritos-allan-kardec.html



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