segunda-feira, 23 de agosto de 2021

 



Painéis da Obsessão

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 9

 

Prosseguimos neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – do livro Painéis da Obsessão, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco. Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

65. Como entender, à luz do Espiritismo, a frase do Mestre “pedi e dar-se-vos-á”?

Segundo Dr. Arnaldo, quando aprendemos, realmente, desencarnados ou não, a recorrer à Providência Divina, jamais nos escassearão recursos para os cometimentos elevados. A frase “pedi e dar-se-vos-á” não é uma alegoria, nem tampouco uma promessa vã, que permanece na mensagem evangélica. Tratando-se de um dispositivo de segurança ao alcance de todos, é preciso, porém, que saibamos o que queremos, para que queremos e como devemos pedir, a fim de não colocarmos paixões sufocantes no lugar de necessidades reais, nem caprichos sustentados como sendo bases de apoio para a sobrevivência, porquanto nem tudo o que queremos é sempre o melhor para o nosso progresso real. (Painéis da Obsessão, cap. 26, pp. 210 a 212.)

66. Um dos recursos que possibilitaram a cura do menino Gumercindo foi uma luz projetada sobre ele. Qual a natureza dessa luz?

Trata-se – informou Dr. Arnaldo – da condensação do amor do Divino Médico, restaurando, em definitivo, as forças do enfermo e tonificando-lhe o corpo perispiritual para a empresa a executar. Tudo são vibrações em estados diferentes de energia, desde a pedra até o pensamento que se exterioriza pela vontade. “Eis por que – acrescentou Dr. Arnaldo – se dilata o conceito, cada dia, de que a luz divina cura. Isto porque ela é constituída de energia pura, causa essencial e primitiva da vida orgânica em germe em toda parte.” (Obra citada, cap. 26, pp. 210 a 212.)

67. Nos trabalhos de socorro fluidoterápico é possível evitar a entrada no recinto de Espíritos vulgares, ociosos ou perturbadores?

Sim. Essa preocupação havia na Colônia no tocante ao serviço citado, que era realizado durante uma hora, todos os dias, em recinto próprio. Movimentava-se ali um expressivo número de Entidades operosas em ajuda contínua. A entrada do edifício era guardada por vigilantes do plano espiritual, que controlavam a chegada dos acompanhantes que seguiam seus parceiros encarnados, evitando que adentrassem o recinto os Espíritos vulgares, ociosos, perturbadores, não interferindo apenas quando se tratava de obsessores identificados com os seus hospedeiros. Com vistas a isso, na porta principal da Colônia já haviam sido providenciados cuidados especiais que impedissem a invasão de hordas de irmãos alucinados, asselvajados e perniciosos, poupando assim aos servidores do Cristo lutas maiores que suas forças. (Obra citada, cap. 26, pp. 212 e 213.)

68. Que dizem os benfeitores espirituais a respeito do trabalho fluidoterápico em benefício dos que se encontram enfermos? 

Eles o apoiam e recomendam, como é possível inferir da seguinte observação feita pelo Dr. Arnaldo: “Como existem Prontos Socorros para os males físicos e assistência imediata para os alienados mentais em crise, já é tempo para que a caridade cristã, nas Instituições Espíritas, crie serviços de urgência fluidoterápica e de consolação para quantos se debatem nos sofrimentos do mundo, e não têm forças para esperar datas distantes ou dias exclusivos para o atendimento”. “Espíritas esclarecidos, imbuídos do sentimento da caridade, poderiam unir-se neste mister, reservando algum tempo disponível e revezando-se num serviço de atendimento cuidadosamente programado, a fim de mais amplamente auxiliar-se o próximo, diminuindo a margem de aflições no mundo.” (Obra citada, cap. 26, pp. 213 a 215.)

69. Podemos dizer que os males que atingem o corpo físico procedem do Espírito? 

Sim. Foi exatamente isso que Dr. Dirceu de Campos, que fora, na Terra, respeitável professor de medicina e cientista aplicado à investigação de parasitos, disse ao autor desta obra, Manoel P. de Miranda, ou seja, que todos os males que atingem o corpo procedem do Espírito. Em face disso, ele e seus colegas inspiravam os médicos encarnados a receitarem menos drogas, evitando-se intoxicação orgânica, para melhor reequilibrar-se o psiquismo dos enfermos. (Obra citada, cap. 27, pp. 216 e 217.)

70. Quando uma pessoa recorre à ajuda médica para se tratar, seu obsessor espiritual tenta influenciar o próprio médico? 

Sim. Segundo Dr. Dirceu de Campos, é muito comum notar que os Espíritos conscientes do mal que proporcionam àqueles a quem perseguem, sabendo que os seus obsidiados estão recorrendo à ajuda médica para ter minorados os seus males, investem contra os seus possíveis benfeitores, a fim de os influenciar, gerando antipatia pelo paciente e, quando há afinidade moral entre o médico e o algoz desencarnado, este leva-o a equivocar-se no diagnóstico ou pelo menos a não dar a devida atenção ao problema, ficando na superficialidade, que não lhe permite a correta avaliação para um eficiente tratamento. (Obra citada, cap. 27, pp. 220 e 221.)

71. Por que a morte de Argos seria considerada um caso de suicídio indireto, uma vez que ele se encontrava realmente enfermo?

A resposta a essa pergunta foi dada por Dr. Arnaldo. O estado de saúde de Argos se agravara e ele se encontrava com febre alta, decorrente de violenta recidiva. Segundo Dr. Arnaldo, a doença realmente voltara. Receando a irrupção de uma brutal hemoptise, Bernardo aplicou recursos calmantes em Argos, para diminuir a febre e recompor o aparelho respiratório congestionado pela infecção. “A mente pessimista e assustada do nosso amigo, que cultivou uma psicose depressiva, receando o retorno da doença, ao lado da sua insistente rebeldia ao trabalho edificante que lhe concederia créditos para a saúde, responde pela recidiva a que foi levado, tendo-se em vista a vinculação com Felipe”, esclareceu o médico. “De algum modo, se advier um resultado funesto para o corpo, temos mais um infeliz exemplo de suicídio indireto...”

Segundo Dr. Arnaldo, a intemperança é fator desconcertante, que agasalhamos e de cujos efeitos perniciosos não nos conseguimos furtar. Quem possui o conhecimento da vida espiritual não deveria caminhar entre sombras, em face da luz que lhe deve estar implantada na razão, conduzindo os sentimentos e aprimorando-se. A predominância sistemática dos instintos mais agressivos, que fomentam o egoísmo em detrimento de outros valores mais elevados, faz que desvalemos na rampa da insatisfação com os consequentes efeitos da rebeldia constante, sem o apoio da humildade que acalma, nem da legítima fraternidade que harmoniza. (Obra citada, cap. 27, pp. 221 a 223.)

72. Valendo-se do passe fluidoterápico, o médium Venceslau prestou a Argos o socorro fluídico de que ele carecia. Como esse socorro foi aplicado?

O auxílio prestado por Bernardo (Espírito) criara a predisposição para que Argos assimilasse, desta vez, outro tipo de fluidos procedentes do corpo físico do médium. Conduzido por Irmã Angélica, logo após a oração, Venceslau deu início à operação socorrista. A princípio, com movimentos rítmicos e em direção longitudinal, desembaraçou o enfermo das energias absorvidas e dos miasmas venenosos que lhe empestavam o organismo, como a desintoxicar as células, facilitando-lhes a renovação. Foram então cuidadosamente atendidos os centros coronários, cardíaco e gástrico, que exteriorizavam coloração escura e fluido pastoso, letal. Em seguida, o médium passou a transferir-lhe as forças restauradoras, mediante a imposição das mãos nas referidas áreas que, lentamente, foram absorvendo a energia salutar e mudando de cor, irradiando para todo o corpo as vibrações de reequilíbrio. Por fim, foi magnetizada a água, oferecida em pequena dose ao enfermo, encerrando-se ai o labor da caridade fraternal. (Obra citada, cap. 27, pp. 224 a 226.)

 

 

Observação:

Para acessar a parte 8 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/08/blog-post_09.html

 

 

 

 

 

 

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