A Gênese
Allan Kardec
Parte 6
Continuamos o estudo metódico do livro “A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, com base na 36ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira, conforme tradução feita por Guillon Ribeiro.
Este estudo é publicado sempre às
quintas-feiras.
Eis as questões de hoje:
41. Qual a origem do
vocábulo "firmamento"?
Para os antigos, a Terra era uma superfície plana e circular, qual uma mó
de moinho, estendendo-se a perder de vista na direção horizontal. Daí a
expressão ainda em uso: ir ao fim do mundo. Desconheciam-lhe os limites, a
espessura, o interior, a face inferior, o que lhe ficava por baixo. Por se
mostrar sob forma côncava, o céu, na crença vulgar, era tido como uma abóbada
real, cujos bordos inferiores repousavam na Terra e lhe marcavam os confins,
vasta cúpula cuja capacidade o ar enchia completamente. Sem nenhuma noção do
espaço infinito, incapazes mesmo de o conceberem, imaginavam os homens que essa
abóbada era constituída de matéria sólida, donde a denominação de firmamento
que lhe foi dada e que sobreviveu à crença, significando: firme, resistente (do
latim firmamentum, derivado de firmus e do grego herma, hermatos, firme,
sustentáculo, suporte, ponto de apoio). (A
Gênese, cap. V, itens e 3.)
42. Quem descobriu que a
Terra tem a forma esférica?
Foi Tales, de Mileto (Ásia Menor), quem descobriu, no ano 600 a.C., a
esfericidade da Terra, a obliquidade da eclíptica, ou plano da órbita
terrestre, e a causa dos eclipses. (Obra citada, cap. V, item 10.)
43. Quem foi o autor do
sistema que atribuiu à Terra a condição de centro do Universo?
Foi Ptolomeu, um dos homens mais ilustres da Escola de Alexandria, quem
compôs, no ano 140 da Era Cristã, um sistema que se pode qualificar de misto,
que traz o seu nome e que, por perto de quinze séculos, foi o único que o mundo
civilizado adotou. Segundo o sistema de Ptolomeu, a Terra seria uma esfera
posta no centro do Universo. (Obra citada, cap. V, item 11.)
44. Quando se descobriu
que o Sol é o centro de nosso sistema?
Foi no começo do século 16 que Copérnico, astrônomo célebre, nascido em
Thorn (Prússia), reconsiderou as ideias de Pitágoras e concebeu um sistema que,
confirmado todos os dias por novas observações, teve acolhimento favorável e
não tardou a desbancar o de Ptolomeu. Segundo o sistema de Copérnico, o Sol
está no centro e ao seu derredor os astros descrevem órbitas circulares, sendo
a Lua um satélite da Terra. Um século depois, em 1609, Galileu inventou o
telescópio e, já no ano seguinte, descobriu que os planetas não têm luz própria
como as estrelas, mas que são iluminados pelo Sol e são esferas semelhantes à
Terra, oferecendo assim, por provas materiais, sanção definitiva ao sistema de
Copérnico. Reconheceu-se então que os planetas são mundos semelhantes à Terra
e, sem dúvida, habitados, como esta; que as estrelas são inumeráveis sóis,
prováveis centros de outros tantos sistemas planetários, sendo o próprio Sol
reconhecido como uma estrela, centro de um conjunto de planetas que se lhe
acham sujeitos. (Obra citada, cap. V,
item 12.)
45. Em que consistem as
constelações?
As constelações são agregados aparentes formados por estrelas. Suas
figuras não passam de efeitos de perspectiva, como as que as luzes espalhadas
por uma vasta planície ou as árvores de uma floresta formam, aos olhos de quem
as observa colocado num ponto fixo. Na realidade, porém, tais agrupamentos não
existem. Se nos pudéssemos transportar para a reunião de uma dessas
constelações, à medida que nos aproximássemos dela, a sua forma se desmancharia
e novos grupos se nos desenhariam à vista. Ora, não existindo esses
agrupamentos senão na aparência, é ilusória a significação que uma
supersticiosa crença vulgar lhes atribui e que somente na imaginação pode
existir. (Obra citada, cap. V, item 12.)
46. As antigas
cosmogonias deixaram de subsistir a partir de que momento?
Foi a partir de Copérnico e Galileu que as velhas cosmogonias deixaram
para sempre de subsistir. A Astronomia só podia avançar, não recuar, e bastou a
invenção de um instrumento de óptica para derrocar uma construção de muitos
milhares de anos. (Obra citada, cap. V, itens 13 e 14.)
47. Podemos definir
espaço e tempo?
A principal definição dada de espaço é esta: a extensão que separa dois
corpos, na qual certos sofistas deduziram que onde não haja corpos não haverá
espaço. Também definiram o espaço como sendo o lugar onde se movem os mundos, o
vazio onde a matéria atua etc. Em verdade, espaço é uma dessas palavras que
exprimem uma ideia primitiva e axiomática, de si mesma evidente, e a cujo
respeito as diversas definições que se possam dar nada mais fazem do que
obscurecê-la. “Todos sabemos – diz o Espírito de Galileu – o que é o espaço e
eu apenas quero firmar que ele é infinito, a fim de que os nossos estudos ulteriores
não encontrem uma barreira opondo-se às investigações do nosso olhar.”
Como a palavra espaço, tempo é também um termo já por si mesmo definido.
Dele se faz ideia mais exata, relacionando-o com o todo infinito. O tempo é a
sucessão das coisas. Está ligado à eternidade, do mesmo modo que as coisas
estão ligadas ao infinito. (Obra citada,
cap. VI, itens 1 e 2.)
48. De onde se
originaram as diversas substâncias que existem no mundo?
Pode-se estabelecer como princípio absoluto que todas as substâncias,
conhecidas e desconhecidas, são apenas modos diversos sob que a matéria se
apresenta, variedades em que ela se transforma sob a direção das forças
inumeráveis que a governam. Não há, em todo o Universo, senão uma única
substância primitiva: o cosmo, ou matéria cósmica dos uranógrafos. (Obra citada,
cap. VI, itens 3, 4 e 7.)
Observação: Para acessar
a Parte 5 deste estudo, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/08/blog-post_12.html
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Estou descobrindo e aprendendo muito sobre o espiritismo. Mas posso afirmar que os conhecimentos são muito complexos. Enfim, como posso aprender os princípios do espiritismo? Perguntas do tipo "Quem é Jesus?" Deus? Maria?
ResponderExcluirSão muitas dúvidas e não sei como encontrar respostas...
Se puder me ajudar, eu agradeço.
Para isso é que existem os livros. Todas essas dúvidas e outras muitas você resolverá lendo "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec. Em nossa revista você poderá baixá-lo, sem custo. Após esse livro, você lerá sua continuação que tem o título de "O Livro dos Médiuns". Depois, para entender os ensinamentos de Jesus conforme a interpretação dos mentores espirituais, você lerá "O Evangelho segundo o Espiritismo". Se deseja, nesse meio tempo, saber alguma coisa sobre a vida no mundo espiritual, leia os livros de André Luiz, começando pelo "Nosso Lar". É isso, e vale a pena, porque saber é ótimo.
ResponderExcluirMuito obrigada. Vou começar as leituras.
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