A vida futura conforme os ensinos espíritas
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
Jesus
foi o grande iniciador dos ensinamentos acerca da vida futura, que constituem o
eixo de sua doutrina, mas coube ao Espiritismo desenvolver esses estudos e
mostrar o íntimo relacionamento que existe entre o mundo espiritual e o mundo
em que nós, encarnados, vivemos.
Com
o advento do Espiritismo, a alma deixou de ser uma abstração. Os Espíritos
possuem um corpo etéreo que lhes serve de instrumento. A vida futura é a
continuação da vida terrena, mas em melhores condições, observado o preceito
que manda dar a cada um segundo o seu merecimento. O mundo espiritual
encontra-se ao redor de nós. Os que nele habitam – os seres desencarnados –
influem em nossos pensamentos e atos e, de certa maneira, dirigem-nos na senda
da vida com suas sugestões e seus conselhos.
Em
face destas informações que nos foram trazidas pelo Espiritismo, qual o sentido
da existência terrena?
Antes
de mais nada, é preciso compreendermos que a vida espiritual é isenta das
ilusões e das fantasias peculiares ao plano em que nos encontramos.
A
vida corpórea, ao contrário, apresenta-nos atrativos que constituem, bastas
vezes, sérios óbices ao progresso espiritual. Assim é que a posse da riqueza
pode excitar em muitas pessoas as paixões e o orgulho, e as altas posições
sociais podem levar aos abusos da autoridade, concorrendo para os desastres
morais que apenas mais tarde, na vida espiritual, apresentarão às pessoas sua
verdadeira dimensão.
Progresso
constante em conhecimento e em moralidade, eis a meta dos Espíritos, para a
qual a experiência corpórea constitui fator decisivo.
Se
compreendermos o mundo material como sendo uma escola e a existência corpórea
como uma bolsa de estudo, tudo se torna mais claro. Findo o curso, o Espírito
retorna ao seu verdadeiro mundo, onde entrevê as experiências vividas e elabora
os planos para o futuro.
Tendo
isso em mente, pode-se imaginar quanto de vazio representam as existências
voltadas exclusivamente para os gozos materiais!
Como
sabemos, existem pessoas que fazem de seus dias uma permanente agitação social.
Festas, jantares, jogos, prazeres de toda ordem constituem sua única
preocupação. A existência terrestre se lhes afigura como um processo de
curtição a que se apegam com todo o vigor, ignorando que somos Espíritos
temporariamente revestidos de um corpo físico para um objetivo relevante, que
tem tudo a ver com o nosso progresso espiritual e o melhoramento do mundo em
que vivemos.
Os
depoimentos daqueles que partiram para o Além são um alerta para nós – e
devemos isso, de forma exaustiva, ao Espiritismo, que nos escancara a
possibilidade do contato com os nossos mortos queridos, enquanto outros
segmentos religiosos o abafam ou proíbem.
Sempre
que ouvirmos alguém falar sobre a vida futura que nos aguarda além-túmulo,
lembremo-nos da conhecida Parábola dos Talentos, narrada por Jesus, que nos
ensina que Deus pedirá estrita conta da aplicação dada por nós aos recursos que
nos foram prodigalizados na romagem terrena, quando, então, muitos dos que
agora riem chorarão e lamentarão amargamente as oportunidades perdidas.
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