segunda-feira, 30 de agosto de 2021

 



Painéis da Obsessão

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 10

 

Prosseguimos neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – do livro Painéis da Obsessão, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco. Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

73. Qual a importância em nossa vida do efetivo cumprimento de nossos deveres morais?

Segundo é demonstrado com clareza nesta obra, os deveres morais, quando bem cumpridos, são os agentes que propiciam o crescimento do ser, no rumo da libertação de suas mazelas. Foi exatamente isso que faltara na vida de Argos ao longo dos últimos séculos. (Painéis da Obsessão, cap. 28, pp. 227 e 228.)

74. Vendo a inutilidade da pugna verbal com Felipe (Espírito), Argos orou. Sua oração foi sincera?

Sim. Recuando em sua presunção, entre lágrimas de sincero sofrimento, ele orou, contrito, rogando a ajuda do Pai Celeste para ele e todos os envolvidos nas lamentáveis tramas do pretérito. A rogativa, que pedia ao Criador socorro e piedade para Felipe e misericórdia para os seus próprios atos, estava ungida de arrependimento e assinalada de propósitos de justa reabilitação. (Obra citada, cap. 28, pp. 233 a 235.)

75. Que propósito tinham os antigos hussitas?

Os hussitas preconizavam um Cristianismo novo, pelo qual se imolou João Huss, em eloquente testemunho de amor ao ideal, sem qualquer rancor por aquele que, lhe dando o salvo-conduto para ser interrogado pelo concílio de Constança, traiu-o, abandonando-o nas mãos dos seus inimigos gratuitos. (Obra citada, cap. 28, pp. 235 e 236.)

76. Quando a gente não dispõe de forças para perdoar, que é que acontece?

Essa pergunta foi feita por Felipe (o obsessor de Argos), depois de ouvir uma longa preleção de Irmã Angélica a respeito do perdão e de seus incontáveis benefícios. “E se eu não dispuser de forças para o perdoar?” Ante essas palavras de Felipe, a benfeitora respondeu: “Deus to concederá, por ser Ele a fonte donde se origina todo o bem. O amor encontra ressonância e recebe carga de revigoramento na razão direta em que ama. Todavia, se encontras momentaneamente impedimento para luarizar-te com o amor, vê o problema pela ótica do outro que te padece o cerco feroz e desculpa-o. Observa-o: abatido e lacerado, não é o mesmo de ontem, orgulhoso e dominador. Ele se te submete e pede-te trégua. Não é melhor doar do que receber? Cessada a tua fúria, quando concluído o teu plano nefasto, não o alcançarás, além da morte, porque ele estará liberado da culpa, enquanto tu cairás no abismo da dívida. Que farás, a partir de então? Reflete agora, enquanto ainda podes recuar. Um pouco mais e será tarde demais.” (Obra citada, cap. 28, pp. 236 a 238.)

77. Argos poderia ter evitado a recidiva da tuberculose?

Sim. Segundo Dr. Froebel, a recidiva não estava prevista, pelo menos para aquele período. Houvesse Argos vigiado convenientemente e tê-la-ia adiado ou mesmo evitado. "Enquanto o homem não aprender a comandar a mente sob o império de uma vontade bem direcionada – asseverou Dr. Froebel –, ser-lhe-á vítima contínua." "A acomodação mental responde por muitos males que esfacelam os planos ideais de muitos corações. Através dos fios invisíveis do pensamento movimentam-se forças de difícil catalogação pela linguagem convencional, que fomentam reações equivalentes às emissões iniciais... É através delas que se canalizam as vibrações obsessivas, que as utilizam ou as fomentam, dando gênese aos estados de desequilíbrio psíquico, de início, e físico, mais tarde..." (Obra citada, cap. 29, pp. 242 e 243.)

78. A presença da morte leva as pessoas a pensarem em mudança de vida e atitudes?

Sim. A presença da morte é sempre uma proposta de imediata reforma íntima. Quando o homem a pressente, valoriza a roupagem carnal e a oportunidade que, invariavelmente, desconsidera. Em tais momentos, não raro, fazem promessas e negociam com a Divindade, em vãs pechinchas, que denotam a infância moral em que estagiam, irresponsáveis. Quando o perigo passa e a saúde retorna, modificam as paisagens mentais e arrojam-se aos mesmos programas de insensatez, com raras exceções, mais ávidos, mais petulantes, mais imprudentes... Chega o momento, porém, em que não mais podem adiar o retorno e são colhidos entre prantos e lamentos, igualmente insensatos, rogando compaixão e apoio, que não quiseram ou não pretenderam dar-se ou doar aos outros. (Obra citada, cap. 29, pp. 244 e 245.)

79. É correto afirmar que compromisso que não se atende é dívida que se assume?

Sim. Foi isso que Irmã Angélica disse a Argos. O compromisso da reencarnação não é viagem ao país da futilidade, especialmente para os que estão muito comprometidos com tarefas interrompidas e têm, no passado, o caminho juncado de vítimas. Devemos agir no bem, com menos palavras e mais serviço. "Os teus atos próximos serão os teus advogados futuros... A consciência anestesiada, quando desperta, faz-se juiz severo, se nos surpreende em gravame ou queda", disse-lhe Irmã Angélica. (Obra citada, cap. 29, pp. 246 e 247.)

80. Como entender a tolerância e sua vivência?

Geralmente, todos nós esperamos por tolerância; no entanto, são poucos os que sabem vivê-la. Sempre a queremos para nós, mesmo que seja em prejuízo da ordem. Que se precatem, porém, os bons trabalhadores, do "fermento farisaico" e nunca receiem enfrentar o mal, mesmo que a prejuízos na área das amizades e dos relacionamentos humanos. O dever está acima do prazer. No caso das dificuldades que a Colônia passou a enfrentar, a prece, o trabalho e a humildade foram os fortes pilotis da caridade, para que o vendaval da amargura não derruísse o trabalho do bem. (Obra citada, cap. 30, pp. 252 e 253.)

 

 

Observação:

Para acessar a parte 9 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/08/blog-post_23.html

 

 

 

 

 

 

 

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