quarta-feira, 4 de agosto de 2021

 


Ação e Reação

 

André Luiz

 

Parte 13

 

Estamos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo de onze livros de André Luiz, psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier, integrantes da chamada Série Nosso Lar.

Uma vez concluído o estudo dos oito primeiros livros da Série, damos prosseguimento ao estudo da nona obra: Ação e Reação, publicada em 1957 pela Federação Espírita Brasileira.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do livro, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND e, em seguida, no verbete “Ação e Reação".

Eis as questões de hoje:

 

97. Leo se arrependera das maldades cometidas no passado?

Sim. Conservando no imo d'alma a lembrança da vítima, através da percussão mental do arrependimento sobre os centros perispiríticos, enlouqueceu de dor e vagueou por vários lustros em tenebrosas paisagens, até que, recolhido à Mansão Paz, foi convenientemente tratado para o reajuste preciso. Recuperado, as reminiscências do crime absorviam-lhe o espírito de tal sorte que, para o retorno à marcha evolutiva normal, implorou o regresso à carne, a fim de experimentar a mesma vergonha, a mesma penúria e as mesmas provas por ele infligidas ao irmão indefeso, pacificando, assim, a consciência intranquila. (Ação e Reação, cap. 17, pp. 236 e 237.)

98. Quando é que, após experimentar o processo expiatório, um Espírito se encontra efetivamente quitado do débito do passado?

Silas respondeu a esta questão mencionando o caso de Leo, que atravessou o mesmo suplício que infligiu a seu irmão na existência anterior, mas em um leito de hospital, conformado, resignado e sem escândalos destrutivos. "Quando a nossa dor não gera novas dores e nossa aflição não cria aflições naqueles que nos rodeiam, nossa dívida está em processo de encerramento”, explicou Silas. “Muitas vezes, o leito de angústia entre os homens é o altar bendito em que conseguimos extinguir compromissos ominosos, pagando nossas contas, sem que o nosso resgate a ninguém mais prejudique. Quando o enfermo sabe acatar os Celestes Desígnios, entre a conformação e a humildade, traz consigo o sinal da dívida expirante..." (Obra citada, cap. 17, pp. 237 a 239.)

99. Como chegou à Mansão Paz a notícia relativa à queda de um avião em que faleceram 14 pessoas?

O apelo – que viera da crosta – chegou à Mansão em forma de sinais semelhantes aos do telégrafo de Morse que se fizeram notar em curioso aparelho. Druso ligou, então, uma tomada próxima e viu-se um pequeno televisor em ação a projetar imagens movimentadas em tela próxima, cuidadosamente encaixada na parede, a pequena distância. Qual se acompanhassem curta notícia em cinema sonoro, André Luiz e os demais contemplaram, surpreendidos, a paisagem terrestre. Naquele quadro inquietante, um ancião desencarnado, de semblante nobre e digno, formulava requerimento comovedor, rogando à Mansão Paz o envio de equipe adestrada para a remoção de seis das 14 entidades desencarnadas no sinistro. A cena aflitiva parecia desenrolar-se ali mesmo. Oito dos desencarnados jaziam em posição de choque, algemados aos corpos; quatro gemiam, jungidos aos próprios restos, e dois deles, embora enfaixados às formas físicas, gritavam desesperados, em crises de inconsciência. (Obra citada, cap. 18, pp. 241 e 242.)

100. Por que pessoas perecem em desastres de grandes proporções, como os acidentes com aviões?

As origens da provação são inúmeras. No caso do desastre aviatório cuja notícia há pouco lhes chegara, Druso disse que havia entre as vítimas delinquentes que, em outras épocas, atiraram irmãos indefesos do cimo de torres altíssimas, para que seus corpos se espatifassem no chão; companheiros que, em outro tempo, cometeram hediondos crimes sobre o dorso do mar, pondo a pique existências preciosas, ou suicidas que se despenharam de arrojados edifícios ou de picos agrestes, em supremo atestado de rebeldia. O dirigente lembrou, contudo, que a Lei nos permite melhorar nossos créditos, todos os dias. Quantos romeiros terrenos são amparados devidamente para que a morte não lhes assalte o corpo, em razão dos atos louváveis a que se afeiçoam! Quantas intercessões da prece ardente conquistam moratórias oportunas para pessoas que se encontravam à beira do túmulo! "Assim é que, gerando novas causas com o bem, praticado hoje, podemos interferir nas causas do mal, praticado ontem, neutralizando-as e reconquistando, com isso, o nosso equilíbrio", explicou o diretor. Eis por que devemos incentivar sempre o serviço do bem, através de todos os recursos ao nosso alcance. “A caridade e o estudo nobre, a fé e o bom ânimo, o otimismo e o trabalho, a arte e a meditação construtiva constituem temas renovadores, cujo mérito não será lícito esquecer, na reabilitação de nossas ideias e, consequentemente, de nossos destinos." (Obra citada, cap. 18, pp. 245 a 247.)

101. Ascânio e Lucas também se submeteram, por expiação, a um desastre aviatório. Que fatos motivaram esse desastre?

Druso explicou que, submetendo-se eles à regressão da memória, viram algo ocorrido no século XV que lhes impôs dolorosa meditação – as cenas de ominoso delito por ambos cometido em 1429, logo após a libertação de Orleães, quando formavam no exército de Joana d'Arc. Famintos de influência junto aos irmãos de armas, não hesitaram em assassinar dois companheiros, precipitando-os do alto de uma fortaleza no território de Gâtinais, sobre fossos imundos, embriagando-se nas honrarias que lhes valeram, mais tarde, torturantes remorsos além do sepulcro. Chegados a esse ponto, inquiridos se desejavam prosseguir na sondagem singular, responderam negativamente, preferindo liquidar a dívida, antes de novas imersões no passado. (Obra citada, cap. 18, pp. 247 e 248.)

102. Como se deu, da parte deles, a opção pelo desastre aviatório?

Ascânio e Lucas suplicaram o retorno ao campo dos homens, com o objetivo de quitar o débito aludido. Como podiam escolher o gênero de provação, em vista dos recursos morais já amealhados no mundo íntimo, optaram por tarefas no campo da aeronáutica, a cuja evolução ofereceram suas vidas, sofrendo, então, a mesma queda mortal que infligiram aos companheiros de luta no século XV. (Obra citada, cap. 18, pp. 249 a 251.)

103. Nossas condições espirituais têm influência sobre a saúde do corpo físico?

Sim. Existe íntima correspondência entre nossos estados espirituais e as formas de que nos servimos. Segundo Druso, todo mal por nós conscientemente praticado expressa, de algum modo, lesão em nossa consciência, e toda lesão dessa espécie determina distúrbio ou mutilação no organismo que nos exterioriza o modo de ser. Em todos os planos do Universo, somos espírito e manifestação, pensamento e forma. Eis o motivo por que, no mundo, a Medicina há de considerar o doente como um todo psicossomático, se quiser realmente investir-se da arte de curar. (Obra citada, cap. 19, pp. 253 e 254.)

104. A evolução para Deus pode ser comparada a uma viagem?

Sim. É da mente clareada pela razão, sede dos princípios superiores que governam a individualidade, que partem as forças que asseguram o equilíbrio orgânico, por intermédio de raios que vitalizam os centros perispiríticos, em cujos meandros se localizam as chamadas glândulas endócrinas, que, a seu turno, despedem recursos que nos garantem a estabilidade do campo celular. Segundo Druso, "todos os estados acidentais das formas de que nos utilizamos, no espaço e no tempo, dependem, assim, do comando mental". A evolução para Deus pode, pois, ser comparada a uma viagem divina: "O bem constitui sinal de passagem livre para os cimos da Vida Superior, enquanto que o mal significa sentença de interdição, constrangendo-nos a paradas mais ou menos difíceis de reajuste". (Obra citada, cap. 19, pp. 254 a 256.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 12 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/07/blog-post_28.html

 

  

 

 

 

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