Entrevista com Zilda Gama
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Salve,
leitor!
Como
escrevi sobre a médium Zilda Gama aqui, há pouco tempo, e por admirar esse
espírito, resolvi entrevistá-la num dos meus devaneios lúcidos. Desse modo,
vi-me na escola do plano espiritual dirigida por ela e, ao entrar no corredor
que dá para a diretoria, avistei-a. Ela estava belíssima. Trazia nas mãos um
exemplar da obra Diário dos Invisíveis, ainda em sua primeira edição, de
1929. Na capa, li o seguinte, ainda na ortografia antiga: "Livro
psychographado pela autora". Essa edição da obra foi publicada pela
Editora O Pensamento, de São Paulo.
Aproximando-me,
perguntei-lhe se ela poderia responder-me duas ou três perguntas. Ela disse-me
que sim e acrescentou:
—
Fique à vontade para perguntar o que quiser. Responderei o que souber.
Agradeci-lhe
e fiz a primeira pergunta:
—
Quando foi que a senhora se tornou espírita?
—
Meu jovem... Posso chamá-lo assim, pois se somados 91 anos, aproximados, que
tive em minha última encarnação, com 52 em que estou no plano espiritual, tenho
mais do que o dobro da sua idade atualmente. Então, dispense o "senhora", menino. Desde que fui criança,
sentia a presença e influência dos espíritos. Filha de pais católicos, embora
eu já estudasse as obras de Allan Kardec e houvesse psicografado algumas
mensagens, ainda receava dizer-me espírita, principalmente naquela época, em
que se demonizavam os espíritas e nossa santa doutrina. Um dia, porém,
conversando com o doutor Cunha Salles, médico, médium e músico muito conhecido
em Minas Gerais, ele perguntou-me:
—
Você é espírita?
—
Não! — respondi-lhe, vacilante. Ele olhou fixamente nos meus olhos e falou-me
com grave entonação:
—
Você não somente é espírita, como ainda vai psicografar algumas obras de grande
valor espiritual. Detalhe: o Dr. Cunha acabara de conhecer-me...
Poucos
anos depois dessa conversa, o espírito Mercedes, um dos meus guias espirituais,
confirmou as palavras do Dr. Cunha Salles, anunciando-me que espíritos elevados
iriam transmitir-me, pela psicografia, obras de grande cunho moral... Dias após
essa revelação, passei a psicografar as belas novelas mediúnicas ditadas pelo
espírito Victor Hugo.
—
Que espíritos narram essa obra que você traz nas mãos? – perguntei-lhe novamente, e Zilda
respondeu-me:
—
O primeiro é Allan Kardec, cuja mensagem inicial ele ditou-me em 1912.
—
Quê?! Você foi médium do Codificador da Doutrina Espírita?
—
Sim. Nesse primeiro contato, que me emocionou, ele preveniu-me: "Sobre tua
fronte está suspenso um raio luminoso, que te guiará através de todas as
dificuldades, de todos os obstáculos, e será a tua glória ou tua condenação —
conforme o desempenho que deres aos teus encargos psíquicos..."
—
Querida Zilda Gama, esta entrevista está fantástica, mas o espaço é pequeno.
Podemos continuar na próxima semana? — Perguntei-lhe...
—
Indubitavelmente — respondeu-me —, será um prazer continuar estes
esclarecimentos, de grande importância para os tempos atuais...
Agradeci-lhe
e nos despedimos com um abraço espiritual, de doce vibração, seguido de minha
prece de agradecimento a Deus por tão sublime oportunidade.
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