quinta-feira, 16 de setembro de 2021

 



A Gênese

 

Allan Kardec

 

Parte 9

 

Continuamos o estudo metódico do livro “A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, com base na 36ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira, conforme tradução feita por Guillon Ribeiro.

Este estudo é publicado sempre às quintas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

65. Em que período geológico ocorreu o chamado dilúvio universal? 

Ele ocorreu no período diluviano, assim chamado por causa desse que foi um dos maiores cataclismos que revolveram o globo, cuja superfície ele mudou mais uma vez de aspecto, destruindo uma imensidade de espécies vivas, das quais apenas restaram despojos. O dilúvio deixou por toda a parte traços que atestam sua generalidade. As águas, violentamente arremessadas fora dos respectivos leitos, invadiram os continentes, arrastando consigo terras e rochedos, desnudando as montanhas e desarraigando as florestas seculares. (A Gênese, cap. VII, itens 42, 43, 46 e 47.)

66. Quando apareceu o homem na Terra? 

O homem surgiu em nosso planeta quando a Terra já estava povoada de animais menos ferozes e mais sociáveis. Mais suculentos, os vegetais proporcionavam alimentação menos grosseira e tudo, enfim, se achava preparado no planeta para o novo hóspede que o viria habitar. Terá o homem existido na Terra somente depois do período diluviano ou terá surgido antes dessa época? Esta questão é muito controvertida hoje, mas sua solução, seja qual for, nada mudará no conjunto dos fatos verificados, nem fará que o aparecimento da espécie humana não seja anterior, de muitos milhares de anos, à data que lhe assinalada pela Gênese bíblica. (Obra citada, cap. VII, itens 48 e 49.)

67. Quais as principais teorias existentes sobre a origem da Terra? 

As principais teorias acerca da origem da Terra são a teoria da projeção, a teoria da condensação e a teoria da incrustação. Das três, a teoria da formação da Terra pela condensação da matéria cósmica é a que hoje prevalece na Ciência, como sendo a que a observação melhor justifica, a que resolve maior número de dificuldades e que se apoia, mais do que todas as outras, no grande princípio da unidade universal. (Obra citada, cap. VIII, itens 1, 3, 4 e 7.)

68. A água e o fogo estiveram presentes em inúmeras perturbações locais que afetaram o planeta. Que fatos foram, efetivamente, produzidos pelo fogo e pela água? 

O fogo atuou produzindo: 1) erupções vulcânicas que sepultaram, sob espessas camadas de cinzas e lavas, os terrenos circunjacentes, fazendo desaparecer cidades com seus habitantes; 2) terremotos; 3) levantamentos da crosta sólida, que impeliam as águas para as regiões mais baixas; e 4) afundamento, em maior ou menor extensão, dessa mesma crosta, nalguns lugares, para onde as águas se precipitaram, deixando em seco outros lugares. Foi assim que surgiram ilhas no meio do oceano, enquanto que outras desapareceram; que porções de continentes se separaram e formaram ilhas; que braços de mar, secados, ligaram ilhas e continentes.

Quanto à água, essa atuou produzindo: 1) a irrupção ou a retirada do mar nalgumas costas; 2) desmoronamentos que, interceptando as correntes líquidas, formaram lagos; 3) transbordamentos e inundações; e 4) aterros nas embocaduras dos rios. Esses aterros, rechaçando o mar, criaram novos territórios. (Obra citada, cap. IX, itens 1 e 2.) 

69. O chamado “dilúvio universal” descrito na Bíblia ocorreu realmente? 

Sim, embora não tenha sido universal. O dilúvio bíblico, também conhecido pela denominação de «grande dilúvio asiático», é fato cuja realidade não se pode contestar. Deve tê-lo ocasionado o levantamento de uma parte das montanhas daquela região. Corrobora esta opinião a existência de um mar interior, que ia outrora do mar Negro ao oceano Boreal, comprovada pelas observações geológicas. O mar de Azov, o mar Cáspío, cujas águas são salgadas, embora nenhuma comunicação tenham com nenhum outro mar; o lago Aral e os inúmeros lagos espalhados pelas imensas planícies da Tartália e as estepes da Rússia parecem restos daquele antigo mar. Por ocasião do levantamento das montanhas do Cáucaso, posterior ao dilúvio universal, parte daquelas águas foi recalcada para o norte, na direção do oceano Boreal; outra parte, para o sul, em direção ao oceano Índico. Estas inundaram e devastaram precisamente a Mesopotâmia e toda a região em que habitaram os antepassados do povo hebreu. Embora esse dilúvio se tenha estendido por uma superfície muito grande, é atualmente ponto averiguado que ele foi apenas local e que não pode ter sido causado pela chuva, pois, por muito copiosa que esta fosse e ainda que se prolongasse por quarenta dias, o cálculo prova que a quantidade d´água caída das nuvens não podia bastar para cobrir toda a terra, até acima das mais altas montanhas. (Obra citada, cap. IX, itens 4 e 5; ver também cap. XI, item 42.)

70. Em que consiste o fenômeno denominado “precessão dos equinócios” e quais as suas consequências?

Além do seu movimento em torno do Sol e do seu movimento de rotação sobre si mesma, tem a Terra um terceiro movimento que se completa em 25.868 anos e que produz o fenômeno denominado precessão dos equinócios. Este movimento consiste numa espécie de oscilação circular, que pode ser comparada à de um pião a morrer.

Equinócio é o instante em que o Sol, passando de um hemisfério a outro, se encontra perpendicular ao equador, o que acontece duas vezes por ano, em 21 de março, quando o Sol passa para o hemisfério boreal, e 23 de setembro, quando volta ao hemisfério austral. Mas, em consequência da gradual mudança na obliquidade do eixo, o momento do equinócio avança cada ano de alguns minutos (25 minutos e 7 segundos). A esse avanço é que se deu o nome de precessão dos equinócios. Precessão, do latim «proecedere», significa caminhar para diante. (Obra citada, cap. IX, itens 6 a 9.)

71. Influem os signos em nossa vida? 

Não. Já vimos que a precessão dos equinócios ocasiona mudança na posição dos signos do zodíaco. Conforme o mês do nascimento de um indivíduo diz-se que ele nasceu sob tal ou tal signo; daí os prognósticos da Astrologia. Contudo, em virtude da precessão dos equinócios, os meses não correspondem mais às mesmas constelações. Além disso, os grupos que tomaram o nome de constelações mais não são do que agregados aparentes, causados pela distância; suas figuras não passam de efeitos de perspectiva. Desse modo, tais agrupamentos não existem. Ora, não existindo esses agrupamentos senão na aparência, é ilusória a significação que uma supersticiosa crença vulgar lhes atribui e que somente na imaginação pode existir. (Obra citada, cap. IX, item 8 e nota 1 de Kardec; ver também cap. V, item 12.)

72. A Terra terá fim um dia?

Isso ainda permanece no domínio das conjecturas; mas, visto estar ela ainda longe da perfeição que pode alcançar e da vetustez que lhe indicaria o declínio, seus habitantes atuais podem estar certos de que tal não se dará ao tempo deles. (Obra citada, cap. IX, itens 13 e 14.)

 

 

Observação: Para acessar a Parte 8 deste estudo, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/09/a-genese-allan-kardec-parte-8.html


 

 

 

 

 

 

 

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