Painéis da Obsessão
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 11 e final
Concluímos hoje o estudo – sob a forma dialogada – do livro Painéis da Obsessão, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.
Eis as questões de hoje:
81. Qual é o maior antídoto da obsessão?
O maior antídoto da
obsessão, além da comunhão mental com Deus, é a ação enobrecedora. O trabalho
edificante constitui força de manutenção do equilíbrio, porque, desenvolvendo
as atividades mentais, pela concentração na responsabilidade e na preocupação
para executar os deveres, desconecta os plugs
que se encaixam nas matrizes psíquicas receptoras das induções obsessivas. O
homem de bem, que age com morigeração, sem a febricidade extenuadora, constrói
uma couraça de resistência aos Espíritos perturbadores e às suas descargas
mentais, que os desanimam, quando pretendem desenvolver um cerco de alienação
obsessiva. Isto porque, não se sentindo aceitos, logo desistem, partindo em
busca de respostas mentais em campos de ociosidade psíquica, nos quais é mais
fácil a captação do pensamento deprimente. (Painéis
da Obsessão, cap. 31, pp. 254 a 256.)
82. No tratamento da obsessão a oração é importante?
Sim. A oração
representa a psicoterapia antiobsessiva mais relevante e está ao alcance de
toda e qualquer pessoa responsável e de boa vontade. (Obra citada, cap. 31, pp.
254 a 256.)
83. Nesta obra vemos que as lutas religiosas ocorridas na
França estavam na raiz dos problemas enfrentados pelos seus principais
personagens. Quando essas lutas começaram?
Elas começaram antes
mesmo do massacre da véspera da noite de São Bartolomeu. Antecipando a Reforma
protestante, originada na Alemanha, houve movimentos de reação religiosa nas
terras gaulesas, e, a partir de 1562, surgiram os primeiros distúrbios que se
alongaram até 1598. O cardeal Richelieu reivindicou a predominância do
catolicismo, apesar das decisões do Edito de Nantes, de 1598, que assegurava
aos huguenotes liberdade de culto e outros direitos. Periodicamente, embora essas
concessões de que passaram a desfrutar os protestantes, graças aos esforços de
Henrique de Navarra, mais tarde Henrique IV, as escaramuças prosseguiram nos
séculos sucessivos. Com Luiz XIV a política da conversão à força foi ampliada,
num esforço de restaurar a fé católica no país. O Edito de Nantes havia sido
revogado no ano de 1685, fazendo com que os huguenotes emigrassem em larga
escala, inclusive para o Brasil. (Obra citada, cap. 31, pp. 256 e 257.)
84. Foi Napoleão Bonaparte quem concedeu a legalidade aos
huguenotes?
Sim. Em 1801
Napoleão Bonaparte concedeu aos huguenotes o direito de professar sua crença em
liberdade e sem constrangimento de qualquer natureza. No entanto, em 1815
estourou nova perseguição, disfarçada de luta política. "Os huguenotes –
esclareceu a Mentora – eram, genericamente, todos os protestantes,
especialmente os luteranos, que teimavam pela preservação das ideias
evangélicas em detrimento das imposições do formalismo e dos dogmas
católicos." (Obra citada, cap. 31, pp. 257 a 259.)
85. É correto afirmar que no tratamento da obsessão não é
suficiente afastar os obsessores?
Sim. Segundo Irmã
Angélica, a nossa paciência nos quadros obsessivos, em especial, e noutros em
geral, deve ser muito grande, compreendendo que não basta apenas afastar seus
adversários para que os obsidiados se recuperem. A transformação íntima, que é
mais importante, porque procede do âmago do indivíduo, deve ser trabalhada e
insistentemente tentada, a fim de que se desfaçam os fatores propiciatórios, os
motivos que levam às dores, liberando, cada um, a consciência, de modo a não
tombar nas auto-obsessões, mais graves e de curso mais demorado.
"Revestidos de otimismo e bondade, envolvamos os irmãos doentes, de um
como do outro lado da vida, em nossas contínuas ondas de amor, auxiliando-os na
eliminação do mal que neles predomina, estando sempre próximos para, aos seus
primeiros sinais de renovação, sem reproche, nem exigências, auxiliá-los na
edificação do bem em si mesmos", propõe-nos a amorável benfeitora. (Obra
citada, cap. 31, pp. 259 e 260.)
86. Em que condições Felipe, ao reencarnar, acabou como filho
adotivo de Argos e Áurea?
O casal Argos e
Áurea sentia a necessidade de ter alguém sob sua responsabilidade mais direta,
numa reminiscência feliz do compromisso que assumiram com Felipe. Assim, logo
que o antigo hussita retornou ao corpo, Irmã Angélica inspirou Áurea a
buscá-lo. Renascido em condições de precariedade moral, econômica e social,
Felipe fora encaminhado a um Lar coletivo. Frágil e enfermo, com as marcas da
própria dor refletidas no corpo, necessitado de apoio e afeto, sensibilizou a
futura mãezinha, embora ali estivessem outras crianças com melhor aparência. O
instinto e a afinidade psíquica entre os dois, aliados à inspiração da
Benfeitora, foram suficientes para que a decisão fosse tomada e Felipe
retornasse aos sentimentos daqueles a quem amara e odiara, para o recomeço da
abençoada escola terrena, sob as diretrizes ditosas da fé espírita que lhe
seria ministrada, como terapia e método de conduta para granjear a felicidade,
esquecer o passado e construir o futuro.
(Obra citada, cap. 32, pp. 262 a 264.)
87. Felipe, reencarnado agora com o nome de Rafael, foi bem
aceito pelos pais adotivos?
No princípio, a
dificuldade de aceitá-lo foi muito grande. Argos estranhava o menino Rafael e
isso ocorria também com Áurea, embora com menor intensidade. Na adoção, como é
compreensível, o processo de aceitação é sempre mais demorado. Mesmo havendo
afinidade espiritual, o recém-chegado é um estranho, que deverá conquistar seus
anfitriões afetivos, nascendo, então, pela convivência a ternura, o amor, o
interesse carinhoso, mas isso demanda tempo. (Obra citada, cap. 32, pp. 262 a
264.)
88. Uma frase marcante assinalou a mensagem final proferida
pela Irmã Angélica para os antigos adversários que então, em sua presença,
prometeram mudança. Que frase é essa?
“Somos filhos da
luz. Vivamos todos, portanto, em claridade eterna." Ditas essas palavras,
Irmã Angélica tomou Felipe pelas mãos e o aproximou de Argos e Áurea, que o
abraçaram, comovidamente. Maurício foi trazido ao pequeno círculo e a
Mensageira aditou: "Filho, aproveite esta ditosa oportunidade hoje, sem
reticências, sem receios, sem dubiedades. Avance com a verdade e ficará
liberto". A emoção dominava a todos, quando o órgão, dedilhado com
mestria, passou a esparzir uma melodia inesquecível. E Irmã Angélica,
finalizando aquele capítulo da vida de tantos companheiros, orou ao Mestre
incomparável, rogando a Ele a inspiração e o auxílio aos bandeirantes de outras
experiências malogradas que se dispunham ao trabalho de sua própria renovação.
(Obra citada, cap. 32, pp. 268 a 270.)
Observação:
Para acessar a parte 10 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/08/paineis-da-obsessao-manoel-philomeno-de_30.html
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