domingo, 3 de outubro de 2021

 



Quem não consegue perdoar pode tornar-se vítima de si mesmo

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com

De Londrina-PR

 

É conhecida uma frase de Allan Kardec, constante do livro Obras Póstumas, em que o Codificador diz que o homem frequentemente é o obsessor de si mesmo.

Certos estados doentios – diz ele – e certas aberrações que se atribuem a uma causa oculta devem-se, por vezes, simplesmente ao Espírito do próprio indivíduo. As contrariedades que mais comumente cada um concentra em si mesmo, sobretudo os desgostos amorosos, podem levar o indivíduo a cometer muitos atos excêntricos que erraríamos em levar à conta da obsessão.

Parece que está aí, finalmente, a explicação dos lamentáveis episódios que ocorreram dez anos atrás na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro.

Textos escritos pelo rapaz que protagonizou os tristes acontecimentos e divulgados semanas depois comprovaram que ele agiu movido pelo sentimento de vingança de algo que se deu naquele mesmo ambiente, quando tinha aproximadamente a idade das 12 vítimas do seu tresloucado gesto.

A ocorrência nos traz, além do sofrimento que acometeu inúmeras famílias, diversas lições.

A primeira delas lembra-nos as inúmeras advertências feitas por Jesus a propósito da importância do perdão.

Quem não perdoa acarreta para si mesmo consequências ruinosas, não somente para o físico, visto que o ressentimento e o ódio encontram-se na raiz de inúmeras doenças, mas também para a alma, que pode perturbar-se com os próprios pensamentos e agir de forma irresponsável, como explicou Allan Kardec no texto que acima recordamos.

Ensina a doutrina espírita que a vingança é a causa da maioria dos casos de obsessão, especialmente dos mais dolorosos que podem acometer a criatura humana.

Numa das melhores obras de autoria de Jésus Gonçalves (Espírito), o romance intitulado Perdoa, psicografia da médium Célia Xavier Camargo, é possível verificar que a condição post mortem do criminoso que sinceramente se arrepende é muito melhor do que a situação da vítima que não consegue perdoar. Se tal fato se dá quando estão desencarnados, é fácil entender que isso pode também ocorrer quando estão encarnados.

Essa seria, com certeza, a explicação do caso ocorrido em Realengo, o que é perceptível à vista do que foi publicado, fato que – se assimilarmos bem essa lição – deve reforçar na sociedade em que vivemos o sentimento de que o perdão é a única atitude que devemos tomar diante das ofensas e das agressões recebidas, porquanto sabemos que, em face da Lei de Deus, é melhor sofrer a agressão do que sermos nós o agressor.

As palavras de Jesus, que tantas vezes já ouvimos, devem, por isso, ecoar para sempre nas nossas mentes e nos nossos corações:

 

· Antes de depositar a tua oferenda, volta e reconcilia-te com o teu adversário enquanto estais a caminho...

· Perdoa não sete vezes, mas setenta vezes sete...

· Se alguém te obrigar a andar mil passos, anda dois mil...

· Se uma pessoa te bater na face direita, oferece-lhe a esquerda...

· Ama os teus inimigos, ora por aqueles que te perseguem e caluniam...

· Pai, perdoa-nos as nossas dívidas assim como perdoamos aos nossos devedores...

 

Diante de recomendações tão claras e objetivas, só nos resta atender se desejamos realmente ser felizes.

 

 


 

 

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Um comentário:

  1. Boa noite. Ótima reflexão. Perdoar assim como amar é uma decisão. Venho buscando por em prática esse preceito diariamente, mas não é fácil... Preciso da graça de Deus para obter êxito.

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