Ave, Cristo!
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Ao
norte de Israel, na região da Galileia, numa linda primavera, ele subiu a um
monte e começou a pregar:
— Aventurados os
pobres
que vivem sem
ambições,
por já terem
aprendido
que só se vive
feliz
fazendo boas ações.
Benditos são os
humildes,
por já terem
percebido
que toda alma
orgulhosa,
caniço pensante da
Terra,
ficará só e
chorosa.
Felizes estão os
justos,
porém não os
justiceiros;
aqueles terão
justiça,
e estes, nem travesseiro
pra pôr a cabeça em paz.
Aventurados os
puros,
quem no mal não se
compraz,
pois os puros
herdarão
os reinos
celestiais
e os maus perderão
a paz.
Quando
ele terminou de falar, as mães se ajoelharam com seus filhinhos no colo,
louvaram a Deus e agradeceram àquele jovem por tão consoladoras palavras. Os
moços e anciãos, filhos e pais, filhas e mães choraram comovidos, e um deles, dentre os mais idosos,
perguntou-lhe:
—
Senhor, que devemos fazer para alcançar as
bênçãos dos reinos celestiais?
Ele
olhou para o alto e respondeu-lhe com estas duas palavras: — Ama e perdoa.
Em
seguida, saiu de Nazaré a demonstrar como se deve semear essas virtudes,
deambulando por toda a Galileia, além de Jerusalém: Cafarnaum, Corazim,
Betsaida, Cesareia... Por onde passava, curava leprosos, restituía visão a
cegos, fazia andar paralíticos e "ressuscitava" mortos do corpo e da
alma.
Com
ele, seguiam doze apóstolos e multidões... Como sói acontecer com os virtuosos,
ele sofria ameaças diversas de mercadores do templo, fariseus, sacerdotes e escribas
orgulhosos. Não aceitavam que ele produzisse tantos prodígios sem nada cobrar
e, despeitados, ameaçavam matá-lo.
Um
dia, ele olhou para o templo de Jerusalém e disse-lhes:
—
Destruam este templo
e, em três dias, eu o reconstruirei.
Todos
riram de Jesus de Nazaré, pois não perceberam que ele se referia ao templo do
seu corpo.
Dias
depois, inventaram diversas calúnias sobre ele e o crucificaram entre dois
ladrões. No terceiro dia, porém, de seu assassinato infame, quando dois guardas
vigiavam sua sepultura, ouviram um estrondo e viram a pedra que selava o túmulo
toda quebrada. Então, saindo do túmulo, o Cristo lhes apareceu em toda a sua
glória, e os guardas caíram como mortos ao solo.
A
partir de então, novos discípulos do Senhor também passaram a pregar seus
ensinamentos evangélicos e realizar curas
por toda a parte. E, onde chegavam, eram saudados com estas palavras: Ave,
Cristo!
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