Temas da Vida e da Morte
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 9 e final
Concluímos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Temas da Vida e da Morte, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.
Na próxima segunda-feira iniciaremos neste espaço o estudo do livro Loucura e Obsessão, do mesmo autor e mesmo médium.
Eis as questões de hoje:
65. O pensamento do Espírito, na comunicação mediúnica, sofre
influência do medianeiro encarnado?
Quanto à forma, sim.
O médium coa o pensamento do Espírito e veste-o com os seus recursos, num
automatismo que o exercício lhe faculta, decorrente do conhecimento de sua
função, da disciplina mental e, enfim, de diversos requisitos indispensáveis a
um bom desempenho da tarefa. Para entender isso, vejamos o que ocorre quando
solicitamos a pessoas diversas que transmitam um recado a um destinatário
exigente. Chamados vários indivíduos, de diferente formação cultural, moral e
educativa, participe-se a eles a informação, pedindo que cada um, a seu turno,
transmita a mensagem oral que ora se lhes entrega. Sem dúvida, cada um dará
conta da incumbência, não conforme aconteceu, mas consoante sua capacidade
retentiva, sua emoção e lucidez, com variantes tais que produzirão confusão
naquele a quem foi endereçada. Temos aí pálida ideia do que ocorre no
intercâmbio mediúnico. (Temas da Vida e
da Morte - Identificação dos Espíritos, pp. 149 a 151.)
66. Nas comunicações de Espíritos que utilizavam na Terra idiomas
diferentes da língua usada pelo médium, em que idioma a comunicação é dada?
Esses Espíritos
podem expressar-se tanto na língua-mãe, utilizada por eles, qual ocorre na
xenoglossia, quanto no idioma do médium, sendo mais fácil esta última opção, em
se considerando que a linguagem dos desencarnados é a do pensamento, que o
médium capta e à qual dá forma, no inconsciente, através das expressões
nacionais, de acordo com a linguagem que lhe é comum. Contudo, nas ocorrências
da xenoglossia, as comunicações somente se dão exatas quando há matrizes no
inconsciente profundo do médium, que terá vivido naquelas regiões onde se
falavam aqueles idiomas, em existências anteriores. (Obra citada -
Identificação dos Espíritos, pp. 149 a 151.)
67. As causas das obsessões se encontram nas existências
passadas?
Geralmente, sim.
Suas gêneses procedem normalmente de reencarnações anteriores e traduzem-se por
ódios furibundos, amores apaixonados, cobiças exacerbadas, desforços bem
programados, numa esteira de incidentes que se sucedem sob chuvas de fé e
azorragues de loucura. Em todos os casos, porém, o encarnado oferece os
condicionamentos que propiciam o nefando intercâmbio que, muitas vezes, não se
interrompe com a morte física. Já que a divina justiça se encontra insculpida
na consciência da criatura, o delinquente ou réprobo proporciona os recursos
predisponentes ou preponderantes para o conúbio devastador. (Obra citada -
Fenômenos obsessivos, pp. 153 e 154.)
68. Pode a obsessão dar origem à chamada osmose parasitária?
Pode, quando não se
dá ao processo obsessivo a atenção que ele requer. As aquisições negativas a
que se dedicaram, a identidade de interesses mesquinhos e as viciações a que se
entregaram facultam ligações de igualdade fluídica, entrelaçando os litigantes
– obsidiado e obsessor – no mesmo halo de comunhão, ampliando-se a
interdependência na razão direta em que o hospedeiro se entrega ao albergado
psíquico. É essa interdependência que pode redundar na osmose parasitária
aniquiladora. (Obra citada - Fenômenos obsessivos, pp. 153 e 154.)
69. O Espírito culpado é geralmente colocado no grupo
familiar com o qual se encontra enredado?
Sim. E esse fato se
dá com o objetivo de ressarcimento de dívidas, para o equilíbrio evolutivo. Daí
advêm as pressões sociais e familiares que podem agravar o processo obsessivo
instalado. Em face disso, enquanto o homem não for estudado na sua realidade profunda
– ser espiritual que é, preexistente ao corpo e a ele sobrevivente –, muito
difíceis serão os êxitos da ciência médica, na área da saúde mental. As doenças
psíquicas, entre as quais se destacam, pela alta incidência, as obsessões,
continuarão ainda a perseguir o homem. (Obra citada - Fenômenos obsessivos, pp.
154 e 155.)
70. É verdade que os Espíritos desencarnados partilham dos
sucessos e acontecimentos humanos negativos?
Sim. Não podemos atribuir
aos Espíritos turbados ou maus as causas das ocorrências desditosas na Terra,
isentando os homens da responsabilidade que lhes cabe. Mas é preciso reconhecer
que os desencarnados partilham, mais do que se pensa, dos sucessos e
acontecimentos humanos negativos, por assimilação e vinculação, nos quais se
comprazem os encarnados, que lhes oferecem os meios e a sintonia para que ocorram
esses fatos reprováveis. (Obra citada - Fenômenos obsessivos, pp. 155 e 156.)
71. É correto dizer, como alguns pensam, que a vida
espiritual é semelhante à vida física ou mesmo cópia dela?
Não. Ocorre
exatamente o contrário, a vida terrena é que é um símile imperfeito da vida
espiritual, que é causal, preexistente e sobrevivente. Liberada do corpo
material, a alma não se transfere para regiões excelsas de imediato. Há toda
uma escala de valores a conquistar. Os Espíritos vivem fora do corpo em
conglomerados próprios, em sociedade mais harmônica ou mais atormentada, de
acordo com o grau da evolução que os reúne por automatismo da afinidade
vibratória, que decorre da identidade moral que os retém em campos de igual
densidade de onda. (Obra citada - Moradas, pp. 157 e 158.)
72. Sabe-se que nas faixas mais próximas da Terra a vida é
bem semelhante à que conhecemos em nosso meio. Por quê?
O fato tem por
finalidade facilitar a adaptação dos recém-chegados e propiciar mais fácil
intercâmbio com aqueles que estão instalados na matéria densa. Conforme sucede
no mundo objetivo, há uma escala de progresso cultural e moral cujos valores
partem das manifestações mais primárias até os índices mais elevados.
Consequentemente, há núcleos que refletem as condições sociomorais,
socioeconômicas e socioculturais dos seus habitantes, desde choças e furnas até
habitações saudáveis, belas e confortáveis. As moradas do Além igualmente
variam em densidade vibratória correspondente àqueles que as vêm habitar,
felizes e liberados, ou, então, onde se demoram a dor, as misérias morais e as
condições de insalubridade, todas elas em caráter sempre transitório. (Obra
citada - Moradas, pp. 158 e 159.)
Observação:
Para acessar a Parte 8 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/11/blog-post.html
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