sábado, 8 de outubro de 2022

 



Tempos difíceis

 

JORGE LEITE DE OLIVEIRA

jojorgeleite@gmail.com

De Brasília, DF

 

Almas queridas, que o Cristo nos abençoe.

Ao ler mensagem encaminhada por amiga do Rio de Janeiro sobre o cuidado com os nossos pensamentos, estejamos sozinhos ou em grupo; e com nossas palavras, estando com raiva, lembrei-me da história do colibri que, diante dum princípio de incêndio na floresta, voava ligeiro, enchia seu biquinho com água em fonte próxima do local e a lançava sobre as chamas. Vendo isso, todas as aves sorriam, e um gavião lhe falou: — Tolinho, você acha mesmo que, com suas gotinhas d’água, vai apagar esse incêndio? E o passarinho respondeu-lhe: — Sozinho não conseguirei apagá-lo, mas se você e todos os pássaros que sorriem fizerem o mesmo, com certeza nós salvaremos nossa floresta e nossas vidas.

N’O Livro dos Espíritos, há uma questão, já citada por mim noutra crônica, que vale a pena repetir. É a questão 932: “Por que, neste mundo, a influência dos maus geralmente sobrepuja a dos bons?” Eis a resposta: “Por fraqueza dos bons. Os maus são intrigantes e audaciosos; os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, haverão de preponderar”.

Que o mundo passa por mais um período difícil, não há a menor dúvida. Ainda hoje, ouvi novamente uma entrevista de Herculano Pires e alguns jornalistas com Chico Xavier, na qual este dizia que guerras, terremotos, cataclismos, pandemias etc. o mundo sempre teve, pois a Bíblia diz que Deus criou o mundo, mas este continua em formação; entretanto, a maior pandemia que existe, em todos os tempos, é a pandemia moral.

Há pessoas que, conhecendo superficialmente economia, história, religião, medicina etc. desandam a falar do assunto, com base em opiniões pessoais de influenciadores digitais ou de parte da mídia, como vemos atualmente. Entretanto, só assistem às manifestações da imprensa falada ou escrita que satisfaçam sua visão distorcida da realidade. 

Para o jornalismo militante, o interesse infelizmente é de que quanto pior a notícia, melhor para faturar, pois sabe que grande parte de nossa sociedade é atraída pelas notícias ruins, desagradáveis. A massa, em vez de agir como o colibri da história acima, prefere rir, criticar, tapar os ouvidos, fechar os olhos e cruzar os braços ante o incêndio inicial, enquanto ele não invade sua casa (reler a questão 932 acima).

Focado apenas no que ouve ou lê, superficialmente, e calcado no que julga serem verdades incontroversas, mesmo que estas abordem apenas um lado da questão, esse público considera-se sábio por assistir e ler o que o sistema sociopolítico dominante lhe apresenta como verdade. Daí, quem não pensa como ele é ignorante, insensato, burro, mentiroso etc.

Não consegue ler até o fim um só bom livro, mas se acha em condição de disputar conhecimento com juristas renomados; desconhece o caráter experimental e provisório da ciência médica, mas acredita no que políticos distorcem, ouvindo apenas a opinião de uma ala médica; nunca leu o Novo Testamento, mas acha bonita a filosofia ateia, que tanta desesperança vem causando e multiplicando, no mundo, o número de suicídios, como jamais ocorreu, o que já previra Allan Kardec na Revista Espírita de outubro de 1866; jamais leu uma obra da codificação espírita, mas considera o Espiritismo obra de satanás...

Então, diz Kardec: “Infelizmente, por desconhecerem a voz de Deus, a maioria persistirá em sua cegueira e sua resistência marcará o fim de seu reino por lutas terríveis. Em seu desvario, eles próprios cavarão a sua ruína [...] de sorte que, sem o querer, apressarão o advento da era de renovação”.

Em nossos dias, a pandemia da Covid-19 já matou 15 milhões de pessoas; um país invade outro, destrói suas cidades e mata milhares de cidadãos, inclusive muitas crianças; igrejas são queimadas e religiosos são perseguidos em certo país; ideologias pregam a extinção das famílias e a liberdade sexual até para crianças; há incentivo ao roubo, à desonestidade, à mentira e outros crimes. Na Flórida, EUA, ocorreu o furacão mais devastador da história do país, no dia 28 de setembro. Esses são alguns dos flagelos sociais da atualidade.

Que nada nos abale a certeza de que o Cristo continua no leme e de que o Brasil haverá de dar ao mundo o exemplo de união e fraternidade entre todos os seus cidadãos, por mais difíceis que nos pareçam os tempos. Pois tudo passa, só o amor permanece.

 

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