CINCO-MARIAS
Elegância e boa educação
EUGÊNIA PICKINA
eugeniapickina@gmail.com
Se vamos ser gentis, que ela não passe de uma generosidade simples, e não que
seja por culpa ou por esperarmos retribuição. J. M. Coetzee
Em casa, na escola, na rua, tão bonito uma criança elegante,
bem-educada…
Em palavras simples, dar aos nossos filhos regras de boa educação
significa dotar a pessoa em formação de ferramentas importantes para a gestão
da própria vida e de uma relação futura harmoniosa com a sociedade.
Da mesma forma que escolhemos uma boa escola para que nossos filhos
tenham acesso a uma instrução adequada, ou a possibilidade de aprender música
para que cresçam mais saudáveis, é fundamental investir em habilidades
comportamentais, que lhes permitam saber se portar nos ambientes públicos e
privados segundo as regras razoáveis de convivência.
Transmitir à criança a importância de dizer “obrigado”, “por favor”,
“com licença”, “desculpe”, significa tanto ensinar gestos de boa educação
quanto investir em competências socioemocionais, incorporando subsídios que
fortalecerão as habilidades como a aceitação do outro, atuação em equipe,
convívio com as diferenças, saber se colocar de forma justa e respeitosa,
dentre outras.
A partir de dois anos de idade a criança já está disponível para começar
a aprender pouco a pouco as regras de boa educação. E o exemplo conta muito
nessa fase. Todos os adultos que vivem com a criança são educadores. Ela
imitará, portanto, as pessoas com as quais convive no dia a dia. Por isso,
ajudar a criança a ser gentil e elegante é um compromisso dos pais. Com
paciência e respeito, considere, então, agregar ao cotidiano da criança:
· usar sempre as palavrinhas mágicas: por favor,
obrigado/obrigada, me desculpe, com licença;
· dizer “bom dia”, “boa tarde”, “boa noite”...
· não interromper as pessoas quando elas estiverem falando;
· não falar palavrões;
· falar baixo no restaurante, no cinema, no teatro…
· responder quando alguém perguntar algo;
· devolver o que pegar emprestado e agradecer;
· emprestar lápis, borracha e apontador para os colegas; e
ajudar os amigos.
Repetir é verbo que se encaixa perfeitamente na rotina daquele que se
propôs acolher um filho ou uma filha. E, por isso, quando a criança ganha um
presente, por exemplo, realmente é importante insistir para ela dizer
“obrigado”. Por quê? Através da prática constante, a criança alcançará em
determinado momento enunciar um “obrigado” de forma natural, revelando, de
maneira objetiva, que a gratidão se tornou um feliz hábito (e uma atitude
essencial à vida inteira).
*
Eugênia Pickina é educadora ambiental e terapeuta
floral e membro da Asociación Terapia Floral Integrativa (ATFI), situada em
Madri, Espanha. Escritora, tem livros infantis publicados pelo Instituto
Plantarum, colaborando com o despertar da consciência ambiental junto ao Jardim
Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).
Especialista em Filosofia (UEL-PR) e mestre em
Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), está concluindo em São Paulo a
formação em Psicanálise. Ministra cursos e palestras sobre educação ambiental
em empresas e escolas no estado de São Paulo e no Paraná, onde vive.
Seu contato no Instagram é @eugeniapickina
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