Valorizar o positivo
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília, DF
As considerações abaixo decorrem da frase e palavras contidas
em vídeo que me foi encaminhado por pessoa querida. Abaixo da mensagem falada
pelo padre Émerson, está escrito este pensamento de A. D.: “Nossos valores vão
sendo construídos, descontruídos, transformados ao longo dos anos! Mas nossa
essência jamais muda”.
Como já informei há algum tempo, em 2021 concluí um curso de
pós-doutoramento cultural na Universidade Estadual da Bahia (UNEB), campus 2,
Alagoinhas. Meu objetivo aqui não é me ufanar por ter obtido, com a
complacência do nobre Osmar Santos, coordenador do curso, láurea na área
cultural quando eu já estou numa idade em que raríssimas pessoas pensam cursar
alguma disciplina escolar. Muita gente, com mais de 65 anos, se considera no
direito de descansar da estressante vida de estudos acadêmicos que, nessa idade,
pouca valia tem, no conceito da maioria dos próprios pós-graduados.
Então, por que cursar uma nova pós-graduação quase aos 70
anos? Para quê? perguntará você, alma amiga que me lê. Primeiro, porque nunca
me considerei velho e, portanto, jamais deixei de trabalhar na educação própria
e do próximo, com boa vontade, ainda que oficialmente me tenha obrigado a parar
de lecionar aos 58 anos de idade por problema de saúde, superado atualmente. Principalmente,
graças à possibilidade de continuar esse trabalho de modo on-line. Segundo,
porque cultura não ocupa lugar em nossa alma e nunca deixei de ter curiosidade
pelo saber. Terceiro, porque, sendo espírita cristão, há muito percebi que o
Cristo conta com nosso esforço na transição deste mundo de expiações e provas para
orbe melhor. Então, não temos tempo a perder com programas voltados meramente à
efêmera existência material.
Basicamente, esses são os porquês dos meus estudos,
acadêmicos ou não. Quanto aos estudos espíritas e sua divulgação, tudo o que
puder ser divulgado, com base na magistral obra de Jesus e de Kardec, será útil
ao trabalho em prol de um mundo melhor para as suas 7,5 bilhões de almas
encarnadas e outras tantas desencarnadas. Eis que, tanto no plano físico quanto
no espiritual, milhões de criaturas jazem adormecidas espiritualmente. Por ora,
não perceberam a importância do conhecimento de que, sendo eternos e fadados à
perfeição, não nos cabe perder tempo com picuinhas, ambições desmedidas e desamor
ao semelhante. Cabe-nos, isto sim, aos que acordamos, colaborar com o
despertamento dessas almas, em retribuição às imensas bênçãos recebidas por nós
do Alto.
Por fim, agradeço, mais uma vez, à UNEB a aquisição da ampla
visão sobre o respeito que devemos ter aos que não pensam como nós. Não somente
na convivência a distância com seu coordenador, Osmar, como também com outros
professores, dentre os quais destaco o nobre Éverton Nery, que nos permitiram
assistir as exposições on-line de professores e convidados filiados a
diversas crenças e ideologias. Com eles, aprendi a respeitar todo ser humano,
não pela cultura ou crença que possua, mas pelo seu caráter e pelo idealismo
que defenda, ainda que pensemos diferente.
Sábio é quem não impõe suas ideias a ninguém, por mais que
se julgue com razão em qualquer discussão. Isso decorre destas palavras de
Émerson: “Ao invés do defeito, procurar a qualidade, ao invés de argumentos que
criam desunião, procurar pontos em comum que nos levem ao bem comum. E
certamente a nossa boca, os nossos olhares, a nossa palavra irão refletir
aquilo que o nosso coração permitiu estar dentro dele”.
Paz e luz!
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