A bolsa
de estudos mais valiosa
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
“Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não
fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar.” –
Jesus (João, 14:2)
Com o advento do Espiritismo, a alma
deixou de ser uma abstração. Aprendemos que os Espíritos possuem um corpo
etéreo que lhes serve de veículo; que a vida futura é a continuação da vida
terrena, mas em melhores condições, observado o preceito que manda dar a cada
um segundo o seu merecimento; que o mundo espiritual se encontra ao redor de
nós e os que nele habitam – os seres desencarnados – influem em nossos
pensamentos e atos e, de certa maneira, dirigem-nos na senda da vida com suas
sugestões e seus conselhos.
Em face destas informações que nos
foram trazidas pelo Espiritismo, qual o sentido da existência terrena?
Antes de mais nada, é preciso
compreendamos que a vida espiritual é isenta das ilusões e das fantasias
peculiares ao plano em que nos encontramos. A vida corpórea, ao contrário,
apresenta-nos atrativos que constituem, bastas vezes, sérios óbices ao
progresso espiritual. Assim é que a posse da riqueza pode excitar em muitas
pessoas as paixões e o orgulho, e as altas posições sociais podem levar aos
abusos da autoridade, concorrendo para os desastres morais que apenas mais
tarde, na vida espiritual, apresentarão às pessoas sua verdadeira dimensão.
Aprimoramento constante em
conhecimento e em moralidade, eis a meta assinalada para os Espíritos, para a
qual a experiência corpórea constitui fator decisivo.
Allan Kardec perguntou aos Instrutores
espirituais: Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
Eles
responderam:
“Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra
da Criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.” (O
Livro dos Espíritos, 132)
Se compreendermos o mundo material
como sendo uma escola e a existência corpórea como uma bolsa de estudos – em verdade,
a bolsa de estudos mais valiosa –, tudo se torna mais claro. Findo o curso, o
Espírito retorna ao seu verdadeiro mundo, onde entrevê as experiências vividas
e elabora os planos para o futuro.
Tendo isso em mente, pode-se imaginar
quanto de vazio representam as existências voltadas exclusivamente para os
gozos materiais!
Como sabemos, há pessoas que fazem de
seus dias uma permanente agitação social. Festas, jantares, jogos, prazeres de
toda ordem constituem sua única preocupação. A existência terrestre se lhes
afigura como um processo de curtição a que se apegam com todo o vigor,
ignorando que somos Espíritos temporariamente revestidos de um corpo físico
para um objetivo relevante, que tem tudo a ver com o nosso progresso espiritual
e o melhoramento do mundo em que vivemos.
Os depoimentos daqueles que partiram
para o Além são um alerta para nós – e devemos isso, de forma exaustiva, ao
Espiritismo, que nos escancara a possibilidade do contato com os nossos mortos
queridos, enquanto outros segmentos religiosos o abafam ou proíbem.
Sempre que ouvirmos alguém falar sobre
a vida futura que nos aguarda além-túmulo, lembremo-nos da conhecida Parábola
dos Talentos, narrada por Jesus, que nos ensina que Deus pedirá estrita conta
da aplicação dada por nós aos recursos que nos foram prodigalizados na romagem
terrena, quando, então, muitos dos que agora riem chorarão e lamentarão
amargamente as oportunidades perdidas.
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