quinta-feira, 29 de agosto de 2024

 



CINCO-MARIAS

 

Errar e pedir desculpa

 

EUGÊNIA PICKINA

eugeniapickina@gmail.com

 

“Reconhece teu erro

Mesmo que custe muito,

ao teu orgulho e vaidade.” Cora Coralina

 

Erramos. Pais e filhos, todos nós erramos.

Reconhecer o pai ou a mãe que errou é uma estratégia importante para ajudar o filho pouco a pouco a compreender suas responsabilidades e impactos no mundo. Ou seja, uma criança criada a partir da premissa de que todos nós estamos sujeitos a errar, a falhar, pois somos imperfeitos, permeados por fragilidades, terá mais facilidade em se tornar uma pessoa capaz de calibrar as expectativas sobre si mesma e sobre os outros ao longo da sua vida. Ainda, ela conseguirá compreender com mais clareza que os erros dos outros não implicam necessariamente rompimento de vínculos, mas sim elementos que também fazem parte das circunstâncias da vida.

Em casa, com minhas filhas, nunca tive medo de mostrar minhas próprias fragilidades, falhas e equívocos. Quando errava, pedia desculpas e tentava melhorar, me corrigir. Hoje, se erro, continuo a pedir desculpas e a refletir maneiras de melhorar nosso relacionamento. De outro lado, por força do exemplo, espero que elas possam replicar isso um dia com a família delas.

Infelizmente, para algumas famílias, não há espaço para os pais admitirem erros, pois isso implicaria a quebra da autoridade “perfeita”. Contudo, essa expectativa de autoridade, além de pesar sobre os pais, é ilusória, fonte de rigidez e de uma performance humanamente impossível de ser praticada… O encorajamento para a honestidade fica prejudicado, à medida que os pais têm dificuldade em assumir seus erros perante os filhos. Ainda, pais autoritários tendem a estimular nos filhos o hábito da mentira, pois desde pequenos, eles, os filhos, são invadidos pelo medo da punição.

O que realmente importa no dia a dia familiar?

Pais que erram podem, sim, pedir desculpas. Por sua vez, pedir desculpas pressupõe o reconhecimento do erro e o compromisso de fazer diferente. Isso retira dos pais a expectativa de serem perfeitos e proporciona, no ambiente de relações familiares, espaço para a responsabilização sobre os próprios atos. E isso, sem dúvida, favorecerá uma convivência mais aberta e sincera no futuro, quando os filhos crescerem.

 

*

Eugênia Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da consciência ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).

Especialista em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), ministra cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no estado de São Paulo e no Paraná, onde vive.

Seu contato no Instagram é @eugeniapickina

 

 

 

 

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