segunda-feira, 5 de agosto de 2024

 




No silêncio da prece

 

André Luiz

 

Em ti, no silêncio da prece mental, sem que tenhas necessidade de ver ou perceber, em sentido direto, o coração bate sem cessar na cadência admirável da vida.

Movimenta-se o sangue por mil canalículos diversos.

Intestinos trabalham independentes de tua vontade sustentando-te a nutrição.

Pulmões arfam revolvendo o ar que te envolve.

Impulsos nervosos eletrizam-te a imensa população celular do cérebro.

Miríades e miríades de unidades de vida microscópica palpitam na concha da boca.

Em torno de ti, no silêncio de tua prece, os átomos se agitam em vórtices intermináveis na estrutura material da roupa que te veste e dos sapatos que te calçam.

A eletricidade vibra esfuziante por quilômetros e quilômetros de fios, transformando-se, não longe de ti, em força, luz e calor.

Milhares de criaturas humanas num perímetro de algumas léguas em derredor falam, cantam e choram sem que ouças.

Outros milhões de vozes em dezenas de idiomas, nas ondas hertzianas, entrecruzam-se à tua volta sem que as registres.

Raios sem conta chovem sobre ti sem que lhes assinales a presença.

Inúmeros fenômenos meteorológicos se sucedem em toda parte, sem que consigas relacioná-los.

O planeta faz giros velozes carregando-te, em paz e segurança, sem que tomes qualquer conhecimento disso.

Igualmente, no silêncio de tua prece, acionas vasto mecanismo de auxílio e socorro na atmosfera que te rodeia, comparável a imenso laboratório invisível.

O teu influxo emocional dirige-se além de teus sentidos para onde te sintonizes, através de insondáveis elementos dinâmicos.

Não descreias da oração por não lhe marcares fisicamente os resultados imediatos. O firmamento não é impassível porque te pareça mudo.

No silêncio de tua prece mental, podes expressar até mesmo com mais veemência, do que num discurso de mil palavras, o hino vibrante do amor puro, a ecoar pelo Infinito, assimilando no âmago do ser a Divina Luz, que te sublimará todos os anseios e esperanças, na renovação do destino.

 

Do livro Opinião Espírita, obra psicografada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.

 

 

 

 

 

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