domingo, 11 de agosto de 2024

 



Os lugares assombrados segundo o entendimento espírita

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com

 

Se uma casa é tida como mal-assombrada pelos moradores de determinada cidade, duas questões se impõem. A primeira: por que fatos assim acontecem? A segunda: como agir e que devemos fazer nesses casos?

O assunto foi tratado minuciosamente por Allan Kardec em O Livro dos Médiuns, cap. IX, item 132, e na Revista Espírita de 1858, 1859, 1868 e 1869.

Em primeiro lugar, não tenhamos dúvida: lugares assombrados existem, sim; não se trata de uma crendice popular. “A questão dos lugares assombrados - diz Kardec - é um fato comprovado. Barulhos e perturbações causados pelos Espíritos são coisas conhecidas.” (Revista Espírita de 1869, pp. 77 e 78, tradução de Júlio Abreu Filho, publicada pela EDICEL.)

Certos Espíritos podem sentir-se atraídos por coisas materiais; podem, portanto, ser atraídos por determinados lugares, onde, às vezes, estabelecem domicílio, até que desapareçam as circunstâncias que os fizeram buscar esses locais. 

Dentre as circunstâncias que podem induzi-los a isso, destaca-se a simpatia que nutrem por pessoas que frequentam esses locais, ou o desejo de comunicar-se com elas. Mas, infelizmente, nem sempre os animam intenções louváveis. Quando se trata de Espíritos malévolos, seu objetivo pode ser uma vingança contra pessoas das quais guardam mágoas.

A permanência em determinado lugar pode também ser, para alguns Espíritos, uma punição que lhes é infligida, sobretudo se ali cometeram algum crime, a fim de que eles o tenham constantemente diante dos olhos. Pelo menos um caso desses é mencionado por Kardec, no cap. VI da 2ª parte do livro O Céu e o Inferno, sob o título “O Espírito de Castelnaudary”.

As informações constantes da obra de Kardec têm sido confirmadas por inúmeros e conceituados pesquisadores espíritas, mas todos concordam em que não existe motivo real para temermos a presença em nossa casa dos chamados fantasmas, que nada mais são que as almas de pessoas como nós que, extinta a vida do corpo físico, voltaram ao plano espiritual.

Explicadas as possíveis causas do fenômeno, resta examinar a questão que todos certamente consideram a mais importante: Haverá meios de retirar dali esses Espíritos?

No cap. IX, item 132, d´O Livro dos Médiuns, Kardec formulou essa mesma pergunta – haverá meios de os expulsar? – e os imortais assim responderam: "Há; porém, as mais das vezes o que fazem, para isso, os atrai, em vez de os afastar. O melhor meio de expulsar os maus Espíritos consiste em atrair os bons. Atraí, pois, os bons Espíritos, praticando todo o bem que puderdes, e os maus desaparecerão, visto que o bem e o mal são incompatíveis. Sede sempre bons e somente bons Espíritos tereis junto de vós."

É claro que, mesmo cientes do que deve ser feito, muitos não suportam as tropelias causadas por certos Espíritos e decidem mudar-se para outros locais. Na Revista Espírita de 1859, pp. 392 a 394, conforme a edição publicada pela EDICEL, Kardec menciona um caso em que a mudança de local chegou a ser sugerida por um Espírito superior.

Segundo o relato, o Sr. V..., excelente médium que se distinguia pela pureza de suas relações com o mundo espírita, estava sendo atormentado por um Espírito que resolveu residir no seu quarto. Antigo carreteiro, esse Espírito pertencia à mais baixa classe. Consultado por Kardec, um Espírito superior disse que havia dois meios de o Sr. V... desembaraçar-se do perseguidor: o meio espiritual, pedindo a Deus, e o meio material, mudando de casa.

Comentando o assunto, Kardec diz que a prece é útil em tais casos e lembra que esses Espíritos se sensibilizam com os nossos conselhos e as nossas orações. Por que, pois, sendo possível contactá-los numa reunião mediúnica, recusaríamos ouvi-los, quando seu arrependimento e seu sofrimento podem edificá-los? Este é um dos propósitos pelos quais se realizam as chamadas sessões de doutrinação de Espíritos, cujos benefícios são incalculáveis.

 

 

 

 

 

 

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